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Recém-nascidos sentem muita dor durante procedimentos feitos na maternidade, alerta AAP

A Academia Americana de Pediatria atualizou o seu posicionamento em relação às intervenções hospitalares realizadas naqueles que acabaram de chegar ao mundo.

Por Luiza Monteiro
Atualizado em 28 out 2016, 04h30 - Publicado em 26 jan 2016, 13h46

Exames de sangue, intubações e drenos: essas são algumas das intervenções a que os bebês são submetidos logo após chegarem ao mundo. No caso dos prematuros, isso é ainda mais frequente. E pode até parecer que não, mas eles sofrem com a dor que esses procedimentos provocam. Pensando nisso, a Academia Americana de Pediatria (AAP) decidiu atualizar o seu posicionamento em relação à necessidade dessas medidas e às alternativas para minimizar os problemas que elas podem causar aos recém-nascidos.

O documento – que será publicado na edição de fevereiro do periódico científico Pediatrics – se baseia em estudos que mostram que a exposição frequente à dor no início da vida pode prejudicar, ao longo de toda a infância, o desenvolvimento cerebral e as respostas do corpo ao estresse. A recomendação da AAP é que as maternidades busquem alternativas para as intervenções que possam ser dolorosas e que monitorem e tratem a dor dos pequeninos com recursos não farmacológicos, de preferência.

Os especialistas alertam para o uso rotineiro, nos hospitaos americanos, de sacarose e glicose para reduzir a dor. Apesar de eficientes, não há evidências de que o uso frequente dessas técnicas seja seguro. Inclusive, suspeita-se que possam causar danos ao desenvolvimento neurológico dos pequenos. De acordo com os experts da AAP, recursos como o contato pele a pele e a amamentação ainda são pouco utilizados enquanto métodos de alívio da sensação dolorosa.

Outras recomendações da academia incluem a educação de pais, médicos e enfermeiros para saber como amenizar a dor nos recém-nascidos e a necessidade de mais pesquisas científicas para desenvolver ferramentas de identificação desse incômodo. 

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