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Por Coluna
Camila Queres é educadora infantil e mãe de Bento e de Joaquim. Tem pós-graduação em Gestão e Educação e hoje está no comando do berçário Toddler, em São Paulo
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Precisamos falar sobre diversidade nas escolas

Educadora fala sobre a importância da convivência com o diferente para que as crianças aprendam a respeitar o outro e ter mais empatia. Confira!

Por Da Redação
23 Maio 2018, 13h18
Grupo de crianças brincando
 (Rawpixel/Thinkstock/Getty Images)
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Quantos alunos estrangeiros há na escola do seu filho? Quantos alunos negros? Quantas famílias de pais divorciados? Quantos alunos bolsistas? Quantos alunos portadores de deficiência? A pergunta-chave é: o quão diversa é a escola do seu filho? O quanto essa instituição promove discussões sobre diversidade? O combate ao preconceito passa pela convivência com o diferente. E conviver vai muito além de falar “bom dia” na portaria do prédio, significa “viver junto”, pressupõe conhecer, conversar, dividir o tempo. A escola, como microcosmos social, é o espaço para que isso aconteça. Aos cidadãos do mundo, àqueles que a escola e as famílias pretendem formar, não cabe a piada com o nome do amigo oriental, com o penteado afro do colega de classe, com a roupa típica da professora indiana. Vale descobrir, conhecer e apreciar!

Fico admirada com a uniformidade e a padronização que se instaurou em algumas instituições de ensino. Há uma certa massificação das aparências, dos desejos e dos planos para o futuro. Como se a cartilha da felicidade fosse uma e passasse necessariamente pela aprovação do outro. Quase como se nossos meninos perguntassem: “posso ser eu mesmo?”, “posso ser assim?”. Naturalmente, a diversidade nos tira da zona de conforto, porque nos faz enxergar o mundo sob outros olhos, conhecer uma outra forma de pensar, nos ensina a ter empatia – pelo outro, amor por ser quem somos.

Quando a escola não só discute, mas intencionalmente e deliberadamente promove a diversidade, ela abre espaço para a educação do florescer. As crianças exploram possibilidades, vão construindo sem medo suas identidades, trabalhando seus talentos, descobrindo suas fragilidades, além de se construírem e reconstruírem como ser social. Nesse contexto, não há espaço para piadas preconceituosas. Partimos todos do pressuposto básico de que somos indivíduos diferentes – e tudo bem! Menos bullying, menos suicídios, mais amor próprio, mais amor pelo próximo.

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Em tempos de Dias das Mães, muitas escolas optaram por celebrar o Dia da Família, como forma de celebrar as mais diversas estruturas familiares. Essa data contempla os pais solteiros, os viúvos, a mãe que optou por uma produção independente, os pais adotivos, as mães adotivas, enfim, todos os responsáveis legais pela criança. O Dia da Família democratiza o Dia das Mães e o Dia dos Pais. Ao mesmo tempo, ensina às crianças que nem toda família tem uma mãe ou um pai. Reforça para toda a comunidade escolar que os vínculos afetivos podem ser mais fortes que os vínculos de sangue.

Vejo hoje um esforço genuíno de algumas escolas de explorar a diversidade, de reconfigurar seu calendário festivo, de oferecer intercâmbios culturais, bolsas de estudo a alunos carentes, de contratar professores antenados com os dilemas da juventude. Já fui a única professora negra de uma escola e sei o quanto representatividade é importante, o quanto o simples fato de eu estar lá ajudava alunos a aceitarem e gostarem da sua própria pele, ajudava alunos a reverem seus conceitos. Diversidade e representatividade são essenciais em todas as esferas da escola. “Aprender a ser” e “aprender a conviver” são pilares da educação do século 21.

Camila Queres

É educadora infantil e mãe de Bento, de 2 anos, e de Joaquim, de 1. É formada em Letras pela UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e tem pós-graduação em Gestão e Educação. Trabalhou na Escola Britânica do Rio de Janeiro e na Chapel School, em São Paulo. Hoje está no comando do berçário Toddler Desenvolvimento Infantil

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