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Dormir cedo na infância diminui risco de obesidade na adolescência, conclui pesquisa

Cientistas americanos notaram que os pequenos que vão para a cama às 20 horas são menos propensos a se tornar obesos lá na frente.

Por Luiza Monteiro
Atualizado em 27 out 2016, 18h59 - Publicado em 18 jul 2016, 15h48

Se você é daquelas mães que vive chamando a atenção do seu filho para que ele vá dormir cedo, saiba que a ciência está ao seu lado! Na próxima vez que for necessário dizer ao pequeno por que ele não deve ficar vendo TV até altas horas, pode incluir a prevenção da obesidade na sua lista de argumentos. É que, de acordo com um estudo da Universidade do Estado de Ohio, nos Estados Unidos, crianças que vão dormir às 20 horas são menos propensas a se tornar gordinhas no futuro.   

A pesquisa, publicada no The Journal of Pediatrics, avaliou dados de 977 meninos e meninas que participaram de um levantamento americano que acompanhou, ao longo de muitos anos, crianças nascidas em 1991, em várias partes do país. Acessando dados de quando os voluntários tinham entre 4 e 5 anos de idade, os cientistas de Ohio dividiram a meninada em três grupos: aqueles que dormiam às 20 horas ou antes, os que iam para a cama entre 20 e 21 horas e a turma que só pegava no sono após as 21 horas.

O próximo passo foi analisar informações de quando os participantes eram adolescentes, na faixa dos 15 anos de idade. Dessa vez, os estudiosos investigaram questões em relação ao peso da garotada. Os achados foram interessantes: apenas 10% das crianças que dormiam cedo (antes das 20 horas) se tornaram obesas na adolescência; entre aquelas que se deitavam entre 20 e 21 horas, 16% chegaram à fase teen com excesso de peso; e no grupo que se recolhia após as 21 horas, 23% não estavam em dia com a balança quando crescidos.

Perfil

Os autores desse trabalho também foram atrás de como os fatores emocionais poderiam influenciar no horário em que meninos e meninas vão dormir. Para isso, eles assistiram a vídeos dos pequenos que participaram do estudo brincando com suas mães e prestaram atenção a aspectos como suporte materno, respeito à autonomia da criança e falta de hostilidade.

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Em todos os casos a relação entre o horário de ir para a cama e o risco de obesidade se mostrou significativa, independentemente de questões de cunho emocional. No entanto, aqueles que pegavam no sono mais tarde e cujas mães obtiveram os menores índices na avaliação emocional se mostraram os mais propensos a se tornar obesos no futuro. 

Segundo os autores da pesquisa, não foram levados em conta outros fatores importantes para o sobrepeso, como a prática de atividade física e a alimentação. Mais estudos são necessários para averiguar o elo entre esses aspectos, as horas de sono e o excesso de peso. 

Papel dos pais e do pediatra

De acordo com Sarah Anderson, líder da investigação americana, esses achados são de grande ajuda tanto para mamães e papais quanto para os médicos que acompanham as crianças. “Para os pais, isso reforça a importância de estabelecer uma rotina de sono para os pequenos“, comenta a pesquisadora. Já os pediatras podem aproveitar esse trabalho para conversar com os pais sobre os benefícios do descanso noturno para a meninada. “É algo concreto que as famílias podem fazer para diminuir os riscos de seus filhos se tornarem obesos e que também tem efeitos positivos no desenvolvimento comportamental, social, emocional e cognitivo”, afirma Anderson.

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