Carol Celico relata experiência entre vida pública e privacidade com seus filhos

Em coluna semanal para o Mês das Mães, influenciadora explora as nuances entre exposição nas redes sociais e a vida particular em casa

Por Da Redação
8 Maio 2025, 14h58
Caroline Celico e filhos
Caroline Celico e seus filhos Luca, Rafael e Isabela (Arquivo Pessoal/Reprodução)
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Viver como pessoa pública e trabalhar com redes sociais também é uma escola. Nos faz aprender e entender sobre todas as formas de críticas, elogios e hate. Como esse contexto me acompanha desde muito cedo, consigo enxergar com mais clareza como essa exposição pode afetar o bem-estar de alguém tão jovem e que naturalmente não tem a maturidade necessária para enfrentar os obstáculos que o olhar do público pode criar. Nesse Dia das Mães, agora com o Rafael, meu terceiro filho, tenho pensado bastante sobre como introduzir esse mundo virtual para ele e como apresentá-lo para as pessoas com as redes sociais de maneira saudável.

Quando fui mãe pela primeira vez, há quase 17 anos, o mundo era outro — tanto o real quanto o digital. As redes sociais não eram tão presentes e constantes como são hoje, mas nem por isso deixavam de ser um caminho de exposição enorme. Desde essa época, entendi que preservar o particular pode ser a chave para um desenvolvimento pessoal e, consequentemente, para todas as relações íntimas que construímos. O público, seja por carinho ou por simples curiosidade, quer participar de momentos especiais daqueles que acompanham, mas cada indivíduo precisa reconhecer seus limites.

Uma vez que o instinto materno “desperta” junto do nascimento de um bebê, nossa primeira intenção é protegê-lo da maldade que o mundo pode trazer, por isso, muitas mães escondem os rostos das crianças ou só compartilham fotos quando já estão grandinhos. Não critico quem registra cada momento desde o nascimento, não critico quem deixa de mostrar os primeiros momentos, afinal, cada experiência é única. No caminho que eu tracei, posso dizer que, com o tempo, fui capaz de filtrar tanto os comentários quanto as pessoas que me acompanham para construir um ambiente saudável dentro das minhas redes e, assim, me sentir cada vez mais confortável de mostrar um pouco do dia a dia com meus filhos.

Hoje, consigo separar com mais segurança o que vai estar disponível para que todos vejam sem que isso interfira nos laços que criamos em casa. Dessa forma, assim como tudo o que as mães fazem, vamos equilibrando os pratinhos com muito jogo de cintura para que tudo seja atendido: seguidores atenciosos que querem conhecer as crianças e crianças que podem ter sua vida particular preservada, ficando tranquilas com a escola e com os amigos, sem precisar enfrentar possíveis críticas ou agressões verbais dentro das redes. É importante lembrar que até o momento que você compartilha, ainda está no seu controle, e, depois que entra nas plataformas, qualquer um pode acessar. Por isso, como mãe, a responsabilidade vem antes mesmo do post.

Além disso, é também com o passar do tempo que as crianças crescem e encontram sua própria identidade, e a exposição deixa de ser uma decisão da mãe e se torna uma decisão do filho. Estar presente para mais de um milhão de pessoas nas redes sociais já é normal para mim, no entanto, a vida pública é a minha, não a dos meus filhos. Com o Luca e a Isabela, que já são dois adolescentes, quando e se eles desejarem aparecer, podemos conversar com tranquilidade, entender momentos, emoções, intenções. Com o Rafael, conforme ele for crescendo, quero que a experiência seja a mesma.

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Nas redes sociais, as pessoas se sentem muito confortáveis em falar o que quiserem, manipular o que foi dito, tirar frases de contexto e tudo isso para tentar atingir negativamente, sem considerar como aquilo pode afetar uma pessoa, independentemente da idade. Digo por experiência própria que, quanto mais jovem, mais sensíveis ficamos a esse tipo de situação. Na segurança de estar por detrás de uma tela, as pessoas conseguem ser extremamente rudes e, por isso, cada mãe deve ter o trabalho constante de compreender até onde se sente bem e até onde compartilhar sua vida está tocando em feridas. Como mãe, essa dor ganha um novo formato, ainda mais profundo, quando os alvos são os filhos.

Com isso em mente, encerro com uma questão: às vezes, aquilo que mais emociona na rotina dos seus filhos, seja um gesto de afeto ou aquela conversa transparente, tem todo esse valor justamente porque é a troca de um para um. A preciosidade desse momento precisa de plateia?

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