Continua após publicidade

Pai faz relato sobre adoção: “Nosso bebê nasceu com 10 anos”

A emocionante mensagem viralizou nas redes sociais e já recebeu mais de 350 mil curtidas.

Por Luísa Massa
Atualizado em 28 fev 2018, 18h01 - Publicado em 28 fev 2018, 17h50

Desde a decisão de adotar uma criança até encarar todas as burocracias: gerar um filho no coração é um processo que exige muito dos pais. Assim como em uma gravidez, a ansiedade, os questionamentos, as angústias e a felicidade são sentimentos que surgem durante esse período de espera. Na última segunda-feira, 26, Rafael Festa publicou um relato sobre o assunto que viralizou no Facebook.

Em uma emocionante mensagem, o catarinense contou que, depois de 8 meses na fila de adoção, ele a esposa Tatiani Ziegler finalmente receberam a guarda de um garotinho. Da mesma forma que muitas famílias comemoram o nascimento dos filhos com anúncios em redes sociais, o pai seguiu o exemplo e começou o texto afirmando o seguinte: “E O NOSSO BEBÊ NASCEU! Com 1,44m, 40 quilos e… 10 anos”.

Rafael comparou os sintomas da gravidez com a experiência que vivenciou enquanto aguardava a chegada do pequeno. “Não ouvimos seu coração bater através de uma máquina, mas o nosso acelerou quando uma porta abriu e ele veio em nossa direção. Não experimentamos desejos estranhos, nem passamos por enjoos terríveis, mas Deus sabe quão ruins eram os domingos à noite, quando precisávamos levá-lo de volta à casa-lar”, afirmou.

Ele também falou que, durante a gestação do coração, o acompanhamento não foi feito por profissionais de saúde, mas, sim, por psicólogos e assistentes sociais. Já as dores do parto foram contrastadas com o tempo de espera do processo burocrático da adoção. “E hoje, o nosso parteiro foi um juiz, sentado em uma cadeira, que assinou um papel e o nosso filho, finalmente, está em nossos braços“, comentou o pai.

Continua após a publicidade

O catarinense ressaltou que não pensa nas fases do garotinho que não conseguiu acompanhar, mas que tenta focar nas outras conquistas que virão. “Não ouvimos suas primeiras palavras, mas ouvimos ele falar: ‘Tia, semana que vem quero ir pra sua casa e não quero voltar mais.’ Não acompanhamos seus primeiros passos, mas vamos ser o chão dele em qualquer tombo que a vida quiser dar”, relatou.

Em poucos dias, a postagem repercutiu no Facebook, recebendo mais de 350 mil curtidas e quase 90 mil compartilhamentos. Nos comentários, as pessoas mostraram que ficaram tocadas com o texto. “Nossa! Que lindo. Que Amor verdadeiro. Me emocionei com essa mensagem. Que Deus abençoe vocês”, comentou uma internauta.

Leia o relato na íntegra:

Continua após a publicidade

… E O NOSSO BEBÊ NASCEU!

Com 1,44m, 40 quilos e… 10 anos.
Nossa gestação não foi das mais convencionais. Não vimos nossa barriga crescer (exceto a minha, mas não por este motivo), mas nosso peito já não aguentava mais de tanto aperto.
Tivemos um curso para explicar como seria nossa gravidez.
Ao invés de um teste de farmácia, tivemos uma assistente social nos falando que existia a possibilidade de estarmos grávidos.
Não ouvimos seu coração bater através de uma máquina, mas o nosso acelerou quando uma porta abriu e ele veio em nossa direção.
Não fizemos nenhum ultrassom, mas semana a semana tínhamos nossas visitas para poder ver o rostinho do nosso bebê.
Não experimentamos desejos estranhos nem passamos por enjoos terríveis, mas Deus sabe quão ruins eram os domingos à noite, quando precisávamos levá-lo de volta à casa-lar.
O acompanhamento da gestação não foi feito por enfermeiras e obstetras, mas sim por psicólogas e assistentes sociais.
A correria para montar o quarto do nosso bebê foi a mesma, mas ele estava junto para opinar na decoração.
Não podíamos bradar ao mundo todo que estávamos grávidos, mas sabíamos que o mundo seria pequeno para tanto amor.
As nossas dores de parto foram as angustiantes semanas de espera por decisões burocráticas.
E hoje, o nosso parteiro foi um juiz, sentado em uma cadeira, que assinou um papel e o nosso filho, finalmente, está em nossos braços.
Ao invés de pensar as fases que perdemos, eu gosto de imaginar todas as coisas que já conquistamos e o que ainda vamos conquistar.
Não ouvimos suas primeiras palavras, mas ouvimos ele falar: “Tia, semana que vem quero ir pra sua casa e não quero voltar mais.”
Não acompanhamos seus primeiros passos, mas vamos ser o chão dele em qualquer tombo que a vida quiser dar.
Não o levamos pro seu primeiro dia de aula, mas temos trocado um aprendizado constante a cada dia.
Não ouvimos seu primeiro choro, mas certamente acompanharemos sua primeira desilusão amorosa.
Talvez não consigamos andar com ele no colo por aí, mas aquele colinho no fim do dia ainda tem um sabor especial.
Não tivemos que o colocar em um berço, mas amamos quando ele vai no nosso quarto nos chamar pra dar boa noite pra ele.
Não passamos pela temida fase dos “porquês”, mas estaremos sempre o estimulando a questionar a vida.
Não o vimos aprender a escrever, mas estaremos do seu lado, ajudando a escrever o seu futuro da melhor maneira possível.
Ainda somos “tio” e “tia”, e não nos importamos com isso. O amor incondicional vai além dos títulos. O amamos não pelo que ele sente por nós ou pelo que ele pode nos oferecer, mas sim por que queremos toda a felicidade do universo pra ele.
Ainda estamos aprendendo a ser pai e mãe. Da notícia da gestação até o parto foram 8 meses. Um parto até prematuro 😀
Ainda erramos muito e tenho certeza que isso é uma constante na paternidade. Mas hoje podemos compreender melhor que cada pequena falha foi uma intenção de acertar que não vingou.
Não temos palavras pra agradecer todo o suporte e palavras de incentivo que temos recebido. Nem tentarei colocar nomes aqui pois, certamente, serei injusto com alguém. Mas nosso coração reconhece cada pessoa que tem nos ajudado nessa caminhada.
E que venham todos os clichês sobre pais que sempre ouvimos…

Publicidade