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41 milhões de crianças menores de 5 anos estão obesas no mundo, segundo OMS

Em relatório divulgado no dia 25 de janeiro, a Organização Mundial da Saúde aponta que os maiores índices de excesso de peso nos pequenos vêm de países em desenvolvimento.

Por Luiza Monteiro
Atualizado em 28 out 2016, 07h57 - Publicado em 29 jan 2016, 16h53

Criança gordinha não é sinal de saúde – ao contrário: se não controlado, o excesso de peso acarreta problemas como pressão e colesterol altos, diabetes tipo 2, além de complicações de pele e nas articulações. E o pior é que os índices de meninos e meninas obesos só cresce. Prova disso é um novo levantamento feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS), apresentado no último dia 25 de janeiro. Realizado ao longo de dois anos em mais de 100 países, o estudo traz achados preocupantes.

Os resultados demonstram que o número de crianças obesas menores de 5 anos saltou de 31 milhões para 41 milhões entre os anos de 1990 e 2014. Nos países em desenvolvimento, o índice dobrou nesse período: foi de 7,5 milhões para 15,5 milhões. Em 2014, 48% dos pequenos acima do peso se concentravam em nações da Ásia e 25% estavam na África – sendo que no continente africano, a taxa pulou de 5,4 milhões para 10,3 milhões.

“O excesso de peso impacta na qualidade de vida da criança, já que ela enfrenta uma série de barreiras, incluindo consequências físicas, psicológicas e de saúde. Nós também sabemos que a obesidade interfere na educação e isso, combinado com a probabilidade de que o problema persista pela vida adulta, traz repercussões financeiras e de saúde não só para esses pequenos, mas também para suas famílias e a sociedade como um todo”, analisa Sania Nishtar, uma das presidentes da Comissão para o Fim da Obesidade Infantil (ECHO, na sigla em inglês), que conduziu a pesquisa.

O relatório também demonstra que a meninada está crescendo em ambientes que favorecem os quilos extras, especialmente nos países de baixa renda. E, de acordo com a OMS, o fator que mais interfere nisso são as propagandas de alimentos não saudáveis – como fast foods – e de bebidas açucaradas, a exemplo de refrigerantes e sucos industrializados.

“É necessário envolvimento político para enfrentar o desafio global da obesidade infantil”, diz Peter Gluckman, que também é membro da presidência da ECHO. “A OMS precisa trabalhar com governantes a fim de implementar medidas que atuem nas causas do excesso de peso, ajudando essas crianças a terem uma vida saudável, como elas merecem”, conclui Gluckman. A entidade já deu o primeiro passo para alcançar esse objetivo. No relatório, ela propõe uma série de recomendações aos líderes mundiais que pretendem reverter esse quadro. São elas: promover o consumo de alimentos saudáveis e a prática de atividade física, incentivar o controle de peso e fortalecer as orientações para os cuidados na gravidez, minimizando, assim, fatores de risco para a obesidade no futuro. 

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