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Como Kate e William usam o legado de Diana na criação dos filhos

George, Charlotte e Louis nunca conhecerão a avó paterna, mas o casal mantém os bons exemplos que ela deixou (e fotos suas espalhadas pela casa).

Por Raquel Drehmer
Atualizado em 19 jul 2018, 07h31 - Publicado em 19 jul 2018, 07h30
Como Kate e William usam o legado de Diana na criação dos filhos
 (Dominic Lipinski - WPA Pool/Getty Images)
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Realeza, sim; realidade, também. A forma como Diana quebrou protocolos na criação dos príncipes William e Harry é uma inspiração para a forma como Kate e William estão criando seus três filhos, George (4 anos), Charlotte (3) e Louis (2 meses).

O interessante é que não se trata de uma fórmula a la qualquer “super educadora” que tenha surgido nos últimos anos. O segredo está em ensinar as crianças a terem os pés no chão ao mesmo tempo em que se dá e se demonstra muito amor. Sem essa de manter a compostura: se precisarem rolar no chão do parque ou se molharem inteiros em um brinquedo de parque de diversões, eles fazem com um sorriso no rosto.

Além das situações do dia a dia, Diana deixou isso muito claro em uma viagem que fez com os dois filhos à Disney:

Diana William e Harry na Disney
(Pinterest/Reprodução)

E Kate se mostra bem à vontade com as crianças sempre que a programação permite:

“Ela mimaria as crianças”

Perguntado sobre que tipo de avó Diana seria, William deu uma resposta surpreendente. “Ela seria um pesadelo de avó, um absoluto pesadelo”, falou, rindo muito, para o documentário da HBO “Diana, Our Mother: Her Life and Legacy” (Diana, Nossa Mãe: Sua Vida e Legado). “Ela teria amado demais George e Charlotte [a gravação foi nove meses antes de Louis nascer, e não sabiam ainda que Kate estava grávida], mas ficaria tão embevecida que mimaria as crianças a cada chorinho delas. Ela provavelmente chegaria na hora do banho, faria uma festa incrível, com bolhas em todos os lugares, água por todo o banheiro, e então iria embora.”

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O comportamento de Diana imaginado por William não teria a ver com mimar, mas sim com demonstrar afeto. Quando William nasceu, em 1982, e Diana insistiu que queria participar da criação dele, foi considerada revolucionária. Depois do nascimento de Harry, declarou: “Abraço meus filhos até cansar e os coloco para dormir toda noite. Sempre dou a eles amor e afeto, porque isso é tão importante”.

Cena do documentário
Cena do documentário “Diana, Our Mother: Her Life and Legacy” (HBO/Divulgação)

De acordo com a especialista em família real Victoria Arbier, acredita-se que Diana tenha sido a primeira mãe da família real a efetivamente cuidar dos filhos. “Claro, é difícil saber com certeza, mas a Rainha Victoria achava os bebês feios, considerava amamentar um ato nojento e detestou todas as etapas de suas nove gestações”, afirma.

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Então, quando creditam a uma “middletonzação” todo o entrosamento entre Kate, William e as crianças, estão sendo injustos. A semente estava plantada em William desde antes de ele conhecer Kate na Universidade de St. Andrews.

Diana criou espaço para as crianças em viagens oficiais

Outra grande mudança introduzida por Diana na família real foi a presença das crianças nas viagens oficiais. Até ela se tornar mãe, isso não sequer cogitado.

Um exemplo bem claro: quando a Rainha Elizabeth II foi coroada, em 1953, deixou Charles e Anne (com 4 e 2 anos de idade) aos cuidados dos avós e dos empregados da família real para cumprir uma viagem de seis meses pelos países do Commonwealth. Não esteve presente nas festas de 5 e 3 anos dos dois, e todo mundo achou muito natural.

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Então, quando Charles e Diana foram informados que teriam que fazer uma mini-turnê pela Austrália e Nova Zelândia e Diana informou que William, aos 9 meses de vida, iria junto, foi um pequeno escândalo. “Foi brilhante, porque todos nos solidarizamos com ela. Porque nenhuma mulher quer deixar seu bebê para trás, e isso era o que tornava Diana tão amável”, diz Daisy Goodwin, autora do livro “Minha Última Duquesa”.

Kate e William seguem essa quebra de protocolo com o maior prazer: as crianças sempre estão com eles em viagens oficiais. A estreia de George foi aos 8 meses de vida, em uma viagem com os pais para a Austrália. Charlotte fez sua primeira viagem oficial com a família para o Canadá, quanto tinha um ano e quatro meses.

William George Kate Charlotte no Canadá 2016
William, George, Kate e Charlotte chegam ao Canadá em setembro de 2016 (Chris Jackson/Getty Images)

Sem pressão sobre os futuros reis

Um dia, William será rei. Depois dele, o rei será George. Mas nenhum dos dois jamais sofreu pressão dos pais por causa disso. O motivo, aparentemente, é o fato de Charles ter se sentido muito pressionado na infância, a ponto de não ter amiguinhos fora dos círculos reais; diz-se que a família chegava a contratar grupos de crianças para irem brincar com ele e Anne no palácio, para simular alguma sensação de normalidade

Sabendo disso, Diana procurou dar ao primogênito toda a normalidade possível em relação ao papel que lhe foi atribuído. Deixou que ele fosse uma criança normal, estudasse em uma escola com crianças plebeias, levou-o a lanchonetes de rua e repetiu o programa muitas vezes depois que Harry nasceu.

Assim tem sido também com George. Desde os 3 anos, ele estuda em escolas para crianças “comuns” (no sentido de não serem da realeza) e tem seus amiguinhos. Até onde se comenta, ele ainda não tem ideia de que será rei um dia, assim como Charlotte, fã de princesas da Disney, nem imagina que ela própria seja uma princesa da vida real.

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Príncipe William leva George à escola
Príncipe William leva George à Thomas’s Battersea, em Londres, escola frequentada por crianças “comuns” (não obrigatoriamente da realeza) (Richard Pohle - WPA Pool/Getty Images)

George, Charlotte e Louis nunca conhecerão a avó paterna, mas toda a forma como estão sendo criados tem marcas de Diana. Além disso, William e Kate fazem questão de manter fotos dela pelo palácio em que moram, para que a imagem da vovó sempre seja familiar. “É importante que eles saibam quem ela foi e que ela existiu”, justificou William ao documentário.

No que depender das gerações que ainda assumirão o trono britânico, o legado de Diana nunca morrerá.

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