Ministério da Saúde muda parâmetros de notificação da microcefalia

Seguindo os padrões da OMS, governo brasileiro reduz a medida do perímetro cefálico considerado suspeito de microcefalia.

Por Carla Leonardi (colaboradora)
Atualizado em 28 out 2016, 03h21 - Publicado em 9 mar 2016, 16h38
Thinkstock/Getty Images
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Em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira, 9, o Ministério da Saúde anunciou as atualizações do protocolo da microcefalia e divulgou um novo boletim epidemiológico. Até o momento, foram confirmados 745 casos da malformação cerebral e de outras alterações neurológicas, enquanto 4.231 continuam sob investigação. Em todo o Brasil, são 282 municípios afetados e, em relação aos óbitos, há a confirmação de 37 mortes após o parto ou durante a gestação causadas por microcefalia e/ou problemas no sistema nervoso central.

Entre as principais novidades do protocolo estão as medidas estabelecidas para notificar a microcefalia, que, a partir de agora, são baseadas nos novos padrões anunciados pela Organização Mundial de Saúde (OMS): meninas com perímetro cefálico igual ou menor que 31,5 cm e meninos com menos de 31,9 cm serão considerados casos suspeitos – antes o parâmetro adotado era o de 32 cm para ambos os sexos. “Isso vai evitar que crianças normais entrem nas estatísticas e que as mães fiquem preocupadas”, declarou Wanderson Oliveira, coordenador-geral de Vigilância e Resposta às Emergências em Saúde Pública.

A mudança, que vale para bebês nascidos com 37 ou mais semanas de gestação, tem o objetivo de padronizar as referências para todos os países. Vale destacar que a aferição do perímetro deve ser feita, idealmente, após as primeiras 24 horas do nascimento ou, no máximo, até a primeira semana de vida. No entanto, o diagnóstico de microcefalia e da sua associação a outras infecções só poderá ser confirmado após a realização de exames complementares, já que a medida do crânio não é um fator determinante, ou seja, bebês com o tamanho da cabeça um pouco abaixo da medida padrão não terão, necessariamente, malformações.

Já para os bebês prematuros, a alteração acontece na curva de referência utilizada para estabelecer ou não a suspeita de microcefalia. Antes, era usada a curva de Fenton e, agora, será utilizada a de InterGrowth, que tem como referência a idade gestacional da criança.

Ainda em consonância com a OMS, o Ministério da Saúde passou a orientar as mulheres grávidas a ter relações sexuais com camisinha para evitar a contaminação pelo zika vírus. “A recomendação para gestantes é que façam sexo seguro com parceiros que estiveram em regiões endêmicas”, afirmou Marcelo Castro, Ministro da Saúde. 

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