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Será que meu filho vai crescer?

Diante de quais situações devo realmente me preocupar? As respostas você confere a seguir

Por Giuliano Agmont (colaborador)
Atualizado em 23 jan 2017, 18h18 - Publicado em 17 jun 2015, 16h36

Qual é a estatura média de uma criança?

Entre adultos, a estatura de uma mulher gira em torno de 1,62 m, oscilando entre 1,51 e 1,74 m. Já o homem atinge em média 1,75 m, com variação de 1,62 a 1,87 cm. Os anões, que costumam apresentar deformações ósseas incuráveis, são homens com menos de 1,53 m e mulheres abaixo de 1,40 m.

Como calculo a altura que meu filho terá?

A genética tem uma contribuição decisiva na altura das pessoas. Assim, para saber o tamanho que seu filho terá na idade adulta, some sua estatura à do seu parceiro. Se for menino, acrescente 13 cm a esse valor. Se for menina, subtraia 13 cm. Depois, divida tudo por dois. O resultado será a estatura-alvo, com variação de 8 cm a mais ou a menos. Mas atenção: esse cálculo não vale para pais com altura inferior ao limite-padrão estipulado pelos especialistas, ou seja, 1,51 m para as mulheres e 1,61 m para os homens. Isso acontece porque nesses casos é provável que eles tenham tido algum tipo de problema durante a fase de crescimento, como uma doença crônica.

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Quando devo me preocupar, de fato, com a estatura do meu bebê?

Seu filho deve ser medido em todas as consultas pediátricas, o que acontece em praticamente todos os consultórios do país. Não só pela altura em si, mas porque o crescimento fora dos padrões pode indicar algum distúrbio de saúde. É que os problemas físicos de crescimento são raros. Para ter uma ideia, a chamada deficiência de hormônio de crescimento ocorre em uma a cada 5 mil crianças. Quer dizer, a preocupação é muito mais social – quase sempre motivada por preconceito, traumas emocionais e desinformação. O importante, na prática, é que os pais fiquem mais atentos aos bebês que nascem pequenos para a idade gestacional (PIG) ou apresentam, por exemplo, o peso maior que a estatura, situações que requerem avaliações cuidadosas do médico. Aqui vale destacar a grande quantidade de crianças que, mesmo nascendo com medidas abaixo do normal, sobrevivem graças às novas tecnologias. Cerca de 10% desses recém-nascidos, especialmente os prematuros, não conseguem recuperar completamente o peso e a estatura e devem receber um tratamento hormonal.

Quais são os fatores que podem prejudicar o crescimento de uma criança?

Toda doença grave e crônica pode comprometer o crescimento de uma criança. Principalmente enfermidades que afetam o coração, o aparelho digestivo, os pulmões, os rins, os ossos e o sangue – muitas delas recorrentes em bebês prematuros. O crescimento rápido, como o que acontece no caso de doenças endócrinas, por exemplo, também pode sinalizar problemas no futuro: a criança se torna alta no começo da vida, mas vai ficando menor do que os outros conforme amadurece. Portanto, nunca é demais lembrar, medir o tamanho de uma criança é importante não apenas para saber sua estatura, mas também, e fundamentalmente, avaliar suas condições de saúde. Medir e pesar crianças reduz os riscos de doença.

Os problemas de crescimento podem começar na gestação?

Sem dúvida. Qualquer agravo na saúde de alguém, mesmo que seja na fase intrauterina, pode interferir no crescimento. Existem casos em que o feto não recebe todos os nutrientes necessários para o seu desenvolvimento. Isso acontece por problemas com a placenta, a responsável pela transferência dos alimentos, ou em razão de doenças da mãe, que podem ser cardíacas, vasculares e pulmonares, entre outras. Estresse, álcool e cigarro também figuram nessa listagem. Portanto, é vital que a mãe cuide bem de seu bem-estar na gravidez e faça o correto acompanhamento pré-natal.

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Por que o risco é maior em prematuros?

Além de estar mais sujeito a doenças, principalmente por causa da imaturidade de órgãos vitais, o bebê que nasce antes da hora costuma ser submetido à ação dos chamados corticoides. Eles são injetados na mãe antes do parto e contribuem para a aceleração da maturação do corpo da criança. O problema é que esse hormônio pode também reduzir a capacidade de crescimento do bebê.

O que faço se meu filho for muito baixinho?

O primeiro passo é identificar, tratar e curar eventuais doenças associadas à baixa estatura, incluindo as endocrinológicas. Feito isso, caberá ao médico avaliar a necessidade ou não de partir para um tratamento específico de altura. Nesse caso, seu filho terá de ser encaminhado a um especialista e deverá receber doses do hormônio do crescimento (GH). Seja como for, é importante ter em mente que a estatura não interfere na saúde da criança. Ela, no máximo, dificulta algumas tarefas que são feitas com mais facilidade pelos mais altos, e só. O resto é puramente cultural.

A falta de sono interfere no crescimento?

Em geral, não. Um sono de quatro a cinco horas é suficiente para garantir o crescimento. Mas, evidentemente, crianças que não dormem pelo menos oito horas por dia têm dificuldades para prestar atenção nas aulas e ficam irritadiças, além de se tornarem fortes candidatas a inúmeras doenças psíquicas e metabólicas.

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A alimentação ajuda a crescer?

Certamente. A dieta saudável e a correta hidratação são as grandes responsáveis pelo crescimento adequado de uma criança. A começar pela amamentação exclusiva e irrestrita até os 6 meses de vida do bebê. Refeição equilibrada é aquela pobre em gorduras, óleos e açúcares, moderada em laticínios, carnes e ovos, e rica em vegetais, frutas, cereais e massas. O leite três vezes ao dia e a água também são muito importantes, sobretudo para a formação dos ossos. A desnutrição, que pode acometer até obesos, compromete o crescimento e os pais devem estar sempre atentos.

Devo forçar meu filho a fazer exercícios?

A falta de atividade física é um problema contemporâneo sério. A atual epidemia de obesidade tem no sedentarismo uma de suas principais causas. O desestímulo aos exercícios e as comodidades do mundo moderno favorecem o ganho de peso e podem interferir no potencial de crescimento de uma criança. Durante a infância, é aconselhável ao menos uma hora de exercício físico quatro vezes por semana. E nada de exercícios anaeróbicos ou competitividade. O negócio é brincar, pular, correr, dançar, subir, escorregar, balançar, girar.

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