Continua após publicidade

Os problemas de pele mais comuns em bebês e crianças

Brotoejas, dermatites e micoses são algumas das doenças que podem aparecer. Mas, medidas simples ajudam a afastá-los. Saiba mais!

Por Adriana Toledo (colaboradora)
Atualizado em 17 out 2017, 18h57 - Publicado em 5 out 2017, 12h37

Os especialistas costumam definir a pele como a porta de entrada do organismo. Mas leva um tempo até que ela adquira a maturidade imunológica e a espessura necessárias para interceptar intrusos e resistir às agressões do ambiente. Por isso, os recém-nascidos são tão vulneráveis à ação de produtos de higiene, ao calor e aos micróbios que se proliferam na umidade das fraldas, entre outros fatores. Sem contar que, “ao nascer, a criança entra em contato com hormônios maternos concentrados na placenta, o que pode favorecer o surgimento da dermatite seborreica e da acne neonatal, por exemplo”, acrescenta o dermatologista Francisco Le Voci, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

Pele do bebê protegida

Por essas e outras razões, é importante se antecipar ao incômodo e poupar a cutis do bebê das condições que propiciam complicações. “Os banhos devem ser rápidos, mornos e com pouco sabonete. Evite o uso de lenços umedecidos, lavando o bumbum com algodão e água morna. Hidratantes próprios para bebês são bem-vindos”, aconselha a dermatologista Samar Harati, do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo. Essas estratégias, segundo ela, preservam a hidratação natural da pele, tornando-a mais resistente a irritações, alergias ou infecções. As trocas de fralda também precisam ser foco de atenção. “Elas devem ser realizadas a cada três horas ou imediatamente, se estiver com cocô. E utilize, sempre, uma pomada de barreira”, orienta Samar.

Aleitamento

Amamentar exclusivamente, até os seis meses de vida, é outra forma de reforçar as defesas do seu filho. “Isso porque os anticorpos da mãe são transmitidos à criança por meio do leite materno”, justifica Le Voci.

Roupinhas do pequeno

Em relação às roupinhas, dê preferência ao algodão, evitando lãs e tecidos que retenham o suor. Lembre-se de que a umidade é um prato cheio para os germes. E nada de exagerar nos agasalhos. A sensação térmica do filhote não é muito diferente da sua. Enrolá-lo em duas cobertas numa tarde quente seria exagerado. Se a temperatura for de 30 graus, por exemplo, você pode deixá-lo com uma camiseta de manga curta.

Crianças maiorzinhas

No grupo das crianças maiores, as situações que colocam a pele em risco são outras, assim como as medidas de prevenção. “Elas costumam se infectar no ambiente coletivo de creches e escolas. O contágio geralmente ocorre  por contato direto ou em tanquinhos de areia, que são focos de fungos, bactérias e protozoários. Por isso, a recomendação é ficar longe deles”, avisa Samar. Além dos hábitos de higiene corriqueiros,  Francisco Le Voci aconselha que os pais sempre examinem o corpo da criança, ao final do dia. “Observe a pele, as unhas e as partes íntimas. Assim, será possível detectar eventuais lesões em estágio inicial”, propõe.

Conheça, agora, as doenças de pele infantis mais comuns. E, se apesar de todo o zelo, seu filho aparecer com um probleminha desses, saiba o que fazer:

Continua após a publicidade

Acne neonatal

Fase em que é mais comum

Recém-nascidos

Características

A obstrução dos poros causa inflamações na pele caracterizadas por erupções superficiais. Normalmente aparecem no rosto e no tronco.

Continua após a publicidade

Tratamento

Nunca espremer. Lavar o rosto com água e sabão neutro, depois secar. Aplicar protetor solar infantil para evitar manchas. Especialista pode indicar esfoliação da pele e uso de antibióticos tópicos.

Assaduras ou dermatite de fralda

Fase em que é mais comum

Bebês e crianças obesas de até 6 anos

Continua após a publicidade

Características

Inflamações na pele causadas principalmente por alergias ou acúmulo de calor e umidade promovido pela fralda ou falta de higienização adequada, principalmente nas dobras. Provocam ardência, irritação e coceira.

Tratamento

Limpeza com água abundante e sabão neutro para retirar suor, urina e fezes. Manter a pele seca e arejada, com troca frequente de fralda. Deixar o bebê de 15 a 30 minutos sem fralda, sob o sol. Meninas devem usar calcinha de algodão de dia, dormir sem calcinha à noite, receber supervisão ao se higienizar e vestir saias, em vez de roupas apertadas. Nada de pomadas. Alguns cremes vitaminados são bastante utilizados, pois criam filme de proteção entre a pele e os agentes agressores.

  Caspa ou dermatite seborreica

Continua após a publicidade

Fase em que é mais comum

Recém-nascidos e bebês

Características

Surgimento, principalmente no couro cabeludo, de pequenos flocos brancos e oleosos, associados ou não a coceira. Pode ser desencadeada pelo contato com hormônios maternos da placenta, no momento do parto.

Tratamento

Usar óleo de amêndoas antes do banho para auxiliar na remoção das crostas, debaixo do chuveiro. Se não surtir efeito, um médico deve ser procurado para recomendar medidas específicas.

Continua após a publicidade

Dermatite atópica

Fase em que é mais comum

Bebês e crianças

Características

Pele seca, inflamação e coceira, além de vermelhidão e erupções na pele caracterizadas por uma espécie de reação alérgica.

Tratamento

Banhos rápidos e com uso de sabonete neutro, que devem ser aplicados, somente, nas áreas mais sujas. Após banhos, passar hidratantes neutros. Manter uma alimentação saudável, com diminuição de alimentos com corantes e conservantes, além de refrigerantes e doces. Dependendo do aspecto das lesões, que devem ser avaliadas por especialistas, eles podem prescrever o uso de cremes, loções, sabonetes neutros e compressas úmidas.

Brotoejas

Fase em que é mais comum

Bebês

Características

O bloqueio das glândulas do suor provoca o aparecimento de bolinhas esbranquiçadas ou avermelhadas na pele, causando irritação e coceira.

Tratamento

Aplicação de maisena e compressas de água fria. É essencial evitar o uso de substâncias que impeçam ou atrapalhem a transpiração. O ideal é manter uma temperatura confortável e um ambiente refrescante, com roupas leves.

Micoses

Fase em que é mais comum

Ocorre em qualquer idade

Características

Surgimento de infecções de pele incômodas e resistentes, principalmente nas dobras do corpo e regiões de fralda, causadas por fungo.

Tratamento

Manter região de dobras e fraldas secas. Especialista pode prescrever a utilização de pomadas. O tratamento costuma ser relativamente demorado.

Piolho ou pediculose

Fase em que é mais comum

Infância

Características

Coceira intensa no couro cabeludo; surgimento de lêndeas, os ovinhos da fêmea do piolho, no cabelo.

Tratamento

Aprimorar a higiene pessoal. As loções e xampus disponíveis sem prescrição médica são razoavelmente eficazes, embora a resistência a tais produtos esteja crescendo.

Impetigo

Fase em que é mais comum

Infância, dos 4 aos 7 anos

Características

Causada pelas bactérias estreptococos ou estafilococos, manifesta-se na forma de uma lesão arredondada e com pus. “Geralmente, o impetigo ataca as regiões que possuem orifícios, como boca, nariz e ânus. Os principais sintomas são coceira, dor e, eventualmente, febre.

Tratamento

À base de antibióticos.

Molusco contagioso ou verruga

Fase em que é mais comum

Infância, de 1 a 5 anos

Características

Trata-se de uma doença viral, provocada pelo poxvírus, e é transmitida por contato direto, já que, nessa idade, as crianças compartilham brinquedos e tanques de areia. . O problema se manifesta em forma de bolinhas duras, claras, com o aspecto de bolha. Leve seu filho ao dermatologista assim que notar a primeira verruga. Dessa maneira, evita-se que elas se espalhem pelo corpo.

Tratamento

Consiste em curetagem (raspagem) ou cauterização e deve ser indicado por um especialista.

Publicidade