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6 perguntas e respostas sobre o congelamento de óvulos

Saiba mais sobre essa técnica que tem com objetivo preservar, por mais tempo, a fertilidade das mulheres.

Por Luiza Monteiro
Atualizado em 22 out 2016, 21h43 - Publicado em 3 jul 2015, 18h55

Congelar óvulos não é novidade no mundo da ciência. Para ter ideia, o primeiro caso de uma gestação que deu certo a partir de um óvulo congelado é 1986. No entanto, foi só no fim dos anos 2000 que o recurso se aprimorou a ponto de garantir uma boa taxa de gravidez e tornar-se realidade nas clínicas de reprodução humana. Isso graças a uma técnica chamada vitrificação, que tornou o congelamento mais rápido e permitiu que a célula reprodutora feminina sofresse menos danos nesse processo. “Antes, demorava muito tempo para o óvulo congelar, o que favorecia a formação de cristais que danificavam a célula”, explica a médica especialista em reprodução humana Cláudia Gomes Padilla, do Grupo Huntington, em São Paulo. Com a nova tecnologia, a chance de o óvulo sobreviver ao congelamento é de 95%.

Desde então, pesquisadores mundo afora têm investigado a eficácia dessa técnica. E os estudos já comprovaram que o congelamento é, sim, uma boa alternativa para preservar a fertilidade de mulheres que querem engravidar, mas ainda não sabem quando isso vai acontecer.

O congelamento

1. Como funciona?

No segundo dia da menstruação, a mulher inicia um tratamento de indução da ovulação. Isso é feito por meio de medicações à base de hormônios, que vão fazer com que o ovário produza o maior número de folículos possível durante mais ou menos 11 dias. Por volta do 12o dia, num procedimento em que a paciente fica sedada, esses óvulos serão aspirados do útero com a ajuda de uma agulha acoplada a um aparelho de ultrassom. Após coletados, os óvulos são levadas ao laboratório para serem desidratados e congelados com nitrogênio líquido a -196oC.

Quando a mulher decide engravidar, os óvulos são descongelados, fertilizados em laboratório e, depois, introduzidos no útero.

2. Qual a probabilidade de gravidez?

“Depende da idade da mulher e de quando ela congelou os óvulos”, diz o ginecologista Rodrigo da Rosa Filho, especialista em reprodução humana e diretor da clínica Mater Prime, também na capital paulista. A regra é simples: quanto antes ela congelar os óvulos e quanto mais nova for ao fazer o procedimento, maiores são as chances de engravidar. “Até os 35 anos, a taxa de sucesso é de mais ou menos 50%”, estima o médico.

Outro fator que contribui para que a gravidez vingue é o número de óvulos congelados. “O ideal são 20 óvulos”, indica Rodrigo da Rosa.

3. Para quem a técnica é indicada?

Principalmente para mulheres que já têm mais de 30 anos e pretendem engravidar, mas ainda não sabem quando – seja porque não têm parceiro, seja porque ainda não estão prontas. É que, após os 35, como os óvulos vão ficando mais velhos, as células ficam mais sensíveis, diminuindo a probabilidade de a mulher engravidar.

O congelamento também é recomendado para mulheres com câncer que terão que se submeter à quimioterapia ou à radioterapia. “Alguns tipos desses tratamentos podem levar à menopausa precoce”, alerta Cláudia Padilla.

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4. Quanto tempo dura um óvulo congelado?

Não há um limite de tempo. “Há casos de gravidez em que o óvulo ficou congelado por mais de 15 ou 20 anos”, relata Rodrigo da Rosa.

5. Quanto custa?

O custo do procedimento – que inclui toda a parte do laboratório, a coleta e mais os medicamentos – é de 12 a 15 mil reais. Depois, é preciso pagar uma taxa anual para a manutenção dos óvulos congelados, que varia de 500 a mil reais. Quando for utilizar esses óvulos, aí será cobrado o preço da fertilização in vitro.

6. Dá para fazer pelo SUS?

Não. A rede pública cobre o procedimento apenas em casos de pacientes com câncer e que estão sob risco de ter o sistema reprodutor afetado devido ao tratamento. 

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