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Este experimento mostra como preconceitos vêm do adulto e não da criança

Um experimento social mostrou que crianças menores não enxergam diferenças entre seus pares e tendem a ser mais empáticas por isso.

Por Alice Arnoldi
20 nov 2020, 12h51

Racismo, homofobia, machismo, capacitismo… Os diferentes casos de preconceitos, vividos diariamente pelas minorias sociais, reforçam as fragilidades que ainda presenciamos como sociedade. Para reverter este cenário em direção à desejada e discutida igualdade, é fundamental um olhar atento para as crianças, que nascem sem enxergar estas diferenças. Mas, com o passar do tempo, tendem a repetir as atitudes dos pais e das pessoas que a cercam – positiva ou negativamente. 

E é sobre isso que esta campanha que viralizou voltou a discutir. Produzida pela Naked Heart Foundation, uma instituição social russa que visa dar suporte às famílias do país, a ação foi lançada em 21 de março de 2020, Dia Mundial da Síndrome de Down e, traduzida e replicada recentemente pelo perfil brasileiro “Filhos no Currículo”, no Instagram. Ela mostra como crianças menores (por volta dos três, quatro anos) não fazem distinções entre si, pois estão atentas ao que realmente importa para elas: brincar.

Para gravar o experimento, duas salas de jogos idênticos foram montadas e os participantes mirins precisavam decidir para qual gostariam de ir. Ao abrir uma cortina, o pequeno percebia que havia uma única diferença entre elas. Na do lado esquerdo, uma criança com Síndrome de Down estava sentada à mesa, convidando-o para se divertir junto a ela.

Na sequência, o público percebe que os maiores (de sete anos para cima) optam pelo local vazio, em que vão brincar sozinhos. Já as menores sorriem e não pensam duas vezes ao irem de encontro com a outra criança.

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Na divulgação da campanha, a fundação explicou que uma pesquisa foi encomendada por eles e o resultado foi preocupante. 50% dos participantes acreditavam que as pessoas com Down ou outros tipos de síndromes que afetam o desenvolvimento deveriam ser educadas em casa ou em instituições especiais, reforçando um comportamento de uma sociedade cada vez menos inclusiva.

Assim, o lembrete que fica do experimento russo é que as crianças não nascem enxergando diferenças entre seus pares. Mas, com o passar do tempo, acabam repetindo o comportamento preconceituoso dos adultos que estão ao seu redor. Portanto, cabe a nós sermos coerentes entre o que falamos e fazemos, defendendo e agindo para que todos tenham respeito e acessibilidade dentro da sociedade. 

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