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Carrinho de bebê: novas regras garantem mais segurança para o produto

Todos os modelos só poderão ser vendidos se tiverem o selo do Inmetro. No entanto, pesquisa aponta que segurança ainda é um problema entre os carrinhos.

Por Luiza Monteiro
Atualizado em 28 out 2016, 00h47 - Publicado em 13 jul 2015, 17h07

Terminou na última sexta-feira, 10, o prazo para que o comércio varejista brasileiro se adeque às normas para a venda de carrinhos de bebê estabelecidas em 2012 pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). A partir de agora, todos os modelos só poderão ser comercializados se estiverem registrados no Inmetro e apresentarem o selo do órgão, o que garante que o produto passou pelas avaliações de segurança necessárias. Entre os aspectos analisados antes de o carrinho ir para as lojas estão os cintos de segurança, a eficiência do sistema de freios e fechamento, a inflamabilidade do tecido, a estabilidade e a existência de furos que possam prender partes do corpo da criança.

Fabricantes e importadores tiveram 24 meses para se adequar à regulamentação; já o varejo teve 36 meses para escoar os estoques. Agora, fornecedores que comercializarem produtos sem o selo do Inmetro e sem registro poderão ser multados (a penalização varia de R$ 100 a R$ 1,5 milhão) e ter suas mercadorias apreendidas.

Acidentes

A medida foi tomada com o objetivo de reduzir os altos índices de acidentes envolvendo carrinhos de bebê. Para ter ideia, em um levantamento feito pelo Inmetro entre 2007 e 2012, 15% dos casos relatados ao instituto envolviam itens para crianças. Desses, 8,7% ocorreram com carrinhos.

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Segurança ainda é problema

No início de julho, a PROTESTE Associação de Consumidores divulgou os resultados de um teste que avaliou, entre outras coisas, a segurança de cinco modelos de carrinhos do tipo berço à venda no mercado brasileiro. Os produtos analisados foram: Ayoba Galaxy 30600, Burigotto Euro 6, Galzerano Maranello, Hércules Diamante e Voyage Funny.

Foram investigados a integridade estrutural, os dispositivos de freio, as rodas, as proteções e as marcações. Segundo a PROTESTE, com exceção dos carrinhos das marcas Ayoba e Burigotto, todos apresentaram problemas de segurança.

Os mecanismos de parada da Galzerano, da Voyage e da Hércules são independentes, o que pode confundir os pais em uma situação de emergência, de acordo com associação. Com relação ao cinto de segurança, em todos os modelos ele é de cinco pontas, mas somente nos da Ayoba e da Galzerano as tiras são acolchoadas. A PROTESTE informou ainda que todos os carrinhos se mostraram seguros quanto à estabilidade e não soltam peças que possam sufocar as crianças. No entanto, o Galzerano tinha buracos superiores a 7mm no capô e bordas afiadas.

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No teste do assento, também foram analisados o capô e o descanso das pernas. Nesse caso, todos os modelos apresentaram problemas pontuais, mas os que se saíram melhor foram os da Galzerano e da Ayoba, que têm bom espaço.

No quesito conforto, todos os guidões se mostraram desconfortáveis para empurrar. Além disso, dois carrinhos eram ruins de manobrar: o Voyage, que teve um mau desempenho em todas as superfícies; e o Hércules, que além de ser ruim em curvas, demonstrou instabilidade nas rodas conforme a velocidade aumentava.

Cestas

A PROTESTE avaliou também as cestas de armazenamento dos carrinhos, onde devem ser colocadas bolsas e sacolas – e não no guidão, como fazem muitos pais. No teste, os recipientes dos modelos Hércules e Ayoba ficaram inacessíveis quando o assento foi completamente reclinado. Burigotto, Galzerano e Hércules possuem cestas grandes e espaçosas. Já a do Voyage se mostrou muito baixa, chegando a encostar no chão, dependendo da superfície. 

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