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Governo lança plano de atenção à saúde de gestantes e bebês com microcefalia

O objetivo é promover o diagnóstico precoce da infecção pelo vírus zika na gravidez e garantir que os pequenos que nascem com a malformação cerebral recebam os devidos cuidados.

Por Luiza Monteiro
Atualizado em 28 out 2016, 11h16 - Publicado em 14 dez 2015, 17h28

O Ministério da Saúde anunciou, nesta segunda-feira (14), o lançamento do Protocolo de Atenção à Saúde e Resposta à Ocorrência de Microcefalia Relacionada à Infecção pelo Vírus Zika. O documento tem como objetivo orientar as ações para a atenção às mulheres em idade fértil, gestantes e puérperas contaminadas pelo vírus zika e aos bebês nascidos com a malformação cerebral – que somam 1 761, de acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pela pasta, no dia 5 de dezembro.

O plano reforça, entre outras coisas, o papel das equipes de saúde na orientação de casais que desejam engravidar sobre os cuidados necessários para evitar a infecção pelo zika durante a gravidez. Entre eles estão o uso de calças compridas e blusas de mangas longas e a aplicação de repelentes. Para aqueles que não planejam ter filhos, os profissionais devem destacar a importância dos métodos contraceptivos.

O novo protocolo também propõe que agentes comunitários intensifiquem as buscas por gestantes que foram contaminadas pelo vírus, para que elas façam o pré-natal da forma correta e os bebês com microcefalia recebam o acompanhamento adequado desde cedo. Esses profissionais também deverão visitar as futuras mamães e orientá-las para o cumprimento do calendário vacinal. Além disso, eles precisam investigar e registrar, em uma caderneta e no prontuário da paciente, a ocorrência de sintomas da infecção pelo zika – que incluem manchas vermelhas, febre e coceira.

Parto

O documento reforça que não há contraindicação para o parto normal de crianças com microcefalia. Inclusive, é indicado que se mantenha práticas de estímulo aos vínculos, como o contato pele a pele após o nascimento e a amamentação na primeira hora de vida. Em relação ao aleitamento, o Ministério da Saúde ressalta que não há evidência científica de que o vírus zika é transmitido pelo leite materno.

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Após a chegada dos pequenos ao mundo, aqueles com indícios da malformação serão submetidos a exame físico e medição do perímetro cefálico, que é a circunferência da cabeça. Os que tiverem essa medida menor do que 32 centímetros serão considerados suspeitos de serem microcéfalos. Esses recém-nascidos passarão por exames neurológicos e de imagem, sendo a ultrassonografia transfontanela a primeira opção indicada. A tomografia deverá ser feita quando a fontanela (moleira) estiver fechada. Somente após a realização desses procedimentos é que o diagnóstico será confirmado.

O protocolo também sistematiza a necessidade de triagens neonatais, a exemplo dos testes do Olhinho, da Orelhinha e do Pezinho.

Estimulação precoce

O novo documento define as diretrizes para a estimulação precoce dos bebês nascidos com microcefalia. “Todas as crianças com esta malformação congênita confirmada deverão ser inseridas no Programa de Estimulação Precoce, desde o nascimento até os três anos de idade, período em que o cérebro se desenvolve mais rapidamente”, diz o ministério, em nota. A ideia é explorar ao máximo o potencial desses pacientes, englobando seu desenvolvimento físico, neurológico, comportamental, cognitivo, social e afetivo. O atendimento será oferecido em serviços de reabilitação distribuídos em todo o país, nos Centros Especializados de Reabilitação (CER), Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) e Ambulatórios de Seguimento de Recém-Nascidos.

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