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Sair com os filhos não é recomendado mesmo com a reabertura do comércio

Perigo oferecido pela Covid-19 segue o mesmo, e pode até piorar, alertam os pediatras. Saiba que cuidados tomar se precisar sair com os pequenos.

Por Chloé Pinheiro
18 jun 2020, 17h51

Por opção ou por necessidade, é evidente que as ruas estão mais movimentadas em boa parte do país. A reabertura de alguns tipos de comércio sugere uma volta à normalidade, mas a recomendação dos pediatras ainda é que crianças e adultos fiquem em casa para reduzir a disseminação da Covid-19

“Ainda estamos com um número alto de casos e o risco de contrair o vírus é grande, então o ideal é só sair com um motivo muito bom para isso, e só levar as crianças se não houver alternativa”, orienta Ana Escobar, pediatra professora da Universidade de São Paulo (USP).

Isso porque mesmo que a infecção seja mais branda no público infantil, existe a possibilidade deles transmitirem o vírus mesmo assintomáticos. E o comportamento dos pequenos, que colocam constantemente a mão na boca e não podem usar máscaras se tiverem menos de dois anos, dificulta a manutenção das boas práticas de higiene e distanciamento social. 

Nas maiores de dois anos, o uso da máscara em si é um desafio. “Além da troca a cada duas horas, os pais devem também substituir o acessório quando a criança babar, espirrar, tossir, ou seja, a logística é complicada”, alerta Ana. 

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Risco varia conforme ambiente 

Embora locais abertos sejam considerados mais seguros, não é só disso que depende o potencial de transmissão do novo coronavírus no espaço. Vamos tomar como exemplo os shoppings, que estão reabrindo. “São espaços fechados, onde muita gente circula e é fácil de ter contato com algum vírus”, comenta Eitan Berezin, pediatra do Departamento Científico de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

Por outro lado, muitos shoppings estão adotando protocolos rígidos de prevenção, como a medição de temperatura, distribuição de máscaras e limite máximo de pessoas circulando. “Neste contexto, uma aglomeração num comércio de rua, sem nenhum tipo de controle, é mais perigoso mesmo que à céu aberto”, pondera Ana. 

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De qualquer maneira, o ideal é evitar tanto ambientes fechados quanto os com alta circulação de pessoas

Por último, fique de olho também na limpeza do espaço. “Por exemplo, se eu for num restaurante com meu filho, preciso me certificar de que eles irão, logo que eu sair, limpar e desinfetar tudo que encostamos, superfícies das mesas, cadeiras, talheres, pratos…”, lista Fabiana Lopes Gribl do Carmo, médica pediatra da DaVita Serviços Médicos

Cuidados necessários ao sair com as crianças 

Maiores de dois anos devem usar máscaras o tempo todo, bem posicionadas e ajustadas, confortáveis para que a criança não fique toda hora ajustando o item no rosto. “Os pais dão o exemplo de bom uso, ou seja, nada de máscara no queixo, no pescoço, ou beijar os filhos utilizando a máscara”, ensina Ana. 

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Como já adiantamos, a máscara precisa ser trocada a cada duas horas ou sempre que a criança tossir, espirrar ou babar. Se a saída for longa, leve substitutas na bolsa, embaladas em saquinhos, com outro recipiente plástico específico para guardar as máscaras sujas. Para bebês, quando possível cubra o carrinho com um paninho, que forneça algum tipo de barreira física sem atrapalhar o fornecimento de ar ao pequeno. 

Crianças entre um e dois anos, mesmo que já andem, precisam ficar no colo o tempo todo, para evitar que toquem em superfícies e outros objetos potencialmente contaminados. Oriente as maiores a não encostar em nada e manter distanciamento de outras pessoas, não só pela sua proteção, mas para proteger os outros. 

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Na rua, a higienização das mãos também deve ser feita nos pequenos. “O álcool em gel não pode ser usado em menores de dois anos, que levam muito a mão à boca”, orienta Ana. Para eles (e para os mais velhos, como alternativa ao álcool), vale levar uma garrafinha com sabão líquido e uma com água na bolsa, para fazer a lavagem sem necessidade de pias por perto. 

E o parquinho, pode? 

Difícil encontrar entre os pais os que não deram um jeitinho de colocar a criança ao ar livre, numa pracinha ou mesmo na rua durante a quarententa. E tudo bem. “Não temos restrições para áreas ao ar livre, desde que não haja aglomeração de pessoas e a família tome devidos cuidados, como uso de máscaras e higiene das mãos, sejam tomados”, diz Fabiana. 

Ao perceber que mais pessoas estão chegando para utilizar o espaço, o ideal é voltar para a casa.  Ah, e essa “liberação” só vale para locais onde a criança interaja só com os pais e os próprios objetos. Parquinhos com escorregadores, gangorras e outros itens não devem ser utilizados. 

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Consultas de rotina devem ser mantidas 

Lojas e estabelecimentos comerciais precisam ser evitados com os filhos, mas o pediatra não. “Isso é uma coisa importante de dizer, pois muitas famílias não compareceram às consultas rotineiras nos últimos meses”, alerta Fabiana. E isso também vale para as primeiras consultas dos recém-nascidos, viu? 

Clínicas, consultórios e hospitais fizeram várias mudanças para tornar a visita mais segura, como mais espaço entre as consultas, mais limpeza nas salas e atendimentos separados para pessoas com sintomas respiratórios. Veja também como as maternidades estão protegendo as grávidas do coronavírus na hora do parto. 

(Juliana Pereira/Bebê.com.br)
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