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10 cuidados que a mãe precisa ter nos primeiros mil dias do bebê

O período que compreende os dois primeiros anos de vida da criança e a gravidez é fundamental para o seu crescimento.

Por Luiza Monteiro
Atualizado em 18 nov 2016, 18h12 - Publicado em 19 Maio 2015, 17h50

Cada vez mais, especialistas do mundo todo vêm falando sobre a importância dos primeiros mil dias de vida do bebê – que incluem os nove meses de gestação e os dois anos após o nascimento. Tomar os devidos cuidados nessa fase é fundamental para que a criança cresça de forma saudável durante a infância, a adolescência e até a vida adulta. Pensando nisso, a Pastoral da Criança, em parceria com a Rede Globo, lançou a campanha Toda gestação dura mil dias, que contará, entre outras coisas, com um aplicativo que permitirá a gestantes e mamães acompanhar, semana a semana, o desenvolvimento da gravidez e dos filhotes.

A seguir,  elencamos dez momentos importantes do desenvolvimento infantil durante esses mil dias e como as mães devem ficar atentas.

1. Planejar a gravidez

Embora essa fase não contabilize nos primeiros mil dias de vida de um bebê, ela é imprescindível para que a criança se desenvolva, na barriga e depois de nascer, cheia de saúde. Ao planejar uma gravidez, a mulher deve fazer uma série de mudanças em seu estilo de vida. Isso inclui abandonar certos hábitos – como fumar, ingerir bebidas alcoólicas e comer alimentos industrializados, gordurosos e cheios de açúcar – e adotar outros, a exemplo de uma alimentação balanceada (rica em frutas, verduras, cereais e carnes magras) e a prática de atividade física. Vale lembrar, é claro, que tudo isso deve ser feito sob a orientação de um médico.

Outra medida importante é a suplementação de nutrientes que estejam em falta no organismo da futura mamãe. Nesse caso, o principal é o ácido fólico, vitamina do complexo B que participa, já nas primeiras semanas de gravidez, da formação do tubo neural do feto – e que a maioria das mulheres não apresenta em doses adequadas. “O consumo desse nutriente deve começar no mínimo 30 dias antes de engravidar”, orienta a nutricionista Caroline Dalabona, da Pastoral da Criança. No entanto, a recomendação do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que isso aconteça entre 60 e 90 dias antes da gestação, para que dê tempo de atingir os níveis recomendados.

E não pense que é só o físico que precisa de cuidados. Fortalecer o lado emocional da mãe, do pai e do casal é fundamental para que a gravidez e a criação do bebê ocorra com tranquilidade.

2. Alimentar-se bem durante a gestação

Ter uma alimentação equilibrada se torna ainda mais importante durante os nove meses em que o bebê está na barriga. Entre os nutrientes que não podem faltar no prato da gestante estão ferro, vitamina C, cálcio, ômega-3 e fibras.

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Comer de forma correta também é a melhor maneira de garantir que a futura mamãe ganhe peso de forma adequada – isto é, nem muito nem pouco. “Mulheres que comem demais estão propensas a desenvolver diabetes, por exemplo, o que oferece riscos ao bebê”, alerta a pediatra Luciana Herrero, autora dos livros O diário de bordo da família grávida e O diário de bordo do parto. “Por outro lado, aquelas que fazem dietas excessivas na gestação podem deixar de oferecer nutrientes importantes ao pequeno”, pondera.

3. Vacinar-se

Manter a carteira de vacinação em dia é outra atitude que não pode faltar na lista de uma mãe que se preocupa com o seu filhote. Isso porque, ao se imunizar, a grávida passa os anticorpos para o bebê, protegendo-o por tabela. As vacinas recomendadas na gestação são: influenza, hepatite B e a tríplice bacteriana acelular do tipo adulto, que combate difteria, tétano e coqueluche. Após o nascimento do pequeno, granta que ele siga o calendário de vacinação.

4. Preparar-se para o parto

shironosov/Thinkstock/Getty Images

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Isso mesmo: a preocupação com o nascimento da criança não deve existir apenas na reta final da gravidez. E o primeiro passo é buscar informação. “É essencial estudar a fundo os tipos de parto para eliminar mitos e preconceitos que envolvem esse momento”, indica Luciana Herrero. Segundo a médica, o ideal é que se evite o agendamento do parto, pois o risco de o pequeno nascer antes do tempo e desenvolver complicações é alto. “No Brasil, 35% dos bebês nascem entre 37 e 38 semanas e com menos de 2,5 quilos”, calcula.

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Outra maneira de se preparar para a chegada do filhote é por meio de exercícios que trabalham o períneo – região localizada entre a vagina e o ânus, que sustenta todos os órgãos pélvicos. Essa musculatura é muito exigida durante a gravidez, devido ao peso da barriga, e também na hora do parto, já que é por ali que o bebê passa. Exercitá-la ao longo dos nove meses facilita (e muito!) esse processo.

5. Amamentar

O aleitamento materno protege o bebê contra infecções, diarreia, obesidade… É benefício que não acaba mais! A recomendação da OMS é que a amamentação seja exclusiva até os 6 meses de vida e que permaneça até, no mínimo, os 2 anos – mesmo com a alimentação complementar. “Quanto mais a criança mama no peito, melhor será o desenvolvimento cognitivo e a imunidade dela”, conta Luciana Herrero.

No entanto, boa parte das mães não tem o suporte necessário (do parceiro ou da família) ou conhecimento suficiente para que a amamentação ocorra de forma correta. “A mulher deve saber como o leite é produzido, como se faz a pega, a maneira de ordenhar…”, exemplifica a especialista, que também é consultora internacional em aleitamento materno. Portanto, fazer cursos e buscar ajuda de pessoas que já passaram por isso são ótimas escolhas.

6. Cuidar do sono do pequeno

Dormir bem é algo muito positivo para os bebês. Afinal, é por meio do sono que hormônios e células responsáveis pela manutenção do organismo são produzidos e que a memória é consolidada. Estudos já demonstraram que crianças que dormem pouco estão mais sujeitas a males como ansiedade, depressão e agressividade no futuro. Para isso, é importante que os pequenos descansem a quantidade de tempo necessária para a sua faixa etária. “É impossível estabelecer uma rotina antes dos 6 meses de vida, porque o cérebro do bebê ainda está muito imaturo”, esclarece Luciana Herrero. Para ter ideia, até os 4 meses, ainda não há produção de melatonina, hormônio que induz o sono. “A criança ainda não sabe o que é dia e o que é noite”, pontua a médica.

Daí porque tentar controlar os horários que o bebê dorme nessa fase é difícil, além de ser prejudicial ao desenvolvimento do pequeno. A recomendação é que, somente após os 6 meses, os pais comecem a aplicar técnicas para que o filho durma em horários específicos. O pediatra pode indicar a melhor forma de fazer isso.

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7. Estimular os vínculos

Carinho, afeto e contato físico são alguns dos ingredientes essenciais para estabelecer e fortalecer os vínculos com o filhote. “Receber amor e atenção contribui para o desenvolvimento neurológico e também para a imunidade do bebê”, afirma Herrero. Além disso, uma criança com uma base emocional sólida tende a ser mais segura no futuro.

8. Brincar com o bebê

Purestock/Thinkstock/Getty Images
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Sentar no chão e brincar com o seu bebê é mais importante do que você imagina. Além de estimular a criatividade e o desenvolvimento cognitivo, as brincadeiras promovem a interação da família, de modo que a criança se sinta mais segura e amada. E não pense que isso inclui colocar o pequeno em frente a uma televisão – esse tipo de atividade apenas distrai. Brinquedos e atividades simples já dão conta do recado – e são muito mais divertidos!

9. Desenvolver o paladar

Durante a introdução de alimentos diferentes do leite materno, é importante variar, ao máximo, a oferta de sabores aos bebês – sempre respeitando, é claro, os itens indicados para crianças menores de 1 ano. Por isso, ofereça frutas, verduras, legumes, temperos naturais em diferentes preparações. E nem é preciso dizer que itens cheios de açúcar, gordura e sódio devem passar longe do prato do pequeno.

Além disso, não se esqueça de que a família deve ser exemplo. “Se você quer que o seu filho coma frutas, então consuma esses alimentos na frente dele”, orienta Caroline Dalabona.

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10. Incentivar a fala correta

É normal que os pais falem de um modo diferente com bebês. A fala pausada é até benéfica para aqueles que ainda não estão na fase de pronunciar as primeiras palavras. No entanto, conforme os pequenos vão crescendo, estimular a fala correta é importante. Isso pode ser feito, por exemplo, evitando adivinhar o que a criança quer dizer. “Se ela apontar para um objeto, tente fazê-la repetir o nome”, indica a pediatra Luciana Herrero. Conversar com o pequeno, cantar músicas e ensinar palavras novas também são boas dicas.

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