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Esclareça suas dúvidas sobre a vacina contra a gripe em grávidas e crianças

Entenda a importância da imunização contra os vírus da influenza (H1N1, H3N2 e B) para as crianças, gestantes e puérperas

Por Bruna Stuppiello (colaboradora)
Atualizado em 26 out 2016, 20h58 - Publicado em 18 Maio 2015, 16h10

 

1. Quem é o público-alvo da vacinação?

De acordo com a Campanha de Vacinação contra a Gripe de 2015, a imunização contra a influenza está disponível para crianças de 6 meses a menores de 5 anos idade, gestantes e mulheres no período de até 45 dias após o parto (em puerpério), idosos a partir dos 60 anos, indígenas, presidiários e funcionários do sistema prisional, profissionais de saúde, além dos doentes crônicos.

 

2. Por que é importante vacinar contra a gripe crianças com idades entre 6 meses e 5 anos?

Pessoas desse grupo etário, assim como os outros que fazem parte do público-alvo, têm maior risco de desenvolver complicações e serem hospitalizadas em decorrência dos vírus da influenza que a vacina previne. “A criança tem uma certa imaturidade imune, o que faz com que tenha uma manifestação mais grave da doença”, explica o pediatra Marco Aurélio Sáfadi, diretor do Departamento de Pediatria da Faculdade de Ciências Médica da Santa Casa de São Paulo.

 

3. Por que é importante que as gestantes e as puérperas se vacinem contra a gripe?  

O sistema imunológico tanto da grávida quanto da puérpera – período de até 45 dias após o parto – está comprometido pela gestação. “Quando o útero cresce ele empurra o diafragma e a capacidade do pulmão é reduzida. A mecânica respiratória desta mulher é afetada. Então, qualquer doença respiratória é mais grave em uma gestante. A puérpera ainda tem o seu sistema imunológico comprometido porque as modificações no corpo devido à gravidez levam um tempo para passar”, explica o pediatra e neonatologista Renato Kfouri, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações.

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Quando a mãe se vacina, ela também irá proteger o seu filho. “Os anticorpos produzidos pela grávida protegem o bebê também”, conta Kfouri.

 

4. Como faço para ser vacinada ou para vacinar meu filho?

Para tomar a vacina no sistema público, basta procurar uma unidade de saúde durante o período estabelecido pelo governo. Não se pode esquecer a carteirinha de vacinação e um documento de identidade original. Já aqueles que optarem pela vacinação em clínicas particulares, devem procurar laboratórios que disponibilizam a vacina e pedir para ser imunizado.

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5. Por que os bebês com até 6 meses de vida não podem receber a vacina?

“Não existem ainda estudos suficientes que deem respaldo para utilizar a vacina contra a gripe em bebês abaixo de seis meses de idade. Precisamos de estudos tanto do ponto de vista de eficácia quanto de segurança para poder realizar esta imunização”, diz Sáfadi. Então, para evitar que a gripe atinja os pequenos, Kfouri orienta que as mães amamentem seus filhos, evitem aglomerações e mantenham em ordem a higiene, lavando sempre as mãos da criança. Por isso, a vacinação das gestantes se torna ainda mais importante. Ao proteger as mulheres grávidas, a mãe e o bebê estarão protegidos. Isso porque os anticorpos produzidos pela mãe são passados ao bebê pela placenta e pela amamentação. Após o parto, a mulher também poderá procurar uma clínica ou os postos públicos para ser imunizada.

 

6. Há diferença entre a vacina contra a gripe oferecida pelo governo e a oferecida pelas clínicas privadas?

Não há diferenças. “A composição da vacina contra a gripe só pode ser uma em cada hemisfério. A Organização Mundial de Saúde recomenda como deve esta vacina para cada hemisfério com base nos três vírus da influenza que devem circular mais”, explica Kfouri. A composição da vacina é contra os vírus H1N1 H3N2 e B.

 

7. A vacina pode provocar algum efeito colateral?

As vacinas contra a gripe são muito pouco reatogênicas. E, por isso, raramente causam algum tipo de alergia. “No máximo, o local da aplicação poderá ficar um pouco avermelhado e dolorido e, às vezes, um pouquinho de febre”, completa Kfouri.

Não existe a possibilidade de ficar gripado por causa da imunização. “Isso não é possível porque a vacina é feita com o vírus morto, sem nenhuma capacidade de causar a doença. Porém, às vezes, a pessoa pode adoecer antes de a vacina começar a protegê-la, já que ela leva de 3 a 4 semanas para surtir efeito”, conta Kfouri.   

 

8. A vacina é a garantia de que eu não terei a gripe H1N1?

A vacinação diminui bastante a probabilidade de contágio pela gripe H1N1, porém ainda é possível contrair a doença. “Depende de alguns fatores, principalmente da idade. A vacina funciona melhor no adulto jovem, a eficácia nesta população é em torno de 80%. Em crianças pequenas, idosos ou aqueles que já têm a imunidade debilitada a imunização funciona menos. A vacina não é uma garantia de proteção contra a gripe porque depende do estado imunológico de quem a recebe e há outros vírus da gripe que podem circular”, afirma Kfouri. 

 

9. Quantas aplicações são necessárias?

A partir dos 9 anos e para quem já foi imunizado contra a influenza anteriormente, será necessário apenas uma aplicação da vacina. Para os pequenos de até 2 anos que ainda não foram imunizados, são necessárias duas doses com intervalo de um mês entre cada uma.

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