Melasma na gravidez: saiba como prevenir e tratar
Entenda como surge o melasma e a melhor forma de cuidar da sua pele para evitar as manchas
As mudanças hormonais da gravidez afetam o corpo de diversas maneiras, e a pele não fica de fora dessas transformações. Um dos efeitos mais comuns é o surgimento de manchas escuras no rosto, conhecidas como melasmas. Embora possam causar preocupação, existem formas de prevenção e tratamentos eficazes para minimizar o problema após o parto.
O que são os melasmas e por que aparecem?
O melasma é uma alteração na pigmentação da pele caracterizada pelo surgimento de manchas escuras, geralmente no rosto, principalmente na testa, bochechas e acima do lábio superior. Essas manchas surgem devido a uma atividade excessiva dos melanócitos, células responsáveis pela produção de melanina, o pigmento que dá cor à pele.
Essas células atuam como defesa da pele contra fatores externos, produzindo mais pigmentação para proteger contra raios ultravioleta, luz visível e infravermelho. Durante a gravidez, a variação hormonal aumenta a sensibilidade dos melanócitos, tornando a pele mais propensa às manchas.
Além da gestação, outros fatores podem intensificar o problema, como exposição ao sol sem proteção, predisposição genética e uso de anticoncepcionais hormonais.
Como prevenir o melasma na gravidez?
Durante a gestação, os tratamentos clareadores tradicionais não são recomendados, pois a maioria dos produtos disponíveis no mercado contém substâncias químicas que podem ser prejudiciais ao bebê. A melhor forma de evitar ou minimizar o problema é a prevenção.
O uso diário de protetor solar é indispensável para gestantes, preferencialmente com fator de proteção acima de 50 e indicado para esse período. Além disso, outras medidas ajudam a reduzir a exposição da pele aos agentes que podem piorar as manchas:
- Evitar exposição solar direta: sempre que possível, utilizar chapéus e óculos de sol ao sair de casa.
- Usar protetores físicos: além dos filtros solares comuns, existem protetores em bastão e bases com cor que ajudam a bloquear a luz visível, que também pode estimular a pigmentação.
- Manter a pele hidratada: cremes hidratantes ajudam a fortalecer a barreira cutânea e minimizar os impactos das mudanças hormonais.
- Ter uma alimentação equilibrada: alimentos ricos em antioxidantes, como frutas cítricas, vegetais e oleaginosas, podem ajudar a combater a inflamação e proteger a pele.
Tratamentos para melasma após a gestação
Após o parto, algumas manchas podem clarear naturalmente com o tempo, conforme os hormônios voltam ao seu equilíbrio. No entanto, em muitos casos, o melasma persiste e exige cuidados específicos.
Os tratamentos para clarear as manchas variam de acordo com a profundidade e a intensidade do melasma. O primeiro passo é a avaliação dermatológica para identificar o grau da hiperpigmentação e indicar a melhor abordagem.
Entre os tratamentos disponíveis, estão:
- Uso de cremes clareadores: manipulados de acordo com as necessidades da paciente, podem conter substâncias como ácido tranexâmico, hidroquinona, arbutin e ácido kójico.
- Peelings químicos: promovem uma renovação da pele e podem ajudar a reduzir as manchas ao longo de algumas sessões. Os mais utilizados contêm ácidos como mandélico, fítico, elágico e retinóico.
- Injeções com substâncias clareadoras: o ácido tranexâmico injetável é uma opção para tratar melasmas mais resistentes.
- Laser e luz pulsada: tecnologias que ajudam a atenuar a pigmentação sem causar danos à pele ao redor. O tratamento deve ser feito com cautela e por profissionais especializados.
Uma das tecnologias que pode auxiliar no diagnóstico e acompanhamento do tratamento é a dermatoscopia digital de alta resolução com luz polarizada. Esse exame permite avaliar a profundidade do melasma e se há microvasos associados, ajudando a definir a abordagem mais eficiente.
Consultoria: Michele Haikal, dermatologista
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