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5 lições que o filme “O Começo da Vida” nos ensina

Com depoimentos de Gisele Bündchen, especialistas renomados e pais de diferentes países, documentário que estreia no dia 5 de maio fala sobre a importância dos primeiros anos de vida das crianças para formar adultos melhores e, consequentemente, um mundo mais justo e igualitário.

Por Luiza Monteiro
Atualizado em 20 jul 2017, 20h42 - Publicado em 26 abr 2016, 17h16

“Quando você dá atenção ao começo da história, ela pode mudar por inteiro”. É esta ideia que inspira o documentário O Começo da Vida, que estreia no próximo dia 5 de maio nos cinemas brasileiros. Dirigido por Estela Renner (que também dirigiu os filmes Muito Além do Peso e Criança, a Alma do Negócio) e produzido pela Maria Farinha Filmes, o longa aborda a importância da primeira infância – da gestação até os 6 anos de vida – e dos relacionamentos que acontecem nessa fase para o desenvolvimento de cada ser humano. “Os registros emocionais tanto para o bem quanto para o mal têm um peso muito maior nesse período, é um momento de formação, de criação, de estrutura da pessoa”, diz Estela.

Apresentado pelas ONGs Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, Bernard Van Leer Foundation, Instituto Alana e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o documentário foi gravado em nove países: Brasil, China, França, Itália, Argentina, Estados Unidos, Quênia, Índia e Canadá. O filme mostra famílias de culturas, etnias, classes sociais e formações muito diferentes, mas que têm um objetivo em comum: dar amor e carinho aos seus filhos e permitir, assim, que eles cresçam livres e capazes para construir um mundo melhor. Listamos algumas lições valiosas que o documentário nos ensina. Confira a seguir:

1. Bebês não são uma tábula rasa

Há quem ainda pense que os pequenos chegam ao mundo como uma folha em branco e que todos os seus aprendizados dependem exclusivamente dos estímulos que recebem. Não é bem assim. “Os cérebros dos bebês são ‘máquinas incríveis de aprendizagem’. Antes, pensavam que eles nasciam como ‘tábulas rasas’, mas hoje descobriram que os bebês já nascem sabendo de muitas coisas que estão ao seu redor. Começam a aprender desde o momento em que estão no útero materno”, revela a psicóloga Alisson Gopnik, professora da Universidade de Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos.

2. Investir na primeira infância é formar adultos bem-sucedidos 

Um levantamento sobre o aumento das matrículas de pré-escolares em 73 países concluiu que cada dólar empregado na primeira infância representa um aumento de 6 a 17 dólares nos salários no futuro – o que pode contribuir para um mundo mais igualitário. “O capital humano que a mãe investe na criança é uma parte importante da economia e que normalmente não é reconhecido pela sociedade. Quanto mais se investe financeiramente na educação das crianças, o retorno volta no futuro. É tornar o cidadão mais produtivo e com isso há a redução da desigualdade social”, observa o economista americano James Heckman, que recebeu o Prêmio Nobel de Economia em 2000.

3. O pai é importante, sim!

É natural que a criança tenha, desde o nascimento, um vínculo maior com a mãe. É ela quem carrega o bebê na barriga durante nove meses, quem oferece o primeiro alimento e, muitas vezes, quem passa mais tempo cuidando do pequeno. Mas isso não significa que a figura paterna é dispensável – muito pelo contrário! O pai representa para a criança a ideia de que existe um mundo além da mamãe. E mais: contar com a presença dele é importante até para que a amamentação aconteça de forma tranquila e saudável.

“A taxa de amamentação é muito baixa nos Estados Unidos porque as mães têm que voltar a trabalhar muito cedo. Em países como a Finlândia, em que a licença-maternidade é maior e que também tem licença-paternidade, a taxa é mais elevada. O pai em casa ajuda a mãe a conseguir que o processo de amamentar aconteça”, diz a canadense Manda Aufochs Gillespie, autora do livro Green Mama (sem tradução para o português). 

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4. Brincar é aprender

As brincadeiras devem fazer parte da agenda das crianças tanto quanto atividades como escovar os dentes, ir à escola e dormir. E não pense que é preciso brinquedos tecnológicos ou com muitas funções educativas – dar tempo livre para os baixinhos criarem coisas novas e soltarem a imaginação já é suficiente. “O ambiente da criança tem que ser o ambiente dos pais. Muitas vezes eles se preocupam em criar para ela um quarto cheio de brinquedos pedagógicos e, na verdade, a experiência mais rica é brincar com as panelas da casa, associar objetos diferentes em brincadeiras”, observa a psicanalista Vera Iaconelli, diretora do Instituto Brasileiro de Psicologia Perinatal Gerar.

5. Todos são responsáveis pelo desenvolvimento das crianças

Não são apenas os pais que devem carregar a função e os desafios de formar um ser humano. Parentes, instituições e governos também têm o dever de proporcionar condições para que não só os pequenos mas seus cuidadores possam se desenvolver. Para se ter uma ideia, em países de média e baixa renda, estima-se que 200 milhões de crianças menores de 5 anos de idade não recebem os elementos necessários para o seu crescimento pleno. Com isso, elas perdem a oportunidade de alcançar o seu potencial e se tornar, assim, adultos capazes de lutar por avanços.

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Assista ao trailer do filme: 

O Começo da Vida será exibido em 24 salas de cinema de todo o país e estará disponível gratuitamente na plataforma online VIDEOCAMP. Ainda não há uma data definida de quando a produção será reproduzida em serviços como Netflix e iTunes. 

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