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Gêmeas siamesas que tinham 25% de chances de sobreviver se preparam para o primeiro dia de aula

Quatro anos depois do nascimento e da cirurgia de separação, irmãs estão animadas para começar a estudar.

Por Carla Leonardi (colaboradora)
Atualizado em 22 out 2016, 20h56 - Publicado em 30 ago 2016, 13h52

Em 2012, a britânica Angela Formosa recebeu uma das piores notícias que uma mulher grávida poderia receber: suas filhas, gêmeas, tinham apenas 25% de chances de sobreviver. Isso porque as meninas estavam ligadas pelo abdômen e, antes do nascimento, os médicos ainda não podiam afirmar quais órgãos eram compartilhados entre elas. A mãe achou que o pior estava por vir, mas quatro anos depois Rosie e Ruby mal podem esperar pelo primeiro dia de aula.

“Eu nunca imaginei que existiria uma possibilidade, era tão improvável. Eu fiquei muito, muito assustada e triste porque me disseram que havia grandes chances de que as meninas não sobrevivessem à gravidez e, se resistissem, de que não sobrevivessem ao parto ou à cirurgia”, disse Angela em entrevista ao jornal britânico Telegraph.

As expectativas eram tão baixas que a casa nem tinha sido preparada para as pequenas. Foi só depois que elas vieram ao mundo e que foram operadas que o pai, Daniel, começou a pintar o quarto e a tomar todas as providências para a chegada das filhas.  

Angela deu à luz quando estava com 34 semanas de gestação no University College Hospital, em Londres, e horas depois do nascimento as meninas foram levadas para o Great Ormod Street Hospital (Gosh) para uma cirurgia de emergência em decorrência de uma obstrução intestinal – procedimento pelo qual foram separadas.

A operação durou cinco horas e, após três semanas, Rosie e Ruby já estavam prontas para ir para casa. Hoje, quatro anos depois daquelas intermináveis horas de espera pelo fim da cirurgia, Angela conta que, embora elas tenham que passar por outros procedimentos no futuro, agora estão felizes, saudáveis e animadas para começar a estudar. “Elas estão tão ansiosas e eu acho que o fato de irem para a mesma escola de Lily, a irmã mas velha, é muito importante também. Elas queriam ficar na mesma classe para permanecerem juntas”, afirmou a mãe.

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Localizado na capital britânica, o Great Ormod Street é o principal centro na Europa em cuidados de gêmeos siameses e realizou a primeira cirurgia bem-sucedida em 1985; desde então, cuidou de 27 casos. Atualmente, a família Formosa apoia a campanha “Back to School” (em português, “de volta para a escola”), encorajando as pessoas a compartilhar o início das aulas de suas crianças com o objetivo de arrecadar dinheiro para o hospital.

“Estamos muito felizes que Rosie e Ruby vão começar a escola agora em setembro”, disse Paolo de Coppi, cirurgião do Gosh. “É sempre uma alegria testemunhar o progresso dos pacientes e saber que eles estão alcançando novas etapas – isso faz com que o nosso trabalho seja muito mais gratificante”, declarou o especialista em pediatria.

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