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A importância do pai durante a gestação e no nascimento do bebê

Conversamos com especialistas e enumeramos as razões que fazem a presença do pai ser essencial no pré-natal e no pós-parto.

Por Manuela Macagnan (colaboradora)
Atualizado em 28 out 2016, 03h17 - Publicado em 7 jun 2015, 19h07

 

1. Qual a importância do pai no pré-natal?
“A principal tarefa do marido é não se deixar ser excluído pelo obstetra, que muitas vezes conhece a moça desde menina e o olha como um intruso. O marido precisa ter consciência de seu papel, de que é mais importante que o médico, de que é o verdadeiro companheiro da mulher. Antes de ser pai, ele é homem. E ela, antes de ser mãe, é sua mulher. Assim ele será melhor pai, ela será melhor mãe e juntos continuarão a ser um bom casal”, defende o psicanalista Francisco Daudt. “O pai deve dar assistência em tudo que a grávida necessite – tanto nos cuidados com o bebê como com ela mesma. Ele deve estar atento às consultas médicas, aos exames necessários, à alimentação e ao controle do peso dela. Tudo isso é importante para que a gestação não se torne mais pesada para a mãe do que para o pai”, acrescenta a psicóloga Cristiane Gai. “É interessante que o marido participe dos exames no pré-natal, uma forma também de curtir a gravidez e, assim, auxiliar na elaboração de sua nova condição, que é ser pai. Essa relação ajuda na formação de um vínculo entre pai e filho, mesmo com o bebê ainda dentro do útero”, finaliza a psicóloga Isis Pupo.
 
2. É importante o pai estar na sala de parto?
O fundamental é o apoio, e isso varia de acordo com cada casal. “No parto, o papel paterno é de compreensão pelo momento único que a mulher está passando, pelas dores que ele jamais vai sentir, por exemplo. Acima de tudo, a presença do pai deve ajudar a gestante a se sentir segura”, explica a psicóloga Cristiane Gai. Na opinião do psicanalista Francisco Daudt, o marido deve apoiar a mulher, estar a seu lado, dar-lhe a mão. “Friso que, antes de pai e mãe, eles são marido e mulher”, ele diz.

Se o seu marido entra em pânico só de pensar na sala de parto, fique calma. A psicóloga Isis Pupo defende que estar na sala de parto é opcional: “Deve-se respeitar os próprios limites. O ideal é assistir ao parto se for para passar tranquilidade e apoio à mãe e ao bebê. Caso contrário, é melhor esperar que o recém-nascido chegue ao berçário”.
 
3. Preciso pagar alguma taxa para que o pai do meu filho participe do parto?
Não. A lei garante: tanto no sistema público como no privado, a gestante tem direito a um acompanhante de livre escolha durante o trabalho de parto, o parto e o pós-parto, sem pagar nenhuma taxa extra.
 
4. Algumas mães afastam o pai da criança nos primeiros meses por achar que só elas dominam o jeito certo de fazer as coisas. Como resolver essa situação para a mãe se sentir segura e o pai não se sentir excluído?
“Desde o momento que o bebê nasce, o ideal é que o pai participe dos cuidados com a criança: ele deve assistir ao banho demonstrativo, que é realizado em diversos hospitais, conversar com os pediatras e enfermeiras, não ter vergonha de perguntar e arriscar, afinal nenhum filho vem com manual de instruções. A aprendizagem só vem com a prática, e as mães também passam por isso. Se, mesmo com todo esse esforço, ainda houver desconfiança, vale ter uma boa conversa e expor os sentimentos para a parceira”, incentiva a psicóloga Isis Pupo. Para o psicanalista Francisco Daudt, a divisão de tarefas e responsabilidades é importante porque “retira da mulher a monumentalidade massacrante que transforma uma jovem moleca brincalhona num ser enorme chamado mãe”. Já a psicóloga Cristiane Gai sugere: “O pós-parto é um período muito complicado para o homem. A solução é tentar participar ao máximo, seja cantando uma cantiga de ninar, seja ajudando na troca de fraldas e no banho. E, além disso, ter em mente que essa fase vai passar”.
 
5. O que o pai pode fazer para ajudar no pós-parto?

“O que ele aprendeu antes (ou o que deveria ter aprendido): dar banho no bebê, alternar quem atende a criança nas acordadas noturnas, trocar fraldas, ajudar a mãe a preparar o peito para a amamentação e, sobretudo, continuar a ser marido e companheiro de sua mulher”, enfatiza o psicanalista Fernando Daudt.
 
6. Se o casal estiver separado, como o pai pode participar do dia a dia do bebê?
“No pós-parto e por toda a vida, o pai deve participar o máximo possível da rotina de seu filho. Isso vale também para os pais separados. É interessante conversar com aquele que fica mais tempo com o bebê e perguntar sobre seus gostos e suas preferências. Fazer parte da vida de um filho é fazer parte de seu mundo, é conhecê-lo. Desde o útero, a criança já escuta e discrimina a voz dos pais devido à diferença de tonalidade. Portanto, o vínculo do bebê com a figura paterna se inicia ainda no útero”, finaliza a psicóloga Isis Pupo.