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Higiene infantil: hora de lavar as mãos

Muita água e sabonete. A combinação desses dois itens é capaz de afastar inúmeras doenças da criançada.

Por Patricia Golini (colaboradora)
Atualizado em 5 jul 2017, 15h52 - Publicado em 9 jun 2015, 10h19

Por meio do tato, as crianças descobrem o mundo. De tanto explorar objetos desconhecidos, os pequenos acabam entrando em contato com micro-organismos mal-feitores. Bactérias, vírus, vermes e protozoários – todos invisíveis a olhos nus – se alojam entre os dedos. Mas nada de pânico! Essa exposição é necessária para desenvolver e fortalecer o sistema imunológico dos pequenos.

O problema acontece quando estes germes se acumulam em grande quantidade nas mãos e são levados à boca, ao nariz ou aos olhos. A partir daí, podem adentrar o corpo do pequeno e desencadear diarreias, gripes e até mesmo conjuntivites. Para prevenir doenças mais graves, basta ensiná-los a ter hábitos de higiene, como lavar as mãos.

Uma pesquisa realizada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância aponta que esfregar dedos, palma e punho, com muita água e sabão, antes das refeições e logo após o uso do banheiro, pode evitar 44% dos casos de diarreia. “Na maioria das vezes, os desarranjos intestinais são causados pelo contato com bactérias, que estão em quase todas as superfícies”, diz a pesquisadora Claudia Uchôa, da Universidade Federal Fluminense.

A lavagem correta das mãos ainda manda para longe o risco de verminoses, como as lombrigas e os oxiúros. Estes parasitas vivem em um ciclo e são expulsos do corpo na hora do cocô. Durante o uso do sanitário, estes micróbios podem entrar em contato com as mãos. “A simples higienização com água e sabonete pode interromper esse ciclo, eliminando os parasitas e diminuindo o risco de verminoses e também de outras doenças intestinais causadas por protozoários, como a giardíase e a amebíase”, comenta a pediatra Wylma Hossaka, do Hospital Beneficência Portuguesa, de São Paulo.

Alguns vírus e bactérias que se acumulam nas pontas dos dedos podem entrar no sistema respiratório, provocando pneumonias e gripes. Quando há uma epidemia, como foi o caso da gripe H1N1, o hábito de higienizar as mãos se torna mais frequente, já que é sempre lembrados pela mídia e pelos órgãos públicos. “É importante que haja uma conscientização diária para este costume seja construído”, defende o infectologista Milton Lapchik, do Hospital Infantil Sabará, na capital paulista.

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Por imitação
As crianças gostam muito de copiar os adultos. Então, para que elas adquiram o hábito, mostre como fazê-lo. Ensine-as que é preciso ensaboar bem as mãos, explicando aos pequenos que esta higienização pode evitar uma série de doenças. Se os adultos apresentarem e reforçarem o costume de lavar as mãos antes das refeições e após a ida ao banheiro, por volta dos quatro anos a criança estará preparada para fazer sua própria higiene, desde que supervisionada. “Para isso, os menores devem ter acesso à pia sem dificuldades com a altura, utilizar sabão neutro e ter uma toalha para secar as mãos”, completa a pediatra.

Limpeza na medida

De 0 a 12 meses
Nos primeiros meses de vida, os bebês não exploram chão e objetos tão frequentemente. Apenas o banho deve dar conta de manter as mãos da criança asseada. Se perceber alguma sujeira aparente, deve-se limpá-la com uma gaze e água, sem usar produtos. “Neste momento, é mais importante se preocupar com a higiene dos brinquedos e até mesmo com as mãos dos adultos que pegam os pequenos”, alerta a pediatra.

Quando o bebê começa a engatinhar, por volta dos 8 meses, o cuidado com as mãozinhas deve aumentar. Quando acaba a diversão é hora de ir para a pia e mandar a sujeira toda embora. Para evitar que seu explorador fique com as mãos cheias de germes, nada melhor que manter os cômodos por onde ele brinca sempre limpos.

1 a 3 anos
Nessa fase, o bebê vai explorar, de maneira intensa, cada cantinho. A partir daí, é importante que os adultos dêem o exemplo e mostrem a importância do hábito de higiene. “Antes das refeições, leve a criança ao banheiro e ensine como lavar as mãos. Coloque sabonete neutro, ensaboe até fazer espuma e ensine a esfregar entre os dedos, palma e punhos”, diz a pesquisadora Claudia Uchôa. A partir daí, a atenção com as unhas deve ser redobrada. Corte-as sempre que preciso e, com uma escova de cerdas macias, esfregue-as levemente para retirar micro-organismos que podem se alojar ali.

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3 a 6 anos
Por volta dos quatro anos, a criançada já entende a importância de limpar as mãos antes das refeições e após o uso do banheiro. Mas, não custa lembrar!  Nesta idade, já é possível usar produtos com ação antibacteriana, porém o sabonete comum já é suficiente para manter longe os problemas. “O bom senso deve orientar a higienização das mãos. Não se deve parar a brincadeira na areia, terra ou com os animais de estimação para que a criança se lave. Apenas após a diversão, o convite deve ser feito”, orienta Claudia.

Fontes:

Pesquisadora Claudia Uchôa, da Universidade Federal Fluminense, do Rio de Janeiro; pediatra Wylma Hossaka, do Hospital Beneficência Portuguesa, de São Paulo; infectologista Milton Lapchik, do Hospital Infantil Sabará, de São Paulo.

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