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Visitas na maternidade: como se comportar ao conhecer o recém-nascido

O nascimento exige protocolos que vão além das lembrancinhas e presentes. Bom senso e respeito são as palavras de ordem. Se você está prestes a ganhar um bebê, que tal compartilhar esta reportagem, “despretensiosamente”, com os seus familiares?

Por Celia Santos (colaboradora)
Atualizado em 20 jul 2017, 20h52 - Publicado em 9 jun 2015, 11h17

Seja breve! Essa é a recomendação mais básica para os visitantes. Vale lembrar que o bom senso prega não visitar nenhuma família de recém- nascido se estiver com febre, resfriado, doença respiratória ou contagiosa. Acrescenta-se nesta listinha: não levar crianças menores agitadas, daquelas que correm e gritam pelos corredores da maternidade.
 
Bem, essas dicas soam óbvias demais, mas especialistas garantem que elas ainda são muito valiosas. Sim, há muitas pessoas que não se preocupam com o tempo de permanência e, na ânsia por conhecer o bebê, esquecem-se dos malefícios daquele resfriadinho, tão comum nos dias de hoje.
 
A pediatra Clery Bernardi Gallacci, do Hospital e Maternidade Santa Joana, esclarece que ser breve significa ficar no máximo 15 minutos dentro da maternidade. E, detalhe, caso haja alguma intervenção da equipe médica, a orientação é se retirar do quarto. “Esse período é de recuperação do parto. Os informes médicos são importantes e a presença de uma visita pode dispersar a atenção da mãe. É preferível a pessoa se ausentar do quarto e, na saída do profissional, despedir-se da família”, recomenda Dra. Clery.
 
Preparando as visitas
É válido dedicar um tempinho para descobrir como a nova família deseja ser recebida. E, para os novos papais, mesmo que desejem festejar, vale pensar na seleção e quantidade dos convidados. Lembre-se: a maternidade é um lugar para a recuperação. Portanto, para poucos e com bom senso.
 
Pessoas com as quais a mãe tem mais intimidade e liberdade para dizer, por exemplo, que tem sono e precisa dormir são sempre bem-vindas à maternidade. Já colegas de trabalho e parentes mais distantes podem conhecer o bebê pela internet e visitar a família somente após o primeiro mês de rotina em casa, aconselha a doula Ana Paula Garbulho, que atende vários casais grávidos no curso de Cuidados com Bebê e Pós-parto, que ela ministra na cidade de São Paulo.
 
Ela conta que não conheceu nenhum casal que tivesse o desejo de receber todo mundo na maternidade. O desafio é sempre inverso: como comunicar à família, amigos e colegas que a mãe e o bebê precisam de repouso?
 
“Eu sempre jogo essa responsabilidade nas costas do pai, que geralmente entende seu papel de proteger a nova família dos parentes, amigos e colegas mais distantes ou inconvenientes”, responde Ana Paula. Já para aqueles mais incompreensivos, a doula indica usar a recomendação médica como justificativa para evitar a visita. “Ninguém vai ficar com raiva do médico”, brinca. Outra sugestão é enviar um email aos colegas de trabalho, amigos e parentes com a foto do bebê e um recadinho de que a família estará com as portas abertas para receber a todos, depois do primeiro mês de vida em casa.
 
Palpites e amamentação

Prepare-se! As opiniões indesejadas virão de todos os lados. Mas elas podem e precisam ser filtradas. “Digo sempre que palpites não são pedidos, mas oferecidos de graça. É importante a mãe fazer uma seleção daquilo que lhe faz bem e descartar aquilo que lhe é destrutivo”, ensina a doula.
 
A pediatra do Hospital e Maternidade Santa Joana diz que parentes mais próximos, como mãe e sogra, devem esclarecer suas dúvidas ou sugestões com a equipe médica, no interior do quarto, na frente da família, antes de recomendar suas vivências. Ana Paula ressalta que uma boa maneira de ajudar é respeitar o aprendizado da nova mãe. “Cada um tem seu momento de criar o filho e o aprendizado deve ser natural. Cada mulher precisa descobrir pela própria experiência qual vai ser o jeito de amamentar, trocar, brincar e me comunicar”, observa Ana Paula.

A amamentação é um dos alvos prediletos das visitas palpiteiras. O que pode ser muito bom para mãe e o bebê, se elas souberem dar apoio. Lígia Moreiras Senas, doutoranda em Saúde Coletiva da Universidade Federal de Santa Catarina, diz que palavras de incentivo, amorosas e muita paciência são atitudes que contribuem muito, na hora da amamentação. “É bom ressaltar, também, que uma mãe precisa de exemplos. Não vai ajudar em nada o palpite de uma pessoa que não amamentou seus filhos e se vangloria de que eles sobreviveram”, exemplifica Ligia.

10 regrinhas básicas para visitas na maternidade

1. Não vá à maternidade se estiver resfriado, com febre, doenças respiratórias ou contagiosas. Não visite o bebê enquanto não estiver são.
 
2. Pergunte ao casal quando e onde eles preferem receber sua visita.
 
3. Seja breve. Não ultrapasse 15 minutos na maternidade e visite a família em casa somente após primeiro mês de vida por, no máximo, meia hora.
 
4. Antes de comprar flores, verifique com pai se a mãe gosta de recebê-las ou se há alguma contraindicação médica na maternidade.
 
5. Não leve crianças muito agitadas, que correm e gritam pelos corredores.
 
6. Não dê palpites sobre o jeito certo de criar o recém-nascido. Suas palavras de incentivo devem contribuir para mãe descobrir um jeito próprio de criar o filho.
 
7. Visitas íntimas, como mãe e sogra, devem dar suas sugestões ou esclarecer dúvidas diante da equipe médica.
 
8. Lave as mãos ou passe álcool com gel na hora em que entrar no quarto da. Resista à tentação de pegar o bebê no colo.
 
9. Retire-se do quarto, caso haja uma intervenção da equipe médica.
 
10. Tire foto somente com a permissão dos pais.

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