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Embriões congelados não influenciam na prematuridade e no peso de recém-nascidos, aponta estudo

Pesquisa apresentada no 71º Congresso da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva comparou irmãos que vieram ao mundo a partir de embriões frescos e congelados.

Por Luiza Monteiro
Atualizado em 26 out 2016, 11h38 - Publicado em 28 out 2015, 15h17

A ideia de que bebês gerados por meio de técnicas de reprodução assistida tendem a nascer antes do tempo e com baixo peso é bastante disseminada no mundo da ciência. Uma das polêmicas envolvidas nessa discussão é a comparação entre embriões frescos e aqueles que são congelados e mantidos em laboratório. Nos últimos anos, estudiosos de vários países vêm investigando se a taxa de gravidez, a duração da gestação e o desenvolvimento da criança dentro da barriga são influenciados por cada um desses procedimentos. E uma pesquisa que traz boas notícias para esse debate acaba de ser apresentada no 71o Congresso da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, que aconteceu entre os dias 17 e 21 de outubro em Maryland, nos Estados Unidos.

No trabalho, cientistas italianos e espanhóis do Instituto Valenciano de Infertilidade (IVI) recrutaram 360 mulheres que engravidaram por meio da fertilização in vitro (FIV) com a doação de óvulos. Todas elas deram à luz pelo menos dois filhos, em diferentes gestações, sendo que um deles veio de um embrião fresco e o outro de um congelado. Após avaliar diversos fatores que poderiam interferir na evolução da gravidez – como a origem do óvulo, a técnica de congelamento e a ordem em que as crianças foram geradas -, os especialistas concluíram não havia diferença entre o peso ao nascer e a idade gestacional dos irmãos.

“Ao longo de toda a pesquisa, controlamos fatores fenotípicos, clínicos e de laboratório que poderiam influir nessa relação, mas não encontramos nenhum que fosse determinante para estabelecer uma preferência na hora de transferir para o útero embriões frescos ou congelados”, comemora Daniela Galliano, diretora do IVI Roma e principal autora da investigação. A diretora do IVI São Paulo, Silvana Chedid, acrescenta que os resultados são muito positivos e reforçam a segurança da técnica conhecida como “vitrificação”, na qual os embriões são congelados em nitrogênio líquido a uma temperatura de -196º. Segundo as especialistas, portanto, o estudo é de grande utilidade para os casais que enfrentam a infertilidade e recorrem à medicina reprodutiva para realizar o sonho de gerar um bebê.