Hiperêmese gravídica: quando o enjoo vai além do esperado na gravidez

Dicas para cuidar do enjoo e quando é necessário buscar ajuda médica

Por Redação Pais e Filhos
15 jun 2025, 07h00
Gravidez: Entenda a conexão dos hormônios com o enjoo matinal
 (nd3000/Getty Images)
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Durante a gestação, é comum que o corpo passe por transformações que afetam diretamente o bem-estar da mulher. Entre os sintomas mais conhecidos está o enjoo, principalmente no primeiro trimestre. No entanto, quando o mal-estar se torna intenso, com episódios frequentes de vômitos e dificuldade para manter líquidos ou alimentos no estômago, pode se tratar de uma condição chamada hiperêmese gravídica.

O que é a hiperêmese gravídica

A hiperêmese é uma forma mais severa de enjoo gestacional. Caracteriza-se por náuseas persistentes e vômitos em excesso, que comprometem a ingestão de líquidos e alimentos e, em muitos casos, levam à perda de peso e desidratação. Geralmente começa entre a 4ª e 6ª semana de gestação e tende a melhorar por volta da 16ª semana. No entanto, em alguns casos, os sintomas persistem até o final da gravidez.

Estima-se que entre 0,5% e 2% das gestantes apresentem esse quadro, que representa uma das principais causas de internação hospitalar nas primeiras semanas de gestação.

Sintomas que vão além do enjoo comum

Diferenciar o enjoo tradicional da gravidez de um quadro de hiperêmese pode ser um desafio, mas alguns sinais indicam a necessidade de atenção médica. Entre eles:

  • Vômitos frequentes ao longo do dia, não apenas pela manhã
  • Dificuldade para ingerir líquidos e alimentos
  • Perda de peso em curto período
  • Sinais de desidratação, como boca seca, tontura e urina escura
  • Salivação excessiva e sensibilidade a odores

Se os episódios de vômito estão prejudicando sua rotina, impedindo a alimentação e provocando fraqueza, é hora de conversar com um profissional de saúde.

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Causas e fatores de risco

As causas da hiperêmese gravídica ainda não são totalmente conhecidas. Acredita-se que mudanças hormonais intensas, especialmente relacionadas ao hormônio gonadotrofina coriônica humana (hCG), estejam envolvidas. Fatores que aumentam o risco incluem:

  • Gravidez de gêmeos ou múltiplos
  • Histórico de hiperêmese em gestações anteriores
  • Casos semelhantes na família
  • Sensibilidade a anticoncepcionais hormonais
  • Enxaquecas frequentes antes da gravidez
  • Sobrepeso ou condições médicas pré-existentes

Impactos no dia a dia e saúde emocional

A hiperêmese pode afetar significativamente a qualidade de vida da gestante. O mal-estar contínuo interfere no trabalho, nos cuidados com a casa e até no convívio familiar. Além das limitações físicas, muitas mulheres relatam sentir tristeza, frustração e solidão, especialmente quando não encontram compreensão ao redor.

Essa sobrecarga pode gerar impactos emocionais duradouros, inclusive influenciando a decisão de ter outros filhos no futuro.

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Cuidados e tratamento

O tratamento depende da intensidade dos sintomas. Casos leves podem ser manejados com mudanças na alimentação, repouso e medicamentos prescritos pelo obstetra. Já os quadros mais intensos exigem internação para reposição de líquidos, controle dos vômitos com medicações mais potentes e acompanhamento nutricional.

Algumas estratégias complementares podem ajudar:

  • Hidratação fracionada: pequenos goles de água ao longo do dia, além de picolés ou gelo
  • Alimentação leve, em pequenas porções, sempre respeitando o que o corpo tolera
  • Apoio emocional e auxílio em casa e no trabalho
  • Técnicas alternativas, como uso de gengibre e acupressão, com autorização médica

E o bebê, corre risco?

Apesar do desconforto vivido pela gestante, a hiperêmese não costuma afetar diretamente o bebê. Quando o tratamento é iniciado a tempo, os riscos são mínimos. Em casos mais graves, pode haver restrição de crescimento fetal ou nascimento com baixo peso, mas o bebê costuma recuperar-se bem com os cuidados adequados.

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Quando procurar o médico

É fundamental buscar ajuda profissional se:

  • Os vômitos persistirem por mais de 12 semanas
  • Houver sinais de desidratação ou perda significativa de peso
  • Surgirem outros sintomas como febre, dor abdominal ou sangue no vômito

A validação do que se está sentindo é parte do tratamento. Mesmo que os sintomas sejam invisíveis aos outros, é essencial confiar no próprio corpo e não minimizar o que está acontecendo.

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