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Vacina contra a gripe em grávidas e crianças: o que você precisa saber

Veja quem pode ser imunizado, o que mudou na dose de 2018 e as medidas de prevenção do H3N2, vírus que se alastrou nos Estados Unidos.

Por Luísa Massa
Atualizado em 12 abr 2018, 16h21 - Publicado em 11 abr 2018, 19h10

Todo ano é a mesma coisa: com a chegada do outono e do inverno, as temperaturas caem, as pessoas ficam em lugares fechados e, consequentemente, mais suscetíveis para contrair doenças. Nessa época, as enfermidades respiratórias contagiosas – como gripes e resfriados – circulam ainda mais. Algumas práticas ajudam na prevenção, como manter uma alimentação saudável, hidratar-se durante o dia, lavar as mãos e não deixar de tomar a vacina da gripe.

Diferente do que algumas pessoas pensam, a imunização deve ser feita todos os anos. “Isso porque a duração desses anticorpos gira em torno de 9 a 12 meses. Então precisamos do reforço anual. Outro fator é que as doses são atualizadas com frequência. No ano passado, por exemplo, o vírus H3N2 não estava na composição”, informa Rosana Richtmann, infectologista do Hospital e Maternidade Santa Joana, de São Paulo.

Na rede pública, a vacina contra a gripe estará disponível a partir do dia 23 de abril. E é importante destacar que ela previne 3 tipos diferentes de vírus: o H1N1 (que ficou conhecido como gripe suína), o vírus B e o H3N2, que recentemente causou um surto nos Estados Unidos infectando mais de 47 mil pessoas. Na rede privada, a imunização já está disponível na dose tetra ou quadrivalente, que agrupam o combate a outros vírus em sua constituição.

Gestantes, lactantes e crianças

Sim, a vacina deve ser tomada por grávidas e mulheres que estão amamentando. Nesses casos, a segurança será em dose dupla: para as mães e também para os filhos. “A gestante pode ter um quadro mais grave de gripe e, ao se imunizar, anticorpos também serão transmitidos para o feto. Como as crianças abaixo de 6 meses ainda não podem tomá-la, o único jeito de serem protegidas é por meio da mãe, que passará os anticorpos pelo leite materno”, explica a médica.

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Como informa a infectologista, os bebês estão liberados para tomar essa dose depois do sexto mês de vida. Os especialistas seguem a recomendação porque trabalhos na área mostram que é só a partir desse período eles passam a ter melhor produção de anticorpos. Os pequenos que estão se imunizando contra a enfermidade pela primeira vez devem tomar duas picadinhas, mas atenção: com 30 dias de intervalo entre uma e outra. Depois, a vacina passa a ser aplicada anualmente.

“Praticamente todas as crianças devem tomá-la. Hoje, a imunização contra a gripe não é mais contraindicada para quem é alérgico ao ovo, mas é claro que avaliamos se há, de fato, uma alergia grave. De maneira geral, a quantidade de proteína de ovo que está na vacina é mínima”, afirma Rosana. Ela elenca, ainda, as reações mais comuns que podem surgir: desconforto ou pele avermelhada no local da aplicação e, em raros casos, dor de cabeça e febre.

H3N2

Houve uma epidemia desse vírus nos Estados Unidos, entre 2017 e 2018, que acabou causando mortes. O Ministério da Saúde publicou um informe epidemiológico mostrando que 57 casos da doença foram registrados por aqui. “No Brasil, as recomendações para a sazonalidade de 2018 seguem em consonância com as orientações internacionais (vacinação, tratamento com antiviral e adoção de medidas preventivas)”, informou o documento.

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É essencial estar atento aos sinais e se proteger. Considerando o que aconteceu nos EUA, os especialistas acreditam que os vírus da gripe circularão mais no país neste ano. “O H3N2 pode causar complicações graves. Os sintomas são muitas dores no corpo e na cabeça, febre, tosse seca – quadros que podem evoluir para a dificuldade respiratória e, às vezes, necessidade do paciente ser hospitalizado e até ir para UTI”, destaca a médica.

Rosa acrescenta, também, que o quadro clínico da pessoa que contrai o vírus é grave – ela não conseguirá fazer as atividades cotidianas, como trabalhar. Para proteger a população como um todo, as crianças que estiverem doentes não deverão frequentar a escola. “Elas podem ser expostas dentro de casa ou no colégio porque muitas vezes carregamos os vírus nas mãos. Arejar o ambiente é sempre bom e, claro, não deixar de tomar a vacina”, reforça a especialista.

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