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Os benefícios do pompoarismo no trabalho de parto e pós-parto

A técnica ajuda na expulsão do bebê e na recuperação da mãe depois do nascimento. Confira a opinião de uma ginecologista e uma pompoarista sobre o assunto.

Por Luísa Massa
13 jan 2017, 11h19

Você já ouviu falar em pompoarismo? A técnica milenar trabalha a musculatura da região íntima por meio de exercícios, que podem ser posturais ou feitos com o auxílio de acessórios. “Existe um cronograma que deve ser seguido. Em dois meses, o ideal é praticar pelo menos 30 minutos por dia. Depois pode alterar para uma frequência de três a quatro vezes na semana”, explica Carol Ribeiro, pompoarista de Brasília.

O método ajuda as mulheres a terem relações sexuais mais prazerosas, além de trazer benefícios para a saúde em geral e auxiliar no trabalho de parto. Por isso, as gravidinhas estão liberadas para realizá-lo. “Até o terceiro mês de gestação não é recomendado fazer os exercícios porque o pompoarismo consiste em contrações pélvicas que vão trabalhar a barriga, a vagina, o ânus e no primeiro trimestre há risco de aborto espontâneo. Aconselho que as mulheres façam somente após a liberação médica”, ressalta Carol Ribeiro.

Já a Dra. Andrea Godoy Lopes Garça, médica ginecologista e mastologista pela Febrasgo e ginecologista do Hospital Moriah, de São Paulo, acredita que não existe uma restrição específica para as gestantes: “A técnica vai melhorar a musculatura do assoalho pélvico e isso pode ser feito na gravidez e no pós-parto. Só pode não ser adequado para pacientes com dilatação no colo do útero”. Por esse motivo, é imprescindível conversar com o obstetra antes de iniciar o método.

Como os exercícios desenvolvem o controle da musculatura íntima, eles podem ajudar na hora do trabalho de parto normal, o que tem atraído cada vez mais as futuras mamães. “A força vaginal permite fazer movimentos que vão facilitar a expulsão. Você vai fazer uma força consciente para que o bebê saia mais facilmente do canal. É um trabalho muscular”, esclarece a pompoarista.

Também há quem diga que o tempo de trabalho de parto é reduzido nesses casos, mas a ginecologista Andrea Godoy explica que geralmente ele segue um padrão: “O que melhora bastante é o momento de expulsão, o último período, porque a musculatura vai estar mais ativa, forte e coordenada. Pode acelerar o trabalho de parto no final”.

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Depois do nascimento do bebê, a técnica também traz benefícios para as mamães. “Muitas mulheres relatam que após o parto normal a musculatura íntima fica mais frouxa, o que também pode trazer problemas como a queda de bexiga e útero e incontinência urinária. O pompoarismo ajuda isso”, destaca Carol Ribeiro. Segundo a Dra. Andrea, o método pode deixar a vagina menos flácida, fazer com que o tônus fique melhor e ajudar na recuperação. “Se me perguntarem se eu acho que é mais importante durante a gestação ou no pós-parto, vou dizer que no pós-parto os efeitos são mais visíveis”, completa a ginecologista.

Mais uma vez, é importante ressaltar que o acompanhamento médico é imprescindível e que as mamães devem começar a praticar somente depois de receberem a liberação do especialista. “De 7 a 10 dias após o parto, a mucosa já estará cicatrizada e ela pode começar a fazer exercícios mais leves, se já praticava antes”, explica a ginecologista. Ela também afirma que mulheres que foram submetidas a episiotomia podem realizar a técnica, mas devem ter cuidado com a higiene e deixar para usar os acessórios um pouco mais para frente. “O prazo para voltar a praticar o pompoarismo é o mesmo que os médicos dão para que as mães retomem os exercícios, mas isso deve ser conversado com o ginecologista”, afirma a professora Carol Ribeiro.

Antes de se tornar adepta do método, tanto na gravidez quanto no pós-parto, as mamães devem investigar se fazem parte do grupo de pessoas que não devem praticá-lo. “O pompoarismo não é indicado para mulheres com miomas e que estão com infecções no canal vaginal porque os exercícios deixam a região mais vascularizada e esse sangue pode alimentar bactérias”,  explica a pompoarista. Outra recomendação é não praticar o método enquanto estiver urinando ou defecando, pois essas são necessidades fisiológicas que não podem ser interrompidas.

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