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O pós-parto e o baby blues

Depois que o bebê nasce, é comum algumas mulheres se sentirem melancólicas e inseguras. Confira o depoimento de uma mãe que passou por isso.

Por Luísa Massa
Atualizado em 28 out 2016, 00h33 - Publicado em 13 jul 2015, 12h19

Gabriela Garcez, 32 anos, é mãe da Laura, de 11 meses, psicopedagoga e idealizadora do Instagram Mamães de Plantão. Aqui, ela fala sobre a mistura de sentimentos que sentiu quando a sua filha nasceu. 

“Tive uma gravidez planejada e passei os nove meses tranquila, rodeada de muito amor. Eu não via a hora da minha pequena chegar ao mundo para finalmente conhecê-la! Confesso que, no final da gestação, eu estava bem ansiosa para viver esse momento. Mas assim que a Laurinha nasceu, eu tive uma surpresa: passei a vivenciar uma mistura de sentimentos, que eram intensos e distintos.

Depois que levei a minha filha para casa, comecei a perceber que em alguns momentos eu me sentia muito feliz e realizada, mas depois, a tristeza e um grande vazio invadiam o meu peito… Uma sensação estranha, que nem eu mesma entendia direito. Afinal, como explicar tudo o que sentia, tendo consciência de que, ao mesmo tempo, eu carregava o maior motivo da minha felicidade em meus braços? Era paradoxal demais!

Espero que vocês não me julguem mal. Laurinha sempre foi a minha grande alegria, o motivo pelo qual eu sorrio todos os dias, o amor mais puro que eu já conheci – tenho certeza de que quem é mãe sabe bem do que eu estou falando. Por isso mesmo, eu me perguntava o tempo todo sobre esse vazio e como podia me sentir triste, se estava tão feliz. O que estava acontecendo comigo? E como é que eu poderia falar para alguém sobre esses conflitos de emoções que vivenciava? Será que as pessoas me entenderiam? Fiquei bem perdida com a situação… Então, resolvi buscar dentro de mim o real motivo e descobri que, junto com essa melancolia, a insegurança e o medo também estavam presentes.

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Os primeiros dias com um bebê em casa são muito difíceis. Ao chegar da maternidade, eu me via sozinha com um ser pequenino, frágil, que dependia exclusivamente de mim. Vários tipos de medos me assombraram e eu me perguntava se conseguiria dar conta de tudo, afinal, nem sempre você acredita que será capaz de passar noites acordadas e, ainda assim, estar disposta para mais um dia quando amanhecer. É claro que a exaustão tomou conta de mim nos primeiros meses de vida da Laura, mas ela não me derrubou. Foi aí que comecei a entender frases antigas que ouvia, como aquela que diz que toda mãe vira uma leoa. É assim mesmo: apesar das dificuldades e emoções que sentimos, um amor muito grande nos inunda – o que nos dá forças para continuar, lutar, sorrir e agradecer!

Depois de pesquisar histórias parecidas com a minha, ler sobre o assunto na Internet e em livros, descobri que eu passei pelo período baby blues, que geralmente dura até 15 dias após o parto. Da mesma forma que ele chega inesperadamente, também vai embora do nada. Depois, os hormônios vão se normalizando, você acaba se acostumando com a nova fase que está vivendo e tudo fica bem! Pelo menos, foi assim que aconteceu comigo. Acredito que esse momento é um marco que as mulheres vivenciam ao entrar nas descobertas que o mundo da maternidade traz.

Ainda hoje, não é fácil expor tudo o que eu senti, mas faço isso porque quero ajudar as outras mães que se identificam com a minha história. Acreditem: tudo passa! Acho que um dos maiores problemas é que estamos o tempo todo nos comparando e, muitas vezes, vemos uma maternidade perfeita nos livros, na televisão e nas redes sociais. Como se o fato de ser mãe garantisse uma felicidade plena e eterna para as mulheres. É claro que um filho muda as nossas vidas e traz inúmeras coisas boas, mas junto com a alegria, muitos sentimentos conflituosos também aparecem. É natural. Por fim, gostaria de dizer que nem tudo são flores na vida de uma mãe, mas ainda assim temos a oportunidade de conhecer um amor incondicional, diferente de todos os outros. Vale a pena!”

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