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Mãe compartilha lista com comentários maldosos sobre a filha com Síndrome de Down

"Não é quem ela É, é o que ela TEM", ressaltou Caroline Boudet.

Por Priscila Doneda
Atualizado em 28 out 2016, 07h20 - Publicado em 11 jun 2015, 13h23

Depois do nascimento de Louise, há quatro meses, a jornalista francesa Caroline Boudet tem recebido comentários maldosos por sua pequena ter nascido com Síndrome de Down.

Insatisfeita com as observações feitas por um médico e por algumas enfermeiras durante um exame de rotina de Louise, a mãe decidiu usar o Facebook para divulgar uma lista de declarações inapropriadas e equivocadas que são ditas sobre a sua filha. O objetivo dela é fazer com que as pessoas reflitam antes de fazerem tais colocações desastrosas. “Eu sei que se você nunca passou por isso, não pensa a respeito, mas as palavras importam. Elas podem tanto confortar quando machucar”, pontuou.

“Esta é minha filha, Louise. Ela tem quatro meses, duas pernas, dois braços e um cromossomo a mais”, definiu a mãe. “Ela é um bebê de quatro meses que, por acaso, tem Síndrome de Down. Não é o que ela É, mas o que ela TEM. Você nunca diria ‘Ela é uma criança cancerígena'”, continuou.

Segundo a jornalista, o que a incentivou a expor o seu drama foi o fato de que muitas pessoas também passam pela mesma situação. “A cada ano (na França), há 500 novas ‘mães de Louise’ que podem ter seu dia arruinado por esse tipo de comentário”, explicou.

Até a tarde desta quinta-feira (11), o texto já recebeu mais de 22 mil curtidas e 32 mil compartilhamentos. Nas redes, muitas pessoas ao redor do mundo se mobilizaram e começaram a contar experiências de amigos e familiares que possuem Síndrome de Down, enquanto Caroline fundou uma comunidade em apoio e em homenagem à filha.

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(English translation below!)[LES MOTS SONT IMPORTANTS] Elle, c’est ma fille. Louise. Qui a quatre mois, deux bras deux…

Posted by Caroline Boudet on Segunda, 8 de junho de 2015

Leia o desabafo de Caroline na íntegra:

“Esta é minha filha, Louise. Ela tem quatro meses, duas pernas, dois braços e um cromossomo a mais. Por favor, quando encontrar alguma Louise, não pergunte à mãe dela: ‘Como isso não foi detectado durante a gravidez?’. Provavelmente foi, e os pais tomaram a decisão de ficar com o bebê. Ou se não foi, a surpresa foi grande o bastante para que eles não precisem ser lembrados sobre isso. Tenha em mente que as mães têm uma tendência de se sentirem culpadas por qualquer coisa, então, um cromossomo extra não previsto… Eu não preciso explicar.

Não diga à mãe dela: ‘É sua filha, da maneira que for’. Não, é minha filha, ponto. Mais: ‘damaneiraquefor’ é quase uma palavrão, prefiro chamá-la de Louise.

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Não diga à mãe dela: ‘Como ela é um bebê com Down, ela vai…’. Não. Ela é um bebê de quatro meses que, por acaso, tem Síndrome de Down. Não é o que ela É, mas o que ela TEM. Você nunca diria ‘Ela é uma criança cancerígena’. 

Não diga: ‘Eles são assim ou assado’. Cada um ‘deles’ têm suas características, personalidade, gostos, vida. ‘Eles’ são tão diferentes entre si quanto você é de seu vizinho. 

Eu sei que se você nunca passou por isso, que não pensa a respeito, mas as palavras importam. Elas podem tanto confortar quanto machucar. Então, apenas pense um pouco, especialmente se você é um médico ou enfermeira de qualquer tipo. 

Normalmente, não deixo meu status ‘público’ no Facebook, mas esse post vai ser. Você pode ler e compartilhar, se quiser. Porque, a cada ano (na França), há 500 novas ‘mães de Louise’ que podem ter seu dia arruinado por esse tipo de palavras. Eu sei que você não quer ser magoar. Mas você precisa saber disso.”

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