Conheça as causas dos principais desconfortos que ocorrem nas última semanas da gravidez e saiba como lidar com cada situação.
Por Giuliano Agmont
Azia, inchaço, prisão de ventre, dor nas costas e outros problemas. Nas últimas semanas de gestação, a lista de desconfortos é extensa. Essas reações são esperadas nesse período, mas não se explicam apenas pelo aumento de peso do bebê. Conheça as causas e saiba o que fazer!
O crescimento do útero comprime os vasos e congestiona o retorno da circulação dos membros inferiores para o coração, levando a uma dilatação do sistema vascular periférico. Assim, pernas e pés extravasam líquido para a camada subcutânea provocando inchaços.
Durante a gestação, a mulher tende a reter líquido, o que contribui para o inchaço nos pés. Para diminuir os edemas, é importante caminhar para garantir o bombeamento do sangue e controlar o peso. O médico pode ainda recomendar o uso de meias elásticas pra estimular a circulação.
São inevitáveis e crônicas. À medida que
o momento do parto se aproxima, o
bebê começa a se encaixar na arcada
estrutural da região pélvica e força uma
abertura na ligação entre os ossos.
As contrações intensificam esse processo
e a dor irradia para as costas.
A única forma de amenizar a dor é preparar melhor o corpo para essa situação. Como? Dando a ele mais flexibilidade, através de fisioterapia e atividades como hidroginástica, ioga e pilates. Claro, sempre com aval do médico e a supervisão de profissionais.
Com a proximidade do parto, o barrigão atrapalha o sono. Opte por dormir do lado esquerdo com um travesseiro entre os joelhos e a barriga apoiada na cama. Isto facilita o bombeamento do sangue do coração para a placenta e evita o estresse do bebê.
Apoiar um travesseiro nas costas também pode melhorar o incômodo. Mas, se ele prosseguir, vale a pena adquirir um travesseiro triangular, em forma de rampa, que apoia a mulher desde o dorso até a cabeça. Ele melhora a sensação de falta de posição.
O crescimento da placenta eleva o músculo do diafragma e diminui a capacidade do estômago. Alterações hormonais também provocam o relaxamento da válvula de controle da passagem de alimentos, o que aumento do refluxo do conteúdo estomacal para o esôfago, a famosa azia.
Para evitar essa queimação, a principal dica é comer menos e com mais frequência, pelo menos seis vezes por dia.
É recomendável ainda mastigar muito bem os alimentos, evitar misturar líquido enquanto come e nunca deitar após
as refeições.
Fuja também de frituras e doces, prefira alimentos frescos e integrais. Se o refluxo noturno for muito intenso, providencie um apoio para permanecer com o corpo reclinado e a cabeça levemente suspensa durante o sono.
A ação hormonal e a compressão
do sistema vascular por onde
retorna o sangue das partes baixas
favorecem o surgimento das
câimbras, principalmente pela manhã.
A dilatação dos vasos periféricos e a diminuição do fluxo sanguíneo comprometem a oxigenação dos músculos das pernas, e isso leva a dormências e câimbras. Além de meias elásticas, os exercícios físicos melhoram o fluxo de sangue.
O aumento do tamanho do bebê também comprime o pulmão e reduz a capacidade respiratória, o que pode levar a crises de falta de ar. O segredo é coordenar a respiração diante de esforços maiores, inspirando e expirando com mais frequência e menos profundidade.
O controle de peso também é fundamental. Treinos de respiração em aulas de ioga, meditação e similares também podem ser muito proveitosos.
As hemorroidas são varizes no ânus, que podem causar desde coceira e queimação até inchaço e dor. E a dilatação de veias nessa região é mais frequente no final da gestação. Algumas mulheres têm predisposição, anunciada pelas varizes em suas pernas ou nas de sua mãe.
Mas a gravidez contribui para o aparecimento de hemorroidas também por motivos anatômicos e hormonais. A compressão circulatória causada pela expansão do útero favorece a dilatação dos vasos, enquanto a descarga hormonal pode levar à prisão de ventre.
A descarga hormonal deixa o intestino preguiçoso por causa do relaxamento muscular, desfavorecendo o movimento peristáltico. O crescimento do útero também reduz a velocidade do fluxo do alimento no intestino e assim, a evacuação demora e as fezes ressecam.
O segredo para evitá-la é ingerir bastante líquido e alimentos ricos em fibras. O exercício físico também é altamente recomendável. Em situações mais críticas, seu médico pode prescrever alimentos ou medicamentos laxativos.
A compressão provocada pelo útero impede o retorno venoso das partes baixas e os hormônios favorecem a dilatação periférica vascular. Isso derruba a pressão sanguínea, diminui oxigenação e pode causar tonturas. Para prevenir, beba água e use meias elásticas.
Já a sonolência tem a ver também com questões hormonais próprias da gravidez, mas principalmente com a privação das oito horas recomendadas de sono. A dica é fazer o possível para dormir mais, o que inclui atividade física regular.
No final da gravidez, o útero invade parte do espaço da bexiga e diminui sua capacidade de armazenamento de urina. Resultado: a mulher tende a ir mais frequentemente ao banheiro e, muitas vezes, nem consegue segurar.
Ações hormonais também podem tanto reduzir a capacidade funcional da bexiga como levar à frouxidão muscular pélvica, causando uma perda urinária involuntária. Em geral, costuma sumir semanas após o parto, mas dá para prevenir fazendo fisioterapia, que fortalece a musculatura.