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Nasce uma mãe e, com ela, a culpa

Esse sentimento surgiu na sua vida com a maternidade? Confira o relato de uma mãe sobre o assunto.

Por Luísa Massa
Atualizado em 22 out 2016, 15h58 - Publicado em 11 Maio 2015, 11h04

Fernanda Castello, 31 anos, é mãe da Mariah, de 2 anos, fotógrafa e idealizadora do blog Pra se Inspirar. Aqui, ela fala sobre a culpa que toda mulher sente ao se tornar mãe. Veja!

“Quando peguei a Mariah pela primeira vez no colo e ouvi o chorinho dela, o mundo parou por alguns segundos. Naquele momento, eu senti um grande aperto no coração e o atribuí a enorme alegria de estar realizando o maior sonho da minha vida: a maternidade. Mas, hoje em dia, acho que não foi só isso. Ali, eu estava renascendo: uma nova Fernanda surgia, eu não era mais a mesma. Nunca fui de sentir muita culpa — apesar de impulsiva, sou muito racional nas minhas decisões e, quando faço uma escolha, sigo em frente. Mas, como mãe, sou um fracasso nesse sentido.

Perdi as contas de quantas vezes, depois que a minha filha dormiu, eu fiquei olhando para ela e me sentindo a pior pessoa do mundo. Culpa por não ter conseguido amamentar o quanto queria, culpa por ter colocado a mamadeira na boca dela, culpa porque fiz cesárea, culpa porque ela caiu do berço, culpa porque gritei demais, culpa porque coloquei de castigo, culpa porque dei batata do restaurante para ela comer só para conseguir engolir o meu prato, culpa porque sou muito protetora. Culpa, culpa, culpa!

O bom é que tudo passa: as fases terminam rápido, uma coisa vai atropelando a outra e o lado ruim a gente acaba esquecendo. Já não me lembro mais de quanto eu ficava cansada porque minha filha acordava de 50 em 50 minutos a noite toda. Agora, ela já sobe na mesa de jantar e essa é minha maior preocupação do momento!

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É tudo tão novo sempre, todos os dias! Aprendi que não devemos ficar nos martirizando por cada coisa que julgamos errada. Devemos aproveitar, pois quando piscamos os olhos, o bebê já engatinhou, escalou o berço e até subiu no escorregador sozinho. O amanhã é um novo dia de descobertas e conquistas.

Sabe qual a única culpa que eu não sinto hoje? De me doar por inteira, de passar 24 horas do meu dia com a Mariah, de dormir com ela e amá-la mais que a mim. Quero viver tudo o que puder! Sei que ela vai crescer e, inevitavelmente, andar com as próprias pernas pelo mundo. Mas antes que isso aconteça não pecarei por excesso de zelo e amor.”

*Depoimento publicado originalmente em 05/01/2015.

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