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Ministro da Saúde responsabiliza mães em discurso sobre obesidade

"Muitas [das crianças] não ficam em casa com as mães e não têm oportunidade de aprender a descascar os alimentos", afirmou Ricardo Barros.

Por Luísa Massa
17 mar 2017, 21h43

Uma semana após o Dia Internacional da Mulher e do discurso sexista que o presidente Michel Temer fez na data, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, responsabilizou as mães na hora de falar sobre a obesidade infantil durante evento realizado em Brasília na última terça-feira, 14.

“É preciso qualificar essas crianças para manipular os alimentos. Muitas delas não ficam em casa com as mães e não têm oportunidade de aprender a descascar os alimentos“, afirmou Ricardo no Encontro Regional para Enfrentamento da Obesidade Infantil.

O ministro continuou a sua fala excluindo os pais e associando os cuidados com o filho apenas à figura materna: “Hoje as mães não ficam em casa e as crianças não têm oportunidade, como tinham antigamente, de acompanhar a mãe nas tarefas diárias de preparação dos alimentos. E vai ficando cada vez mais distante a capacidade de pegar um alimento natural e saber consumi-lo”.

Dados

A Pesquisa Nacional da Saúde, de 2013, apontou que mais de metade da população brasileira enfrenta o sobrepeso e que 60,8% das crianças que têm menos de dois anos consomem biscoitos e bolachas recheadas. Além disso, uma em cada três crianças está com excesso de peso.

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No encontro em Brasília – que faz parte da implementação da Década de Ação das Nações Unidas para a Nutrição (2016/2025) -, o governo assumiu o compromisso de atingir três metas até 2019: impedir o avanço da obesidade entre os adultos; diminuir a ingestão de sucos artificiais e refrigerantes em pelo menos 30% nos adultos; e aumentar no mínimo 17,8% a taxa de adultos que se alimentam frequentemente com frutas e hortaliças.

 

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