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Fraldas Ecológicas em bebês: vale a pena testar?

Modernas, as fraldas de pano estão cada vez mais presentes na rotina das mães. Entenda o que são e como devem ser usadas.

Por Carla Leonardi
Atualizado em 29 jun 2018, 22h51 - Publicado em 29 jun 2018, 22h46

“Não tenho tempo para isso”, “não acho higiênico” e “prefiro a praticidade” são os comentários mais comuns quando o assunto é fralda ecológica. E se você tem idade para se lembrar das antigas fraldas de pano e das calças de plástico, tem motivos para não ver essa tendência com bons olhos. Mas a verdade é que as coisas mudaram, ficaram mais fáceis e estão ganhando cada vez mais espaço no mundo da maternidade.

Boa para o bolso e para o meio ambiente

Ao longo de um ano, um bebê usa em média 3800 fraldas descartáveis, todas encaminhadas a aterros sanitários, onde levam de 450 a 600 anos para se decompor. Foi pensando nesse prejuízo ao meio ambiente – e, consequentemente, a nós mesmos – que as fraldas ecológicas começaram a se tornar uma opção entre as mães.

Além dessa questão, a economia de dinheiro também vem a calhar: com as fraldas de pano modernas, 24 unidades dão conta de um enxoval completo e, dependendo dos cuidados, podem durar por muito tempo. Além disso, quando tiverem que ir para o lixo, não causarão um grande dano, pois demoram apenas seis meses para se decompor.

Já em relação ao consumo de água e luz, não há por que se preocupar. Quando colocados na ponta do lápis, os recursos naturais necessários para produzir as fraldas descartáveis são muito mais danosos ao meio ambiente do que aquilo que será gasto para lavar os paninhos. O mesmo vale para o orçamento familiar: a economia ao deixar de comprar fraldas descartáveis compensa o eventual aumento nas contas de água e luz e o investimento inicial.

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Higiene e praticidade: as grandes questões

De fato, tirar a fralda, enrolar e jogar no lixo é muito mais fácil, e mudar para a lavável é abrir mão dessa rapidez – ao menos num primeiro momento. Laís Oliveira, que a partir de sua experiência enquanto mãe criou a marca de fraldas ecológicas Nós e o Davi, conta que a prática do dia a dia vai tornando tudo mais fácil.

“No início, realmente, demanda um pouco mais de tempo, principalmente no primeiro mês, mas depois a rotina da família vai se adaptando”, diz Laís. A empreendedora ainda explica o que mudou. “Diferentemente das fraldas de antigamente, que as mães precisavam deixar de molho, colocar para quarar, entre outras coisas, agora temos a tecnologia dos tecidos e a modelagem que facilitam muito. Então é basicamente colocar para lavar na máquina como qualquer outra roupa”, completa.

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Com as fraldas com cocô – a grande dúvida de quem quer começar a testar as ecológicas – recomenda-se descartar o cocô no vaso ou tirar o excesso com água, sem esfregar o pano. Depois, é só colocar na máquina em pré-lavagem antes de juntar com as outras roupinhas do bebê e lavar tudo normalmente. “Por isso que dizemos que, com o passar do tempo, as fraldas entram no fluxo de lavagem normal das roupas do bebê”, comenta Laís.

Sobre acumular os paninhos após tirar o excesso de sujeira, ela ressalta que não há o menor problema, pelo contrário. “Os resíduos fazem até bem para a fralda não mofar. O ideal é deixar em um balde fechado, para evitar o contato com insetos”, explica. Algumas mães relatam o uso de gotas de vinagre nesse armazenamento, mas ele é opcional.

Como funciona

A fralda é composta por uma capa que tem o formato tradicional e um ou dois absorventes (paninhos em formato retangular que se encaixam na parte de dentro da estrutura). Para fechar, há velcros ou botões, e o tamanho da capa vai sendo ajustado conforme o tamanho da criança, com a cintura mais ou menos apertada, assim como as perninhas.

Quando o bebê faz xixi ou cocô, todo o resíduo é absorvido pelos forros e nada é passado para a capa. O que pode acontecer eventualmente, porém, é sujar as beiradas de dentro da estrutura, que aí sim deverá ser lavada. Como os panos são menos agressivos à pele do bebê e absorvem bem os resíduos, as fraldas ecológicas não pedem o uso de pomadas contra assadura, até mesmo porque elas podem impermeabilizar o tecido.

A frequência de troca não é exata, pois vai depender da quantidade de absorventes colocados, se são absorventes noturnos (que duram mais) ou não, do fluxo de xixi, entre outras questões. Em geral, com dois forros, a fralda tende a durar de quatro a seis horas. Quando a troca acontecer na rua, o ideal é guardar o absorvente em um saquinho impermeável até voltar para casa.

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Mudança pouco a pouco

Fazer a transição da fralda descartável para a ecológica não é tão simples quanto no mundo ideal. É por isso que se recomenda uma mudança aos poucos, com testes em um período do dia. “Eu sugiro uma quantidade de seis a oito fraldas para começar a testar, para que a família possa sentir a diferença e conhecer todos os benefícios, e que se faça isso num tempo em que mãe e bebê estão mais tranquilos em casa”, recomenda Laís.

Quando essa fase de testes estiver bem consolidada, é interessante dar continuidade à transição. Sobre os vazamentos – sobretudo os noturnos, principal preocupação – tem sido observado que eles acontecem com frequência menor do que com as fraldas descartáveis.

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Então, vale a pena testar?

A adaptação às fraldas de pano vai depender de cada família, pois embora algumas se acostumem rapidamente, o comum é levar um tempo até tudo se encaixar na rotina. Portanto, o importante é não rejeitar a possibilidade se as primeiras experiências derem errado e procurar saber se algo está sendo feito de maneira equivocada, evitando acidentes como os indesejados vazamentos.

A blogueira e youtuber Juliana Goes, mãe da pequena Anne Liv, fez um relato sincero em seu canal sobre a experiência com as fraldas ecológicas. Confira:

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