Continua após publicidade

Bater só piora o comportamento dos filhos, reforça estudo

Se alguém ainda era adepto da prática, este novo trabalho dá mais um motivo para abandonar as palmadas de vez: elas podem ter o efeito oposto ao desejado.

Por Chloé Pinheiro
27 nov 2017, 16h58

Já faz tempo que a ideia de não usar violência para educar os filhos virou senso comum. Mesmo assim, não é raro ouvir que crianças precisam das tais palmadas para aprender. Pois bem, uma nova pesquisa ajuda a enterrar de vez esse conceito.

O trabalho da Universidade do Texas, em Austin, nos Estados Unidos, analisou dados de mais de 12 mil crianças em três momentos da infância. Na primeira etapa, aos 5 anos de idade, os pesquisadores perguntaram aos pais se haviam batido nos filhos nas últimas semanas. Depois, a equipe recolheu relatórios dos professores quando os participantes já estavam mais velhos, aos 6 e 8 anos.

Para saber se os problemas de comportamento estavam mesmo ligados aos tabefes, os cientistas reuniram os baixinhos em grupos com outros fatores em comum: situação econômica, estado civil e escolaridade dos pais, número de irmãos e hábitos domésticos.

No fim, os estudiosos observaram que os pequenos que tinham apanhado em qualquer intensidade davam mais trabalho do que aqueles que nunca tinham levado um tapa. E que, como os outros fatores da vida eram semelhantes, foi mais fácil notar que as culpadas por esse efeito eram mesmo as palmadas.

“Foi surpreendente observar que o fato de uma criança ter apanhado dos pais, mesmo que pouco, seja o suficiente para predizer seus níveis de problemas de comportamento anos depois”,  contou em comunicado à imprensa Elizabeth Gershoff, psicóloga autora principal do estudo.

Continua após a publicidade

Os professores relataram a frequência com que os alunos brigavam, discutiam, ficavam irritadas, agiam impulsivamente ou atrapalhavam atividades na escola.”Os achados sugerem que bater não é uma técnica eficaz de educação e que, inclusive, piora o comportamento ao invés de melhorar”, concluiu Elisabeth. Pelo visto, a cinta e as chineladas devem ficar mesmo no passado.

 

Publicidade