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Eu optei pela guarda compartilhada

Com o fim do casamento, você escolheria essa opção? Veja o relato de uma mãe que resolveu compartilhar a guarda do filho com o ex-marido.

Por Luísa Massa
Atualizado em 22 out 2016, 15h58 - Publicado em 11 Maio 2015, 11h16

Kéren Hapuque Nascimento do Amaral, 21 anos, é mãe do Gabriel, de 6 meses. Aqui, ela fala sobre a decisão de compartilhar a guarda do filho com o pai do pequeno*:

“Há dois meses me separei do pai de Gabriel. Apesar da nossa relação não ter dado certo, não quero que isso interfira na convivência dos dois. O pai dele sempre foi muito presente: durante a gravidez, no período em que estávamos casados e até hoje. No momento da separação, a guarda compartilhada foi uma escolha natural. Eu sempre fui uma pessoa que me coloco no lugar do outro e, se fosse o contrário, eu iria sofrer muito por não poder estar presente constantemente na vida do meu filho.

Para mim, um filho não é como um objeto que deve ser disputado, nem um meio de castigar alguém por qualquer coisa — isto é injusto e prejudicial para a criança. Se a relação acabou, que se preserve o melhor dela. Sem dúvidas, Gabriel é o que eu e o pai dele temos de mais precioso! Acima de todas as nossas diferenças, está o bem dele.

Gabriel tem apenas 6 meses e ainda é amamentado com o leite materno, então, ele acaba passando a maior parte do tempo comigo. Mas, sempre que o pai quer vê-lo e pode vir buscá-lo, eles ficam juntos — às vezes ele passa o dia inteiro fora. Não temos um horário pré-estabelecido para ficar com o pequeno, varia de acordo com a nossa disponibilidade: algumas vezes, o pai está passando por perto e resolve se encontrar com ele, outras vezes, eles vão passear. Aos finais de semana, nós dois queremos curtir o filhote. Por isso, já fomos ao parque juntos e foi uma experiência bem tranquila. Afinal, estamos aqui para acompanhar de perto nosso bebê e as descobertas dele.

Claro que nem tudo são flores. Às vezes, queremos ficar com o Gabriel no mesmo horário e alguém tem que ser flexível, mas dá para conciliar. O que aperta mesmo para mim é aquela boa e velha contradição de mãe: estamos sempre exaustas, querendo um tempo para nós, mas basta o bebê sair que a saudade é tão grande que nem descansar eu consigo. Nessas horas, eu fico pensando: são só algumas horinhas, imagine quando forem dias…

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No geral, esse esquema tem funcionado bem. A relação dele com o pai está sendo preservada e o vínculo reforçado. Mas sei que este modelo não funciona para todos os casais. Já vi muitas brigas na vara de família que mais parecem com cabos de guerra: o filho é o troféu de uma disputa que ninguém sai ganhando. Acho isso inadmissível e completamente prejudicial para o pequeno.

Para mim, o grande benefício da guarda compartilhada é evitar esse transtorno ao filho e, em vez de polarizar a relação dele com os pais, criar uma base sólida de apoio e muito amor à criança, fazendo com que ela cresça se sentindo segura, ciente de que os pais estão ali para unir as forças e lutar por ela sempre que for preciso.”

*Depoimento publicado originalmente em 19/01/2015.

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