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Pesquisa associa dieta saudável na gravidez à prevenção de doenças no coração do bebê

Estudo americano aponta que filhos de mulheres que comem mais frutas, verduras e peixes têm menos risco de nascer com defeitos cardíacos congênitos.

Por Luiza Monteiro
Atualizado em 27 out 2016, 22h04 - Publicado em 31 ago 2015, 14h22

Já se sabe bastante sobre os benefícios da dieta mediterrânea – aquela rica em pescados, frutas, verduras e castanhas – para o coração. Agora, há mais um indício das vantagens desse menu cheio de saúde: segundo uma pesquisa liderada por cientistas da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, apostar nesses ingredientes poderia proteger também o coraçãozinho de bebês que ainda estão na barriga da mãe.

O objetivo dos estudiosos americanos era descobrir o papel do cardápio da gestante na prevenção de defeitos congênitos no coração do pequeno – problemas que atingem, segundo estudos, cerca de 130 milhões de crianças no mundo todo, a cada ano. Não há um consenso sobre a melhor forma de prevenir essas falhas: alguns levantamentos apontam que suplementos multivitamínicos são a chave para formar um coração perfeito; outros defendem que aquilo que a futura mamãe coloca no prato é o que faz a diferença para que isso aconteça.

Por isso, os experts americanos aplicaram questionários a 19 mil mulheres para que elas respondessem sobre a sua alimentação no ano anterior à concepção. Metade das participantes teve filho saudáveis e a outra parte deu à luz bebês com corações anormais. A conclusão foi que aquelas adeptas de dietas nutritivas (entre elas a mediterrânea) eram menos propensas a ter filhos com problemas cardíacos. Para ter ideia, o hábito foi associado a um risco 37% menor de tetralogia de Fallot – um tipo de cardiopatia congênita que pode levar a baixos níveis de oxigênio no sangue – e a uma probabilidade 23% menor de defeito de septo atrial, em que se formam buracos na parede do coração.

Apesar dos resultados animadores, ainda não dá para estabelecer uma relação de causa e efeito entre a dieta da mãe a presença de cardiopatias congênitas. “Nós focamos nos cuidados pré-natais, mas para conhecer melhor as medidas preventivas dos defeitos cardíacos e outras más-formações, precisamos investigar ainda mais os cuidados anteriores à concepção”, diz o líder do levantamento, Lorenzo Botto. Mesmo assim, não restam dúvidas de que comer bem antes e durante a gravidez só fará bem tanto para a mãe quanto para o bebê.

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