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A roupinha certa para cada fase do bebê

As peças infantis devem ser, antes de tudo, confortáveis, seguras e adequadas às necessidades específicas que surgem em cada faixa etária. Saiba mais!

Por Cida de Oliveira (colaboradora)
Atualizado em 2 fev 2017, 21h04 - Publicado em 18 mar 2015, 18h07

Até 3 meses

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No primeiro ano de vida, em especial nos três primeiros meses, a pele do bebê é muito fina, pouco resistente e os vasos sanguíneos que a irrigam ainda não estão totalmente desenvolvidos e organizados. “Por isso, os pequenos não conseguem regular sua temperatura corporal; têm as mãozinhas e pezinhos mais frios do que o resto do corpinho e estão mais suscetíveis a irritações e alergias”, explica a pediatra neonatologista Graziela Del Ben, do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo.

Por isso, segundo a especialista, devem ser escolhidas peças de corte largo, simples, sem golinhas apertadas, enfeites, zíperes, capuz, botões ou ganchinhos nas costas, que tanto incomodam os pequenos que passam a maior parte do tempo deitados. Como as roupinhas devem ser fáceis de colocar e de tirar – para não machucar ou irritá-los na hora do banho ou da troca -, as melhores são aquelas com velcro ou botões de pressão distribuídos nas laterais ou no ombro. Os tecidos são outro fator importante: os melhores são de fibras naturais, como malhas feitas com 100% de algodão. “Ao contrário dos tecidos sintéticos, que impedem a respiração da pele, malhas de algodão são mais leves, confortáveis e, como permitem que a pele respire, evitam irritações e alergias. Já os tecidos felpudos, como veludos e moletons, além das lãs, que soltam muitos fiapos, provocam alergias e devem ser evitados”, diz Graziela. Conforme ela ressalta, embora o linho também seja uma fibra natural, não é recomendado por ser áspero demais.

“Outra malha bastante indicada para roupinhas para os recém-nascidos é o pima cotton, um algodão peruano, muito macio. O produto é comum em lojas infantis dos Estados Unidos”, completa a personal shopper para enxovais Priscila Goldenberg, que recomenda: “na hora da compra, as mamães precisam se organizar para não comprar roupas quentes demais para o verão ou frescas demais para ao inverno”.

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E embora o senso comum seja o de que os bebês sintam mais frio que os adultos – na verdade, eles perdem mais calor pela pele fina -, os especialistas afirmam que a sensação térmica é praticamente idêntica. Por isso, nos dias muito quentes basta um body sem manga, deixando livres bracinhos e perninhas. Quando sente frio, o bebê geralmente espirra, soluça e tem as extremidades de seu corpinho mais frias. Aí é só colocar um casaquinho, meias ou uma calça. Por essas e outras é que as mamães devem prestar bastante atenção aos sinais dos filhos para saber se estão confortáveis, suando demais ou irritados.

Dos 3 aos 6 meses

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Embora o bebê ainda não se mantenha sentado sozinho, sem a ajuda dos pais e familiares, nesse período ele já começa a se movimentar bastante, chegando a mudar de posição no berço. O que não muda é a orientação dos especialistas: as roupinhas devem continuar práticas, folgadas, confortáveis, confeccionadas em tecidos de fibras naturais, fáceis de abrir, de tirar e de colocar. “Apesar de lindas, as roupinhas confeccionadas com outros tecidos, bem como alguns modelos de vestidinhos são desconfortáveis e devem ser reservados mais para ocasiões especiais”, diz a pediatra Marianne Paiva Carneiro, da clínica Vaccini, no Rio de Janeiro. Segundo ela, as peças de cores claras são as mais recomendadas para uso ao ar livre, principalmente em dias de sol, porque cores escuras absorvem mais luz e, portanto, são mais quentes. “Outro aspecto a ser observado é o acabamento das costuras, bordados e apliques. Quando o acabamento é ruim, além do desconforto, há maiores chances de alergias e irritações na pele do bebê”, diz. Como ela destaca, fechos, botões e detalhes em excesso sacrificam o bebê e atrapalham pais e cuidadores ao dificultar a frequente troca de fraldas e de roupas do bebê.

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A qualidade é outro item importante na escolha das roupinhas – o que não significa que devem ser compradas peças caríssimas, de grife. O que conta, nesse caso, é o tipo de tecido e o acabamento para resistirem às repetidas e frequentes lavagens na máquina. Como entre os 3 e 6 meses os bebês ganham muito peso e altura, perdem as roupas muito rápido. Para não faltar, o ideal é que o armário do bebê tenha pelo menos seis peças dos itens básicos, como body de manga curta e longa, calça, calcinhas ou tapa-fraldas, meias, além de alguns macacões, macaquinhos ou vestidinhos e dois ou três casaquinhos.

Muito importante na hora de montar o enxoval é observar a estação do ano e clima típico da época em que o bebê estiver nessa idade. Muitas vezes ele nasce no verão, mas depois de três ou quatro meses o tempo já estará mudando e vice-versa.

“Um aspecto importante é a reutilização das roupinhas. Hoje em dia cada vez mais pessoas aproveitam peças dos irmãos, primos, amigos. E como as roupinhas se conservam como novas, os brechós infantis estão fazendo o maior sucesso. Além da economia no bolso, essas atitudes contribuem para um mundo mais sustentável”, destaca Mariane.

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De 6 meses a 1 ano

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É nesse período que o bebê começa a se sentar, engatinhar e andar. Portanto, estará sempre em movimento. Um motivo a mais parar continuar escolhendo roupinhas confortáveis e práticas. O ideal, segundo especialistas, é que as peças não dificultem os movimentos do pequeno. “Ao começar a engatinhar, o bom é estar sempre de calças, mesmo que de tecidos mais finos, para proteger o joelho do atrito com o chão mais áspero”, lembra Mariane.

Por se mexerem o tempo todo, nessa fase os bebês não sentem tanto frio e precisam de menos agasalho. No verão, em regiões muito quentes, acabam ficando com fralda e camisetinha ou macacões curtos. “Quando expostos ao sol, preferencialmente no começo da manhã e final da tarde, é importante que eles usem chapéu e filtro solar”, ressalta a pediatra. Em regiões mais frias, o bebê continua tendo que ser bem agasalhado. Com o tempo instável, é preciso sempre ter à mão roupinhas e casaquinhos extras para quando sair com o bebê. “Nessa idade, os bebês adoram se olhar no espelho e gostam muito de cores vivas. Mas continua a orientação para o uso de roupas de cores claras ao ar livre”, diz.

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Apesar de os tecidos de malha 100% algodão continuarem recomendados, roupinhas de tecidos mais resistentes são boas opções para as crianças que engatinham, brincam e muitas vezes começam a dar seus primeiros passos. Como as crianças mais novas, as mais crescidinhas também se sentem incomodadas com muitos recortes e detalhes. Assim, a boa pedida são conjuntinhos de duas peças, bermudinhas, saias – em especial aquelas com a calcinha acoplada – camisetas, calças compridas e casaquinhos.

A personal shopper Priscila Goldenberg recomenda calças do tipo legging ou de sarja, blusinhas, batinhas e vestidos para as meninas; e calças de sarja ou moletom, camisetas, camisas polo, shorts e jardineira para os meninos. “Existem bodys estilo regata que ajudam a compor visuais mais arrumadinhos. O body, por baixo, protege as costas e a barriguinha do bebe e as outras peças formam um look bacana, descolado”. Com base em sua experiência como mãe e como consultora, ela sabe que, até pelo menos os nove meses, os bebês não param com sapatos nos pés – o que frustra muitas mamães. E como os pezinhos são muito pequeninos e delicados, ela recomenda a compra de meias que imitam sapatinhos tanto para as meninas como para os meninos. “São lindas, confortáveis e ficam uma graça nos pezinhos”, diz.

A qualidade também é importante não só quanto à beleza e durabilidade, mas também em relação à segurança. “Um botão, por exemplo, pode ir parar na boca de um bebê se não estiver bem preso. “Detalhes bonitos atraem a atenção do pequeno e nunca pode haver o risco de que se soltem”, adverte Marianne.

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Os tamanhos e quantidades das peças necessárias variam conforme o biotipo da criança. Algumas já são grandes e continuam perdendo as roupas com muita facilidade. Outros são mais longilíneos e as roupas vão ficando curtas, mas podem ser usadas ainda em casa por um tempinho. Conjuntos de duas peças e calças sem pé, além dos vestidos, geralmente são usados por mais tempo do que as calças de pé e macacões, que ficam logo com o gancho curto.

De 1 a 3 anos

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A partir do primeiro aninho, o bebê aprende a andar, a subir e descer escadas, cadeiras, sofás e, em geral, deixa de usar fraldas. É um período de descobertas, no qual tudo é novidade. Nessa época, o uso de meias antiderrapantes garante mais conforto e segurança; as roupinhas devem ser simples, práticas de tirar e colocar e ao mesmo tempo resistentes às quedas, às frequentes lavagens na máquina e fáceis de passar. E por estarem ativas o tempo todo, as crianças precisam de roupas leves e frescas, de tecido de boa qualidade. Esta é também a época em que a própria criança começa a querer usar fantasias nas festas e na escola, em dias especiais. “É importante respeitar o gosto da criança sem prejuízo do conforto. Muitas vezes as mães gastam uma fortuna com fantasias em tecido duro ou roupas com muitos babados e detalhes engomados, que muito incomodam os pequenos, quando devem escolher fantasias com tecidos macios e maleáveis, como malha”, lembra Marianne.

Entre as peças que não podem faltar no guarda-roupa, conjuntinhos de duas peças, camisetas, jeans macios e sarja, casacos, polos, vestidos, shorts, saia, e demais peças confortáveis que combinem entre si, confeccionadas em tecidos de boa qualidade e bom acabamento. Afinal, nessa fase as crianças já não perdem roupa com tanta facilidade. Uma bermuda pode virar um short; um vestido mais compridinho pode ser usado mesmo um pouco mais curto. Uma recomendação é ter peças de cores lisas para alternar e combinar com os estampados do armário. Shorts ou saias brancos ou jeans, por exemplo, podem ser usados com vários tipos de blusas e batas. Não podem faltar também pijaminhas de algodão, sem botões ou apliques, para uma confortável noite de sono.

A quantidade necessária vai depender de vários fatores. Um deles é o uso de uniforme na escolinha. Uma criança que fica na creche em período integral, usando uniforme, vai precisar de bem menos roupas.

Para o alívio das mamães que não resistem às vitrines das lojas infantis, os especialistas têm uma boa notícia: o termo ‘roupas práticas, confortáveis e seguras’ não é sinônimo de roupas feias, sem graça. Tanto que é possível encontrar peças que reúnem todas essas características e ainda por cima são transadas, com cores alegres e divertidas para deixar o bebê ainda mais fashion.

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