Continua após publicidade

Ministério da Saúde não recomenda polvos de crochê para bebês

Apesar de fofos, os acessórios podem ser nocivos para os prematuros. Entenda a posição da instituição.

Por Luísa Massa
Atualizado em 26 abr 2017, 22h16 - Publicado em 26 abr 2017, 22h00

Navegando pela internet, você já deve ter se deparado com bebês prematuros com polvos de crochê feitos por voluntários. Essa ideia surgiu na Dinamarca, em 2013, no Projeto Octo, mas começou a ser difundida no Brasil somente no início de 2017. O acessório ficou conhecido por deixar os pequenos que nasceram antes do tempo mais tranquilos, pois os tentáculos reproduziriam o cordão umbilical e o ambiente seguro do útero da mãe.

Mas apesar dos benefícios divulgados pela mídia e até mesmo por hospitais que aderiram à técnica, o Ministério da Saúde se pronunciou contrário ao assunto. Em uma nota de esclarecimento publicada na última terça-feira, 25, a instituição afirmou que não recomenda o uso dos polvos com fins terapêuticos e que eles trouxeram novamente o debate sobre brinquedos em incubadoras, que obviamente trazem benefícios, mas precisam passar por um rígido controle hospitalar para evitar infecções.

“Foi divulgado pela mídia, que o contato do recém-nascido com tentáculos do polvo simulariam o contato do bebê com o cordão umbilical intraútero. Contudo, as evidências mostram que o cordão umbilical, a placenta e as paredes uterinas oferecem outros estímulos e sensações (cheiro, sons, texturas, umidade e o pulsar). Além disso, o recém-nascido, ‘senhor de seu corpo e suas sensações’, sabe que o ambiente se modificou. O ritmo do corpo materno já foi perdido (Montagner, 2006), podendo ser parcialmente recuperado já que se oferece de outra forma, através da posição canguru”, informa a nota divulgada pela Coordenação do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas do MS, em resposta aos questionamentos da Coordenação Geral de Saúde da Criança e Aleitamento Materno.

Continua após a publicidade

A pasta ressaltou que o contato pele a pele entre mãe e bebê deve ser a alternativa utilizada, pois reforça o vínculo entre eles e garante um bom desenvolvimento para os prematuros. Segundo a nota, “O Método Canguru, instituído no Brasil desde o ano de 2000, reúne diretrizes de cuidado e atenção a recém-nascidos internados em unidades neonatais utilizando os melhores conhecimentos científicos acerca de suas especialidades físicas e biológicas e das necessidades de cuidado singular envolvendo os pais e famílias”.

 

Publicidade