Líquido amniótico: o que é, para que serve e quando ele pode estar em baixa
Essencial para segurança e saúde do bebê, entenda mais a importância do líquido amniótico

O líquido amniótico é essencial para o desenvolvimento do bebê. Ele protege contra impactos, permite que o feto se movimente e auxilia na formação de órgãos, como os pulmões. No início da gestação, a placenta é responsável por produzi-lo. Conforme o bebê cresce, a pele e os pulmões passam a contribuir para essa produção. Após o quarto mês, cerca de dois terços do líquido vêm da urina do bebê, uma substância estéril e livre de bactérias.
Esse líquido é constantemente renovado dentro da bolsa amniótica. O bebê engole parte dele, que é absorvido pelo intestino e depois eliminado pelos rins. Estudos mostram que o sabor do líquido pode ser alterado de acordo com a alimentação da mãe, e ultrassons já registraram fetos fazendo caretas ao perceber essas mudanças.
O volume do líquido amniótico aumenta conforme a gestação avança, atingindo cerca de um litro por volta da 38ª semana. A partir desse ponto, ele começa a diminuir naturalmente até o parto. Seu nível deve se manter equilibrado para garantir o bem-estar do bebê. Se houver muito líquido (polidrâmnio) ou pouco (oligoâmnio), pode ser necessário um acompanhamento médico mais detalhado.
Como é feito o diagnóstico do volume do líquido amniótico?
Durante o ultrassom, o médico mede diferentes áreas contendo líquido dentro da bolsa para calcular o Índice do Líquido Amniótico (ILA). Se houver qualquer alteração, o especialista analisará a causa e indicará o melhor tratamento.
Quando há excesso de líquido amniótico (polidrâmnio)
- Causas: Pode estar relacionado à diabetes gestacional, dificuldades do bebê para engolir o líquido (causadas por obstruções no sistema digestivo) ou gestação de gêmeos que compartilham a mesma bolsa.
- Riscos: O crescimento excessivo do útero pode levar ao rompimento da bolsa antes da hora e aumentar o risco de parto prematuro. Além disso, a mãe pode sentir dificuldades para respirar, já que o útero pressionado pode afetar os pulmões.
- Tratamento: Se a causa estiver na mãe, como diabetes, o tratamento adequado pode ajudar a normalizar os níveis do líquido. Em casos mais graves, pode ser feita a amniorredução, que consiste na retirada de líquido com uma agulha guiada por ultrassom. Esse procedimento tem alguns riscos, como a possibilidade de rompimento da bolsa ou infecção, por isso deve ser bem avaliado pelo médico.
Quando há pouco líquido amniótico (oligoâmnio)
- Causas: A deficiência na irrigação da placenta ou problemas no sistema excretor do bebê podem reduzir a produção do líquido. Fatores como hipertensão materna, uso de drogas e desidratação severa também podem influenciar. Além disso, um rompimento precoce da bolsa pode causar essa diminuição.
- Riscos: No início da gestação, pode afetar o desenvolvimento dos pulmões e impedir que o bebê se movimente adequadamente. No final da gravidez, pode aumentar os riscos de baixo peso e compressão do cordão umbilical, o que prejudica a oxigenação e nutrição do bebê.
- Tratamento: O médico avaliará a causa e poderá recomendar hidratação intensiva, repouso ou até antecipação do parto, caso o risco para o bebê seja elevado. Em algumas situações, a amnioinfusão pode ser uma opção, onde um líquido estéril é injetado no útero para aumentar o volume.
A bolsa rompeu antes da hora. O que fazer?
A bolsa amniótica se rompe antes das contrações em cerca de 10% das gestações. Se isso ocorrer próximo ao final da gravidez, o bebê pode nascer em breve. O líquido tem um cheiro característico, semelhante ao de água sanitária, e pode vazar em grande quantidade ou apenas um pouco, o que pode ser confundido com urina.
Caso a ruptura aconteça, a recomendação é entrar em contato com o médico e ir para a maternidade. A maioria das mulheres entra em trabalho de parto entre seis e oito horas após o rompimento. Dependendo do tempo decorrido, o médico pode administrar ocitocina para estimular as contrações e evitar infecções.
O que o líquido amniótico pode revelar sobre a saúde do bebê?
A análise do líquido amniótico permite diagnosticar diversas condições fetais. O exame mais comum é a amniocentese, feita com uma agulha fina guiada por ultrassom. Ele pode identificar alterações genéticas, como a síndrome de Down, além de doenças metabólicas, incompatibilidade do fator Rh entre mãe e bebê e infecções.
Esse exame não é indicado para todas as gestantes, pois há um pequeno risco de aborto. Geralmente, ele é recomendado para grávidas acima de 35 anos, mulheres com histórico familiar de doenças genéticas ou quando exames anteriores indicam possíveis problemas.
Como manter os níveis de líquido amniótico equilibrados?
- Beber bastante água e manter-se hidratada ao longo da gestação.
- Praticar exercícios moderados, como hidroginástica, que pode contribuir para o aumento do líquido.
- Evitar situações de estresse intenso, que podem afetar a produção do líquido.
- Fazer acompanhamento pré-natal regular para identificar qualquer alteração a tempo de ser tratada.
Se houver qualquer preocupação com o volume do líquido amniótico, a melhor atitude é conversar com o obstetra para avaliar a necessidade de exames ou mudanças na rotina.