Desenvolvimento da fala: quando procurar um fonoaudiólogo para seu bebê?
Saiba como estimular o e quando se preocupar com o desenvolvimento de fala do seu pequeno

O desenvolvimento da fala e da alimentação do seu bebê é um processo delicado e que exige atenção desde os primeiros meses. Mesmo que seu filho ainda não fale, é possível que alguns sinais mostrem que ele precisa da ajuda de um fonoaudiólogo para garantir que o seu desenvolvimento ocorra de forma saudável. Com o apoio de um profissional, problemas iniciais podem ser resolvidos de forma mais eficaz, evitando complicações no futuro.
Como perceber os sinais?
Os primeiros sinais de que seu bebê pode precisar de acompanhamento fonoaudiológico podem ser notados já na amamentação. A sucção do leite deve estar integrada à respiração e à deglutição. Esses três fatores precisam funcionar em harmonia. Se o leite escapa pelas laterais da boca, se o bebê fica cansado depois de mamar e não faz pausas para respirar, ou ainda se ele engasga com frequência e se irrita durante a alimentação, pode ser hora de procurar a ajuda de um profissional.
Outro ponto de atenção são os reflexos naturais que o bebê apresenta ao nascer, como o reflexo de busca (quando o bebê vira a cabeça em direção a um toque no rosto e abre a boca) e o reflexo de sucção (quando ele suga o seio ou até o próprio dedo). Caso o bebê não apresente esses reflexos de forma adequada, isso pode indicar algum problema neurológico. Se houver exacerbação no momento da pega, com sinais de náuseas, também é um indicativo de que algo não está correto. Nesses casos, é fundamental conversar com o pediatra para avaliar a situação com calma e buscar orientação profissional.
A importância do diagnóstico precoce
A identificação precoce de problemas na amamentação pode facilitar o tratamento. Um dos problemas mais comuns é a língua presa, condição em que o frênulo (o “freio” da língua) é muito curto, dificultando a movimentação correta da língua. O teste da linguinha, realizado em alguns hospitais, pode ajudar a identificar essa condição, de forma semelhante ao teste da orelhinha, que avalia a audição do bebê. Se identificado, o fonoaudiólogo pode acompanhar o caso e orientar sobre o melhor tratamento.
Além disso, a amamentação correta é crucial para o fortalecimento da musculatura facial, essencial para o desenvolvimento da fala e da alimentação do bebê. O estímulo correto durante esse período prepara a criança para a introdução de alimentos sólidos e fortalece os músculos que serão utilizados na articulação da fala.
A fase da introdução alimentar
Após a fase da amamentação exclusiva, é importante continuar estimulando a musculatura facial com alimentos consistentes. A introdução de papinhas e outros alimentos deve ser feita de forma a não amassar demais os alimentos, mantendo-os com texturas que estimulem a mastigação e o fortalecimento da mandíbula. O ideal é amassar os alimentos com um garfo, sem o uso de liquidificador ou peneira, permitindo que a criança exerça sua musculatura bucal de forma eficiente.
A amamentação também deve ser mantida até os dois anos ou mais, sempre que possível, pois continua a ser um estímulo importante para o desenvolvimento oral e para a socialização do bebê com os alimentos.
O uso de chupeta e mamadeira
O uso de chupeta e mamadeira deve ser evitado, especialmente porque pode interferir no desenvolvimento oral da criança. A chupeta, por exemplo, pode prejudicar a articulação da língua e dificultar a pronúncia correta das palavras. Caso o bebê já use chupeta ou mamadeira, o ideal é que os pais comecem a reduzir gradualmente o uso desses itens a partir dos dois anos. Até os quatro anos, é recomendado que a criança já tenha deixado esses hábitos de lado.
A audição e o desenvolvimento da fala
Outro fator fundamental no desenvolvimento da fala é a audição. Se o bebê não reage aos sons ao seu redor, como a voz da mãe ou sons fortes, isso pode ser um indicativo de problema auditivo. A audição desempenha um papel vital na aquisição da linguagem, pois o bebê aprende a associar os sons à comunicação verbal. Nesse sentido, é importante também estar atento a sinais como um bebê muito quieto, que não chora ou não demonstra interesse por sons externos.
Além disso, a forma como o bebê é posicionado durante a amamentação também pode influenciar a saúde auditiva. Manter o bebê em uma posição mais ereta pode evitar que o leite escorra para os ouvidos, prevenindo problemas como otite, que pode afetar a audição e impactar o desenvolvimento da fala.
Estimulando a fala
Mesmo que o bebê ainda não fale, ele pode aprender com os sons que ouve ao seu redor. Falar com o bebê durante as atividades diárias, cantar músicas e usar onomatopéias (como “vrum, vrum” para imitar um carro) são formas de estimular a aprendizagem da linguagem. As primeiras palavras geralmente aparecem por volta dos 12 meses, e com três anos, a criança já consegue se comunicar de forma mais clara. Vale lembrar que meninas tendem a começar a falar um pouco mais cedo do que meninos, devido a uma maior facilidade de comunicação.