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“As dificuldades que enfrentei com o fim da licença-maternidade”

Onde deixar o bebê? Como continuar a amamentação? Existe a possibilidade de diminuir a carga horária? Conheça a história de uma mãe que encarou todos esses desafios com a volta ao trabalho.

Por Luísa Massa
Atualizado em 28 out 2016, 19h30 - Publicado em 4 jan 2016, 14h02

Paula da Silva Costa, 30 anos, é mãe do Murilo, de 2 anos, funcionária pública e idealizadora do Instagram Mamãe Ninja. Aqui, ela conta sobre o fim da licença-maternidade.

“Quando o Murilo nasceu, comecei a viver com ele momentos únicos e delicados, típicos de uma mãe que acabou de ter bebê. Os meses foram passando e logo me deparei com uma nova situação: a volta ao trabalho. O período de seis meses de licença-maternidade e férias estava chegando ao fim e eu não tinha outra opção a não ser retornar para o emprego, pois sou mãe solteira e não recebo ajuda do pai do meu filho. Foram tantos meses de dedicação exclusiva que, quando comecei a pensar como as coisas seriam, fiquei desesperada, sofri e chorei muito.

Busquei informações para fazer com que o retorno fosse o menos doloroso possível para nós dois. Entretanto, havia um grande problema nisso tudo: a amamentação por livre demanda. O Murilo não aceitava mamadeira e faltava apenas um mês para que eu voltasse a trabalhar. Comecei a ler, trocar ideias com outras mães na Internet e me inteirar sobre tudo o que podia. Assim, aprendi a fazer a retirada e armazenamento do leite materno, achei um copo de transição que o meu filho aceitava (ele já estava próximo de completar seis meses, quando começa a introdução alimentar), contei com a ajuda de uma nutricionista, que me enviou um cardápio de papinhas doces e posteriormente de salgadas. A ideia era que eu o amamentasse antes de ir para o trabalho, no intervalo do almoço e de noite. Ele também seguiria com a alimentação normal.

Antes de voltar para a rotina, comecei a sair um pouco de casa todos os dias para acostumar o Murilo com a minha ausência. Procurei fazer isso quando ele estava acordado, para não correr o risco de ele despertar e entrar em desespero por não me encontrar. Fiquei com medo de que ele associasse o sono ao meu “sumiço” e de que isso o prejudicasse. Depois, tive que lidar com uma das questões mais complicadas: onde deixaria o meu filho enquanto estivesse trabalhando? Fiz o levantamento de gastos com creches, conversei com mães que tinham feito essa escolha, mas decidi que era melhor deixá-lo com alguém de confiança, por isso, o pequeno ficou com a minha mãe. Um dos pontos que me fez não optar pela escolinha foi o fato de que as crianças ficam doentes com frequência no começo.

O tempo foi passando e o dia de retornar ao trabalho chegou. No ambiente profissional, comecei a me sentir um peixe fora d’água, ainda mais porque agora eu tinha outras responsabilidades e cronometrava o meu horário para não pegar muito trânsito e chegar em casa em tempo de amamentar o meu filho. No início, eu ligava o tempo todo para a minha mãe para saber se ele estava bem. Depois de duas semanas, Murilo ficou doente e o pediatra achou que isso tinha acontecido porque ele estava sentindo a minha falta. Aquilo cortou o meu coração! Decidi falar com o meu chefe, fiz uma proposta de ficar mais uma hora em casa no período do almoço e dar conta de todo o trabalho. Ele aceitou e deu certo! Fui levando assim por meses, mas felizmente consegui uma transferência para outra área, no qual o trabalho é externo e permite que eu fique mais tempo com o meu filho, pois a carga horária é menor. Hoje em dia, eu e o pequeno nos adaptamos e convivemos bem com a minha jornada de trabalho. Quando a gente se torna mãe, faz tudo o que pode pelos filhos!

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