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Antes de voo, mulher branca precisou provar que é mãe de um filho negro

O caso aconteceu durante um voo doméstico nos Estados Unidos e a companhia área chegou a pedir para ver o perfil da americana no Facebook.

Por Da Redação
Atualizado em 1 jun 2018, 17h21 - Publicado em 1 jun 2018, 17h14

Imagine você ter que provar que é mãe do seu próprio filho para poder embarcar num voo. Foi exatamente por essa situação que a americana Lindsay Gottlieb passou na última segunda-feira, 28, enquanto tentava ir de Denver para Oakland, nos Estados Unidos. Uma funcionária da companhia aérea Southwest Airlines a obrigou a comprovar o parentesco com seu filho Jordan, de 1 ano.

A mãe é técnica do time de basquete da Universidade da Califórnia e viajava ao lado do noivo Patrick Martin, que é negro e pai do pequeno. Eles apresentaram o passaporte da criança, mas mesmo assim a funcionária não só pediu pela certidão de nascimento – alegando ser uma “lei federal” – como ainda perguntou para Lindsay se ela poderia provar que ela era de fato a mãe do garotinho com postagens feitas no Facebook.

No Twitter, a americana – que é branca – escreveu: “Ela disse que era porque temos sobrenomes diferentes. Mas acho que é porque ele tem uma cor de pele diferente”. E acrescentou: “Uma mãe ao meu lado disse que nunca lhe pediram provas, apesar do último nome ser diferente”.

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Lindsay ressaltou que Jordan tem viajado frequentemente com ela e com e o time de basquete nesta temporada e, mesmo depois de pegar cerca de 50 voos, essa foi a primeira vez que ela teve de passar por algo tão constrangedor. “Foi degradante e insensível, sem dizer ineficiente. Eu teria perdido o voo caso ele não estivesse atrasado. Eu os aconselho a treinarem melhor seus empregados a fim de evitar que isso aconteça com outras pessoas”, criticou a mãe nas redes sociais.

O caso tomou tamanha repercussão que até mesmo a modelo Chrissy Teigen, mulher do cantor John Legend, acabou respondendo ao tweet feito pela americana. “As companhias aéreas também me pediram isso com minha filha. Uma vez que aprendi que é uma precaução para real ameaça do tráfico de crianças, deixei de ficar exasperada com isso. Agora fico meio preocupada quando eles não perguntam”, escreveu a mãe de Luna e Miles, que veio ao mundo no dia 16 de maio.

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Segundo política da Southwest Airlines, não há nenhuma recomendação para verificar se o sobrenome da criança corresponde ao do acompanhante adulto em voos domésticos. O que chamou a atenção neste polêmico episódio é que não bastou o fato do pai estar presente, do sobrenome de Patrick ser o mesmo do filho, do casal mostrar não só o passaporte como a certidão de nascimento, mas ainda ter que provar a maternidade de Lindsay com postagens no Facebook.

Em um comunicado, a empresa disse: “Entramos em contato com a senhora Gottlieb para ouvir suas reclamações e vamos utilizar a situação como uma forma de orientação para nossos empregados. Pedimos desculpas se nossa interação fez a família ficar desconfortável, essa nunca foi nossa intenção”.

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“Espero que a cobertura recebida possa servir como uma oportunidade de aprendizado e que todas as famílias – independentemente de quão ‘tradicionais’ possam ou não parecer – sejam tratadas com dignidade e respeito”, destacou a mãe.

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