Disciplina não é punição: dicas para educar seu filho desde cedo
Saiba como se preparar e reagir para as atitudes dos pequenos conforme os meses passam
Nos primeiros meses de vida do bebê, atender todas as necessidades dele é natural. Alimentar, trocar fraldas e acalmar o choro são ações que fazem parte do cuidado diário. No entanto, à medida que ele cresce, as necessidades se transformam em vontades, e os pais começam a perceber a importância de estabelecer limites.
Embora muitos associem disciplina a punição, ela vai além disso. Disciplina envolve ensinar, orientar e ajudar a criança a entender o que é certo e errado, além de desenvolver habilidades para lidar com frustrações. Esse processo pode – e deve – começar nas primeiras fases da infância, de forma adaptada à idade e ao desenvolvimento do bebê.
Veja algumas estratégias de disciplina para diferentes idades e fases:
De recém-nascido até 4 meses: necessidades básicas
Nessa fase, o foco está em criar um ambiente seguro e atender às necessidades do bebê. Alimentação, sono e conforto são as prioridades. Você não precisa se preocupar com disciplina nesse momento, pois é essencial que o bebê se sinta protegido. Atender rapidamente às demandas dele ajuda a criar um vínculo seguro e aumenta a confiança dele no mundo ao redor.
De 4 a 7 meses: desejos começam a surgir
Com cerca de 4 meses, o bebê começa a diferenciar necessidades de desejos. Um exemplo clássico é querer adormecer no colo. Este é o momento de começar a incentivá-lo a aprender a dormir sozinho.
Além disso, os bebês nessa idade adoram agarrar objetos, incluindo brincos e óculos. Reagir de forma exagerada, como dizer um “não” em tom alto, pode parecer uma brincadeira para eles. Uma alternativa é retirar o objeto de forma tranquila ou afastar o bebê por alguns segundos, sem fazer alarde. Embora ele ainda não controle os impulsos, esse tipo de atitude prepara o caminho para os próximos aprendizados.
De 7 a 12 meses: exploração e segurança
Com o aumento da mobilidade, é essencial deixar a casa segura para o bebê. Mantenha objetos perigosos fora do alcance, instale portões de proteção e proteja tomadas.
Ao mesmo tempo, ofereça espaços e objetos seguros para ele explorar. Caso o bebê pegue algo que não deve, redirecione a atenção dele para outra atividade ou objeto. A distração é uma ferramenta eficiente nessa fase.
Se o bebê chorar por ansiedade de separação ao perceber que você saiu do cômodo, tranquilize-o com sua voz em vez de correr imediatamente de volta. Isso o ajuda a entender que você está por perto, mesmo que não esteja visível.
De 1 ano a 1 ano e meio: descoberta das habilidades vocais
Por volta de 1 ano, o bebê começa a testar sua voz. Gritos e barulhos são comuns, especialmente em momentos como refeições fora de casa. Nesse caso, é importante manter a calma e estabelecer regras simples. Explique que em lugares como restaurantes, é preciso falar baixo.
Use brinquedos ou outras distrações para manter a atenção dele. É importante lembrar que, nessa idade, as crianças ainda não têm autocontrole para inibir comportamentos como gritar, então a paciência é essencial.
De 1 ano e meio a 2 anos: autonomia e frustração
Nessa fase, o desenvolvimento da linguagem avança, mas os pequenos ainda têm dificuldade para expressar sentimentos, o que pode gerar frustrações. Situações como morder ou bater podem aparecer.
Se o seu filho morder alguém, retire-o da situação imediatamente e explique, de forma clara e calma, que isso machuca e não deve ser feito. Observe se há padrões que desencadeiam esses comportamentos, como cansaço ou horários específicos do dia.
Distrair a criança com outras atividades pode ajudar a evitar novos incidentes. É importante lembrar que as crianças mudam constantemente e, com o tempo, aprendem a lidar melhor com as próprias emoções.
Disciplina é aprendizado
A disciplina não deve ser vista como um sistema de punições, mas como um processo contínuo de aprendizado e orientação. Ao estabelecer limites desde cedo, você ajuda seu filho a desenvolver habilidades importantes para lidar com o mundo ao redor.
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