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O fidget spinner é um brinquedo seguro para crianças?

Tudo o que já se sabe sobre a novidade que virou febre no mundo e promete ajudar nos distúrbios de ansiedade e hiperatividade.

Por Chloé Pinheiro
Atualizado em 23 jan 2023, 11h24 - Publicado em 9 jun 2017, 13h34

Se o nome não parece familiar, a cara do fidget spinner, por outro lado, está por toda a internet. Os materiais variam, mas a estrutura é padrão: três hélices presas em um eixo central, que as crianças seguram usando o indicador e o polegar. Basta um empurrãozinho com os dedos e elas começam a girar sem parar, gerando uma profusão de cores que provoca uma sensação agradável para os pequenos. O brinquedo é tão viciante que acabou ganhando fama mundial.

Para o público infantil, parece haver um apelo especial. Os fabricantes do produto – e são muitos! – anunciam que seus movimentos repetitivos e quase hipnotizantes podem não só aliviar a ansiedade, mas até serem úteis para crianças com autismo e TDAH (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade).

Esses benefícios, por enquanto, ainda não foram comprovados por estudos científicos. E a comunidade médica também está cética em relação à novidade. “Não há uma explicação fisiológica para essas alegações. Do meu ponto de vista parece um brinquedo comum”, opina Carlos Nogueira Aucélio, neuropediatra e professor da Universidade de Brasília. E não custa reforçar: transtorno de ansiedade e TDAH são condições que merecem atenção e tratamento adequados.

Só para os mais velhos

Há algumas polêmicas envolvendo o uso da engenhoca. Recentemente, uma escola em Ohio, estado norte-americano, baniu os fidget spinners por considerá-los uma distração durante as aulas. Também nos Estados Unidos, pelo menos três crianças foram hospitalizadas por terem engolido partes pequenas do brinquedo que se desprenderam enquanto ele girava ou ao colocarem as pecinhas na boca.

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Alguns fabricantes deixam em suas embalagens o aviso de que o produto não é recomendado para menores de três anos justamente por esse risco, mas em um dos casos a vítima tinha cinco anos e até uma menina de dez foi internada. Por isso, o ideal é deixar os spinners longe dos mais novos – e ficar de olho nos mais velhos!

O objeto até pode ser uma alternativa divertida e relaxante para as tais mãos inquietas: dedos que vivem batucando, amassando papéis e por aí vai… O que, aliás, é um comportamento que não necessariamente representa problemas. “Desde bebê temos esse hábito, que é normal e parte da nossa maneira de nos comunicarmos”, aponta Aucélio. Na dúvida, melhor encarar o fidget spinner como o que ele é: um brinquedo só para crianças maiores. E, por enquanto, só isso.

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