Desenvolvimento infantil

O que esperar das fases da fala do bebê e como estimular cada etapa

Hábitos simples que podem influenciar e estimular a fala do seu filho e dicas de quando buscar ajuda

Por Redação Pais e Filhos
15 abr 2025, 07h00

Como identificar precocemente problemas de fala e audição em crianças?

Nos primeiros meses de vida, o choro é a principal forma de comunicação do bebê. Com o tempo, ele começa a desenvolver habilidades que o ajudarão a se expressar por meio de sons, sílabas e, por fim, palavras. Esse processo ocorre em etapas e depende tanto do amadurecimento do aparelho vocal quanto das interações com o ambiente.

A fonoaudióloga Sherry Artemenko explica que o balbucio é um marco importante nesse desenvolvimento, pois representa o início de uma comunicação mais estruturada, quando o bebê começa a experimentar sons, reações e respostas. Esse aprendizado acontece de forma gradual, e os pais têm um papel fundamental ao estimular a criança a interagir verbalmente.

O que influencia o desenvolvimento da fala e da linguagem?

Além do amadurecimento do mecanismo vocal, o desenvolvimento da fala está ligado a fatores sociais e cognitivos. Quando um bebê balbucia, ele está praticando habilidades linguísticas e demonstrando sua capacidade de memorizar e repetir sons.

Muito antes de dizer palavras completas, ele aprende regras básicas da linguagem ao observar como os adultos interagem. O tom de voz, as pausas nas conversas e as expressões faciais são pistas que o ajudam a entender como a comunicação funciona.

Quando o bebê começa a falar?

O processo acontece por fases:

2 a 3 meses: primeiros sons de vogais, como “aah”, “ooh” e “eeh”.
4 meses: início do balbucio, com sílabas simples como “ba”, “da” e “ma”.
6 a 7 meses: maior variação de sons e entonação. O bebê pode imitar o ritmo da fala adulta.
Por volta de 12 meses: surgimento das primeiras palavras com significado, como “mamãe”, “papai” e “bola”.

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Como estimular a fala do bebê?

Os pais e cuidadores podem ajudar no desenvolvimento da linguagem do bebê de várias maneiras:

Conversar frequentemente com ele, mesmo que ainda não responda com palavras.
Fazer pausas durante a conversa, permitindo que ele processe as palavras e tente responder.
Usar variações de tom e entonação, o que facilita a aprendizagem de novos sons.
“Traduzir” o balbucio do bebê, respondendo como se estivesse conversando com ele. Se ele disser “ba ba ba”, pode-se interpretar como “Você quer a sua mamadeira?”.
Cantar e ler histórias, aumentando o repertório de sons e palavras.

A fonoaudióloga destaca que a quantidade de palavras que a criança ouve de maneira positiva influencia diretamente seu desenvolvimento linguístico.

Sinais de que a fala está evoluindo

Com o tempo, o bebê começa a testar diferentes formas de comunicação. Entre 6 e 7 meses, ele amplia a variedade de sons e pode expressar emoções por meio da entonação.

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Aos poucos, ele aprende que uma conversa envolve trocas. Por isso, pode pausar o balbucio para “esperar” uma resposta ou até mesmo expressar surpresa, alegria ou frustração apenas pelo tom de voz.

Perto do primeiro ano, a fala se torna mais estruturada, e o bebê começa a imitar a cadência da fala dos adultos, ainda que sem formar palavras completas. Esse é um indicativo de que ele está se preparando para falar.

Quando procurar ajuda?

Cada criança tem seu próprio ritmo de desenvolvimento, mas alguns sinais podem indicar a necessidade de avaliação por um especialista:

Falta de balbucio e pouca interação com os pais e cuidadores.
Ausência de contato visual ou gestos para se comunicar.
Regresso na fala, como perda de sons que já havia aprendido.
Falta de palavras até os 15 meses de idade.

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Caso haja preocupação, é importante conversar com o pediatra e, se necessário, buscar orientação de um fonoaudiólogo. Quanto mais cedo uma dificuldade de linguagem for identificada, melhor será o suporte para o desenvolvimento da criança.