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Benefícios do corte tardio do cordão umbilical

Prevenir a anemia na primeira infância e ajudar na respiração estão entre as vantagens do método. Saiba mais!

Por Luísa Massa
Atualizado em 3 jul 2017, 18h57 - Publicado em 3 jul 2017, 17h57

O cordão umbilical é responsável por unir o bebê à mãe e, por meio dele, o pequeno recebe sangue, oxigênio e nutrientes necessários para se desenvolver. Tradicionalmente, os obstetras fazem o corte dessa estrutura assim que a criança nasce, mas estudos têm mostrado que adiar esse processo só traz vantagens.

“A passagem dos hormônios – especialmente a ocitocina – para o bebê é um dos pontos positivos. Além disso, o corte tardio do cordão umbilical permite maior passagem de sangue para a criança, o que diminui a chance de anemia na primeira infância”, ressalta Alberto Jorge de Sousa Guimarães, ginecologista e obstetra do Hospital e Maternidade São Luiz Itaim e do Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim (CEJAM), de São Paulo.

E os benefícios não param por aí: ao esperar um pouco mais para realizar a ruptura, a criança tem a oportunidade de ficar mais tempo com a mãe por meio do contato pele a pele e até a respiração é trabalhada nesse momento. “Quando o bebê sai do útero e você deixa o cordão pulsando, ele começa a respirar pelo pulmão, mas também recebe oxigênio por meio do cordão umbilical”, explica o médico.

Por quanto tempo esperar?

Os especialistas acreditam que o corte deve ser feito de 1 a 3 minutos depois do nascimento, mas essa é uma questão que varia de profissional para profissional. O ginecologista do Hospital São Luiz defende que não é preciso ter pressa e que o ideal é que o processo seja feito quando o cordão umbilical parar de pulsar.

E na cesárea?

O corte tardio da estrutura que liga o bebê na mãe não precisa ser realizado somente no parto normal. “Na cesárea, a placenta descola antes e pode ser que o cordão umbilical não pulse por tanto tempo. Mesmo assim, os obstetras podem aguardar um pouco para cortá-lo”, acrescenta Guimarães.

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O corte tardio pode ser feito em todos os casos?

Não. Em algumas situações que apresentam riscos a técnica não é recomendada – como quando a mãe tem diabetes gestacional ou alterações sanguíneas importantes. Já para os prematuros, o método não é indicado em casos extremos, mas pode acabar beneficiando os bebês que nasceram antes das 37 semanas de gestação. É importante conversar com o obstetra antes do parto para que todas essas questões sejam avaliadas.

Mas o bebê pode ter icterícia?

Algumas pessoas acreditam que adiar o corte do cordão umbilical depois do nascimento pode ter relação com o surgimento da doença que acomete os recém-nascidos, deixando a pele deles amarelada.

“Se não fizer a ordenha do cordão – quando o médico puxa o sangue do lado da mãe para o bebê, apertando e forçando a sua passagem – e deixar tudo correr espontaneamente -, não há ampliação da icterícia“, ressalta o ginecologista do CEJAM.

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