Gêmeos univitelinos e bivitelinos: o que os diferencia e como apoiar o desenvolvimento de cada um

Entenda as diferenças entre os tipos de gêmeos e como cuidar com segurança dessa gestação

Por Redação Pais e Filhos
10 jun 2025, 17h00
dois pares de pezinhos de bebês segurados por duas mãos adultas. Todos tem pele branca, os pezinnhos são rosados
 (Avril Morgan/Getty Images)
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Nem todos os gêmeos são iguais. Enquanto alguns compartilham traços idênticos, outros são apenas irmãos que nasceram no mesmo dia. Essa diferença está diretamente ligada à forma como a gestação aconteceu: se foi a partir de um único óvulo ou de dois óvulos distintos. Compreender essas variações ajuda a esclarecer dúvidas comuns sobre a gestação múltipla e também contribui para que pais e mães acompanhem o desenvolvimento das crianças com mais segurança.

Univitelinos: origem única, semelhanças genéticas

Os gêmeos univitelinos, também chamados de monozigóticos, são formados a partir da divisão de um único óvulo fertilizado. Esse processo leva à formação de dois embriões com o mesmo material genético, o que explica a aparência muito parecida e, em muitos casos, até comportamentos semelhantes.

Essa divisão pode acontecer em diferentes momentos logo após a fecundação. Quando ocorre nos primeiros dias, é comum que cada bebê tenha sua própria bolsa amniótica, mas ambos compartilhem a mesma placenta. Se essa separação for mais tardia, há risco de os bebês compartilharem estruturas corporais — é o que acontece nos raros casos de gêmeos siameses.

Bivitelinos: gêmeos com DNA diferente

Já os gêmeos bivitelinos, ou dizigóticos, são resultado da fecundação de dois óvulos por dois espermatozoides. Cada embrião segue seu desenvolvimento de forma independente, com placenta e bolsa amniótica próprias. Geneticamente, são irmãos como quaisquer outros, embora tenham o mesmo tempo de gestação e convivam desde o útero.

Isso explica por que, nesse tipo de gestação, os bebês podem ter sexos diferentes, traços distintos e até temperamentos opostos. Ainda assim, o vínculo entre eles costuma ser forte, marcado por uma convivência intensa desde os primeiros dias de vida.

O que influencia na chance de uma gestação gemelar

Diversos fatores podem aumentar as chances de uma gravidez de gêmeos, principalmente do tipo bivitelino. Um deles é o histórico familiar — especialmente pelo lado materno. A idade da mulher também pode influenciar: a partir dos 35 anos, aumenta a probabilidade de liberação de mais de um óvulo por ciclo, o que favorece a concepção de gêmeos.

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Tratamentos de fertilidade, como a fertilização in vitro (FIV), também estão associados ao aumento de gestações múltiplas. Nesses casos, a introdução de mais de um embrião no útero contribui para a chance de gravidez gemelar — seja univitelina ou bivitelina.

Cuidados com a gestação de gêmeos

Uma gestação gemelar exige acompanhamento constante. Isso porque há maior risco de parto prematuro, sendo comum que os bebês nasçam antes das 37 semanas. Também aumenta a chance de complicações como hipertensão, diabetes gestacional e anemia.

Nos casos de gêmeos univitelinos, há ainda o risco da síndrome da transfusão feto-fetal, que acontece quando há uma distribuição desigual do sangue entre os bebês. Essa condição precisa ser monitorada de perto, com exames regulares e, em alguns casos, intervenções específicas para proteger a saúde dos dois.

A importância de estimular a individualidade

Um dos desafios após o nascimento é incentivar que cada gêmeo seja reconhecido como um indivíduo. É comum que, por compartilharem tantas experiências, os gêmeos sejam tratados como um par inseparável. Mas essa abordagem pode dificultar o desenvolvimento da identidade de cada um.

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Pequenas atitudes do dia a dia ajudam a construir esse espaço de autonomia: permitir que escolham roupas diferentes, incentivar interesses próprios e evitar comparações são boas práticas. O importante é valorizar o que cada criança tem de único, mesmo que tenham nascido no mesmo momento.

A convivência como ponto de apoio

Apesar das diferenças genéticas, o vínculo entre gêmeos costuma ser muito forte. A convivência desde o útero, o aprendizado compartilhado e a rotina dividida contribuem para uma relação marcada por apoio mútuo. Cabe aos adultos oferecer um ambiente onde esse laço possa crescer com respeito às particularidades de cada um.

Gestar e criar gêmeos exige atenção, paciência e disposição para entender que, mesmo tão próximos, são dois caminhos distintos acontecendo ao mesmo tempo. E isso, por si só, é uma experiência rara e valiosa.

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