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A frequência ideal de consultas pediátricas e até quando devem acontecer

Levar a criança ao pediatra regularmente é essencial para o desenvolvimento dela, mas o acompanhamento não pode parar depois dos primeiros anos de vida.

Por Carla Leonardi (colaboradora)
Atualizado em 26 out 2023, 09h30 - Publicado em 23 jun 2016, 08h00

Logo depois que o bebê nasce, a ida ao pediatra se torna um compromisso frequente na agenda da família – são elas que vão avaliar a saúde do pequeno depois do parto, como ele está se desenvolvendo, se está ganhando peso corretamente… Mas se, em geral, os pais costumam seguir à risca a rotina de consultas e exames ao longo dos dois primeiros anos de vida, é muito comum que depois disso só voltem a procurar o especialista quando a criança apresenta algum sintoma visível. Embora isso seja comum, a falha dessa prática é que ela foca num problema que poderia ter sido evitado caso as visitas ao consultório tivessem sido respeitadas.

“A principal causa do abandono do seguimento pediátrico das crianças é o desconhecimento, por parte dos pais, da necessidade de proteger e de preparar os pequenos para que se tornem adultos saudáveis”, afirma o pediatra Sylvio Renan Monteiro de Barros, autor do livro Pediatria Hoje e diretor da clínica MBA Pediatria, em São Paulo. “A instabilidade financeira é outro fator que costuma afastar as famílias do consultório, mas não é o motivo principal. O que os pais precisam entender é que levar seus filhos ao médico é uma atitude preventiva”, acrescenta o médico.

Por isso, recomenda-se que os encontros com o especialista obedeçam uma frequência: uma vez por mês durante o primeiro ano de vida, uma vez a cada três meses no segundo ano, semestrais dos 3 aos 7, e anuais até por volta dos 21 – sim, porque função do pediatra é garantir o desenvolvimento do seu filho também pensando no futuro. “A fase final do crescimento e a fase que a antecede (a adolescência) são de suma importância, pois além da puberdade, há aspectos afetivos e comportamentais que podem afetar a saúde. Devemos lembrar que o trabalho do pediatra é garantir que a criança e, depois, o adolescente se torne um adulto forte, saudável e capaz”, diz Barros.

Se isso pode parecer um exagero, é importante ressaltar que cada vez mais surgem casos de crianças diagnosticadas tardiamente com enfermidades que poderiam ser prevenidas ou tratadas a tempo caso houvesse um acompanhamento regular. “Diabetes, doenças de tireoide, doenças endócrinas e a Doença Renal Crônica (DRC) são algumas das consequências de não colocar as consultas em dia, além dos problemas de obesidade, crescimento e desenvolvimento motor e mental”, alerta o especialista.

Exames e vacinas

Além dos procedimentos que devem ser realizados logo após o nascimento e que fazem parte da triagem neonatal, outros exames devem ser realizados ao longo do desenvolvimento do bebê e de acordo com as necessidades dele, para detectar qualquer anormalidade.

Outro ponto essencial é a vacinação, incentivada pelos pediatras durante o atendimento aos pacientes. Embora ao longo das décadas algumas doenças tenham sido erradicadas, como a varíola e a poliomielite, nos últimos anos muitas famílias estão deixando de vacinar suas crianças por medos infundados e incentivados por crendices populares. Isso é perigoso e irresponsável – lembre-se de que você faz as escolhas que vão garantir ou não a saúde do seu filho. “Infelizmente alguns tabus de desconhecidas origens incutem nos pais o afastamento da prevenção de doenças por meio das vacinas. Esse é um fenômeno mundial, quase sempre baseado em falsas informações que insinuam que os riscos seriam maiores que os benefícios, o que acaba influenciando negativamente na proteção de crianças e adultos contra moléstias infecciosas. É preciso informar mais e se fazer entender da importância que essas ações têm na saúde das crianças para que possam se desenvolver de maneira saudável”, analisa o pediatra.

Então, se a vida anda muito corrida e você está com medo de acabar se perdendo nessa rotina, aproveite a primeira ida ao pediatra para se planejar. Pegunte a ele com que frequência você deve levar seu pequeno e já se programe: tente deixar as próximas consultas marcadas e anote na agenda, no celular, no calendário da geladeira… O importante é não esquecer que esse compromisso é fundamental para garantir o bom desenvolvimento do seu bebê.

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