Confira o que fazer quando o leite fica escasso e como lidar com fatores que atrapalham a amamentação.
“A sucção adequada e regular do bebê é muito importante, porque o leite é produzido a partir dessa demanda”, aponta Monica Carceles, neonatologista da Pro Matre Paulista, em São Paulo. O jeito certo do pequeno mamar é abocanhar
a aréola toda.
Se ele pega só o bico, vai apenas chupar, sem sugar de verdade. Quando há falhas no processo, a produção cai, a mãe se machuca e o filho não recebe a quantidade ideal.
A melhor posição é com cabeça e corpo voltados para a mãe, que pode levá-la ao seio.
"Na primeira hora de vida, o bebê está mais atento do que ficará nas horas seguintes, então as chances de pegar o seio adequadamente são maiores”, ensina Monica.
As tentativas devem continuar mesmo se a quantidade de leite for pequena porque é delas que nasce o incentivo para aumentar a produção. Vale lembrar que a demora também expõe o bebê a riscos.
Nos primeiros dias, as mamas ficam mesmo inchadas, doloridas e podem liberar pouco leite. Se passar disso, o incômodo merece atenção. É até normal que a pegada inicial seja sentida, mas se a dor persiste a mamada toda, mesmo que leve, deve ser investigada.
Dar o peito quando o bebê quiser, sem estabelecer horários, é o melhor método para mantê-lo saudável e também para estimular
a lactação.
Mas, se o tempo entre uma mamada e outra é longo, como no caso de quem trabalha, o ideal é retirar o leite com bombas de sucção. “Ela pode fazer isso de três em três horas para que o corpo entenda que é preciso manter a produção”, ensina Monica.
É difícil dizer que uma mãe de bebê precisa descansar, mas infelizmente o estresse influencia na amamentação, assim como a ansiedade.
“A mulher precisa repousar entre as mamadas, porque o cansaço atrapalha a saída do leite”, conta Monica. "É importante para a produção que a mãe esteja tranquila e amamente em ambiente calmo”, diz o pediatra Nelson Ejzenbaum, da Sociedade Brasileira de Pediatria.
Ofereça os dois seios respeitando o ritmo natural. Interromper antes da hora pode fazer o organismo entender que aquela quantidade não é mais necessária.
Fora que o leite do final da
mamada é mais rico em gordura
e nutrientes importantes.
Há algumas dicas caseiras para aumentar a produção, como chás e canjica, por exemplo, mas há pouca comprovação científica. “É o aumento da ingestão de líquido que tem efeito positivo e não a erva em si”, comenta Ejzenbaum.
“A mulher não precisa de um alimento específico, mas sim de uma maior ingestão de calorias e com mais frequência, optando por comidas saudáveis para repor o que perdeu na mamada”, diz Juliana.
Às vezes a fonte seca mesmo, por motivos que vão do formato das mamas a desequilíbrios hormonais, passando por problemas de saúde pré-existentes da mãe.
Existem táticas como massagens que estimulam a região e compressas de água morna, que favorecem a vasodilatação e atividade das glândulas mamárias. Para casos específicos, há remédios que aumentam a prolactina, hormônio responsável pela produção de leite.
“A mãe precisa repor o líquido que perde durante a amamentação para que produza mais leite. Recomendo 3 litros diários”, orienta Juliana Oliveira, enfermeira do Grupo de Apoio ao Aleitamento Materno da Maternidade São Luiz Itaim.
Não custa reforçar: o tempo, quantas vezes e a quantidade de leite são indicadores que variam a cada mulher. A saúde e o desenvolvimento do bebê são o principal parâmetro para avaliar a produção de leite, assim como a satisfação dele depois de mamar.