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Terror noturno: o que leva a criança a desenvolver as crises

O problema assusta os pais, mas é normal. Saiba o que você pode fazer quando isso acontece.

Por Giuliano Agmont (colaborador)
Atualizado em 26 ago 2019, 12h39 - Publicado em 17 jun 2015, 16h22

O que é o terror noturno?

É uma atividade anormal do sono. Ele faz parte de uma categoria de manifestações noturnas conhecida por parassonia, onde também se enquadram falar e andar dormindo. O terror noturno é bastante frequente em crianças, principalmente entre os 2 e os 5 anos de idade. Na fase pré-escolar, ele chega a atingir metade da população infantil, segundo estatísticas internacionais.

O que acontece com a criança na hora da crise?

Depende da idade. Os bebês de colo simplesmente acordam chorando no meio da madrugada. Já as crianças mais velhas também costumam gritar ou emitir sons sem nexo. Muitas vezes, os pais se deparam com o filho sentado na cama e de olhos abertos. E o que assusta é que a criança não reconhece ninguém e não para de chorar ou gritar. Sim, os pais ficam muito assustados, mas apesar de causar espanto, o terror noturno é uma manifestação benigna, ou seja, não representa risco para a saúde ou o desenvolvimento da criança. O estado de transe dura até 15 minutos e depois a criança retoma o sono normal.

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Qual é a diferença entre terror noturno e pesadelo?

Os sonhos acontecem durante o chamado sono R.E.M., ou rapid eye movement (movimento rápido dos olhos), que se dá no fim da madrugada. Já o terror noturno ocorre na primeira metade da noite, quando a pessoa ainda não atingiu o sono R.E.M. Muitas crianças acordam depois de um pesadelo. No caso do terror noturno, a criança dificilmente acorda por conta própria. Além disso, as pessoas se lembram dos sonhos ou pesadelos que tiveram, enquanto os que apresentam terror noturno nunca fazem ideia do que se passou durante a noite.

O que explica o terror noturno?

A hipótese mais aceita é a de que o terror noturno tem a ver com o desenvolvimento do sistema nervoso central. É como se o cérebro ainda não estivesse suficientemente maduro para realizar a transição entre o sono e o despertar. Por isso, a criança fica em um “limbo” entre o dormir e o acordar. Em geral, pais que falam à noite ou são sonâmbulos têm filhos com terror noturno.

Como se comportar diante desse tipo de manifestação?

A primeira orientação é jamais tentar acordar a criança. Isso só vai fazer com que os eventos se tornem mais frequentes e prolongados. O ideal é não intervir e deixar que o momento de transe passe naturalmente e o pequeno volte a dormir. Só é preciso cuidado com as crianças que também caminham adormecidas. Nesse caso, não deve haver obstáculos ou objetos pontiagudos no quarto. O acesso a escadas e janelas também deve ser obstruído. Basicamente, a ordem é tomar medidas para evitar acidentes.

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O terror noturno acontece com que frequência?

Varia bastante. Uma criança pode ter dois eventos em uma semana e ficar um mês sem manifestar o problema. Outra pode ter episódio a cada dez dias. Não dá para precisar.

Existem situações que favorecem as crises?

É muito importante manter uma rotina adequada de sono para crianças com terror noturno. Isso significa dormir cedo e no horário e reduzir a agitação antes do sono. Quando a criança chega agitada de passeios e festas, o risco de apresentar eventos de terror noturno aumenta.

Problemas emocionais podem precipitar o terror noturno?

Sim, mas não é a regra. Diante de crises familiares, escola nova, chegada de um irmãozinho ou outras mudanças importantes em sua vida, as crianças têm mais chances de sonhar do que de apresentar terror noturno.

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Há casos considerados graves?

Sim, porém são bastante raros. Existem crianças que tem dois ou três episódios por noite e passam a apresentar sintomas de privação de sono. Durante o dia, elas têm febre, sonolência e irritação. Também ficam mais vulneráveis a doenças. Nesse caso, é preciso procurar ajuda.

Existe cura para o terror noturno?

Não existe um tratamento específico, mas o terror noturno normalmente cessa quando a criança atinge a adolescência. Às vezes, o problema desaparece antes.

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